P. ANTÓNIO DA ROCHA – 25º aniversário do seu martírio por P. J. Pinho

P. ANTÓNIO DA ROCHA – 25º aniversário do seu martírio por P. J. Pinho









Foi com um misto de imensa gratidão e saudade que nos passados dias 17, 18 e 19 do passado mês de Janeiro a paróquia de Cesar, freguesia e concelho de Oliveira de Azeméis, e a Sociedade Missionária da Boa Nova celebraram a memória dos 25 anos do martírio do P. António da Rocha, a quem as balas assassinas de um grupo armando roubaram a vida, precisamente a 17 de Janeiro de 1989. O P. Rocha dirigia-se para a sua primeira missão em Moçambique, Chiúre, província de Cabo Delgado, diocese de Pemba. Acompanhava-o o colega P. António Gançalves, na estrada entre Pemba e Chiúre onde teve lugar o famigerado e trágico acontecimento. E porque “não se morre, vive-se”, a memória do P. Rocha perpétua-se nos nossos gestos de gratidão a ele devotados, bem como na nossa acção de missionários e de discípulos de Cristo que dão, como o Seu Mestre, a vida por aqueles que amam. Isso deixou ele bem expresso nas seguintes palavras à sua partida de Portugal: “É com grande alegria que vou continuar a concretizar a missão dada por Jesus Cristo a todos os seus discípulos, de evangelizar todos os povos. Apesar das dificuldades dos últimos tempos, vou com a esperança de que a minha presença será um testemunho vivo, um estímulo e uma ajuda para todos os cristãos e não cristãos.”
            Assim, relembramos por esses dias, com fé viva e esperança renovada, a memória eterna do P. Rocha que arriscou tudo por amor à missão e aos irmãos moçambicanos. Agradecemos a Deus o dom que ele foi para a sua família de sangue, para a sua paróquia, Cesar, para a Sociedade Missionária e para a Igreja.
Prestámos-lhe uma sentida homenagem, plena de eucaristia, de oração, de testemunhos e de apelo a um renovado e destemido compromisso missionário.
No dia 17, sexta-feira, dia do seu martírio, decorreram três importantes actos, ponto alto desta homenagem: a eucaristia, às 19.30h em sufrágio da sua alma, seguida do descerramento de uma placa em sua honra, no átrio da antiga casa de lavoura onde viveu outrora com a sua família, hoje pertencente ao Centro Paroquial, e às 21.00h, no anfiteatro paroquial o lançamento de um livro biográfico e testemunhal intitulado “Padre António da Rocha - Um mártir do século XX”, inteligente e laboriosamente escrito pelo Dr. Carlos Costa Gomes, um cesarense dos quatro costados, bem à altura desta magnífica obra, como tão bem sublinhou o Prof. Dr. Daniel Serrão, que brilhantemente a apresntou.
Salientaria da sua sábia conferência duas ideias que me ocorrem de momento: a vida e martírio do P. Rocha são para todos nós um enorme desafio ao nosso cristianismo acomodado e sem energia, refugiado na apatia,  acoçado pelos vícios de um mundo egocêntrico…; por outro lado, aponta-nos para os mártires do nosso tempo, as dezenas de missionários que como ele também têm vertido o seu sangue, nos últimos tempos e de milhares de cristãos no Oriente que têm sido massacrados e em quem parece não gostarmos muito de colocar o nosso olhar… E esta outra do P. Januário: “ a vida e a personalidade do P. Rocha, são como as violetas que quanto mais se calcam mais perfume exalam”. Ele não virava a cara ao sofrimento: dava-se inteiramente sem queixume nem azedume…
Tão singelamas sólida e festiva homenagem contou com a preparação e organização do Rev.mo Pároco, P. Joaquim Cavadas com os seus colaboradores da Fábrica da Igreja, do Conselho Pastoral, da catequese e, como já referi, do Dr. Carlos Costa Gomes. Da parte da Sociedade Missionária, houve uma significativa presença no decorrer daqueles três dias.
Assim, no dia 17 de Janeiro, sexta-feira, às 19.30, abriu-se a efeméride com a eucaristia na igreja paroquial de Cesar presidida pelo Superior Geral da Sociedade Missionária, P. Albino dos anjos, concelebrada pelo Pároco, P. Cavadas, P. Januário dos Santos, Reitor do Seminário das Missões de Cucujães, P. Francico de Jesus, coordenador da Animação Missionária, Leigos e JovensBoa Nova,  P. António Gonçalves, P. Joaquim Pinho e P. Santiago, pároco de Palmaz. Presentes também o Diácono Ricardo Marques, o Irmão Joquim Féix, e as leigas Boa Nova Sofia e Diana.
De salientar a presença dos pais do P. António da Rocha, irmãos e outros familiares; do Dr. Praça Vasconcelos e esposa, seus padrinhos; além do imenso povo de Cesar; assim como outras destacadas individualidades: Preseidente da Junta de Cesar, vereadora do pelouro da cultura da Câmara de Oliveira de Azeméis, Prf. Dr. Daniel Serrãoe Dr. Costa Gomes.
Ainda nesse dia pelas 21.00h descerrou-se uma placa comemorativa em honra do P. Rocha, pelo Pároco, pelo P. Albino dos Anjos e pelo Vigário da vigararia de Oliveira de Azeméis e Pároco de Cucujães, P. Artur de Matos. Depois, algumas notas de memória daquele lugar e o testemunho do Dr. Vasconcelos. Seguiu-se a já referida apresentação e lançamento do livro em memória e honra do P. António da Rocha,e um testemunho do P. António Gonçalves, sobre o seu convívio com o P. Rocha e o trabalho missionário na diocese de Pemba. Com apresença de todas as pessoas já mencionadas, acrescentando, nesta sessão, mais duas: P. Artur de Matos e o Pároco de Oliveira de Azeméis, o sr. P. Albino.
Durante a tarde de Sábado, dia 18, realizaram-se encontros vocacionais com as catequeses da infância, adolescência e juventude, orientados pelos jovens e leigos Boa Nova.  Às 19.00h, a eucaristia vespertina presidida pelo P. Luís Vieira. À noite, um sarau missionário orientado pela Animação Missionária. Projectou-se um documentário sobre a ordenação e missa nova do P. Rocha, seguindo-se dois testemunhos de amigos seus, Prof. António Rebelo e Dr. Flávio Costa, amigo e companheiro de Seminário, de quem destaco as últimas palavras do seu testemunho: “Julgo que se ainda se encontrasse no meio de nós a sua obra seria ainda muito mais visível e mais grandiosa, porque estes exemplos marcam a vida de muitos, elevam e engrandecem a humanidade… mas onde quer que esteja – certamente junto de Deus -gozando da sua santidade – ele não deixará de olhar, rezar e pedir por nós, indicando-nos o caminho por ele vivido, em direcção a Deus e à Santidade.”
Todos aqueles momentos de encontro, homenagem e testemunho, foram animados musicalmente pelo P. Luís Vieira.
Encerrou-se esta efeméride de preitoe gratidão ao P. Rocha com a eucaristia de Domingo, dia 19, presidida pelo Superior Geral da S.M., P. Albino dos Anjos.

P. J. Pinho.


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