PORTUGAL ORÇAMENTO "Se Costa recuar haverá crise política" e será "desastroso"
PORTUGAL
ORÇAMENTO
"Se Costa recuar haverá
crise política" e será "desastroso"
O economista Francisco
Louçã afirma que haverá uma "crise política" caso o Governo decida
voltar atrás nas medidas acordadas com a esquerda, devido às pressões da
Comissão Europeia, considerando que esse cenário seria "politicamente
desastroso.
Lusa
POLÍTICA LOUÇAHÁ 6 HORASPOR LUSA
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"É claro que não seria aceitável no contexto dos equilíbrios de forças que existem em Portugal um orçamento que agora dissesse: 'Então a nossa solução é reduzir as pensões'. Ou aumentar de novo a sobretaxa sobre o IRS, ou cortar os salários na função pública, ou privatizar a Caixa Geral de Depósitos. Isso provocaria uma crise política em Portugal", afirma Francisco Louçã, em entrevista à agência Lusa.
Ainda
assim, o professor de Economia do Instituto Superior de Economia e Gestão
(ISEG) admite que "não está em cima da mesa para o Governo voltar atrás em
qualquer das medidas que já foram acordadas e legisladas", o que seria
"politicamente desastroso".
No
entanto, o antigo dirigente do Bloco de Esquerda salienta que "há margem
para acertos orçamentais noutras matérias", concordando, por exemplo, com
o aumento do imposto do selo previsto no esboço de plano orçamental.
"Eu
creio que é razoável o aumento do imposto do selo sobre alguns produtos
importados, como os automóveis, porque se obtém uma receita fiscal razoável sem
reduzir a procura de uma forma significativa, sem afetar os setores mais
afetados da população e conseguindo um contributo para um equilíbrio orçamental
que é razoável também", defende Francisco Louçã.
Para o
antigo deputado bloquista, "a política fiscal pode sempre ser orientada de
uma forma bastante cuidadosa. Pode ser muito redistributiva e muito precisa nos
seus alvos".
O
economista considera que "tudo o que permita reduzir os incentivos a
importações e melhorar os incentivos a exportações, bem como melhorar os
incentivos à procura que seja dirigida à economia portuguesa, é interessante e
correto".
"Acho
que podem ser feitas precisões desse ponto de vista ainda, além do que surgiu
no esboço do orçamento", adiantou.
Para
Francisco Louçã, "este orçamento é um teste importante" para o
ministro das Finanças, Mário Centeno, e para o Governo, esperando que
"sejam capazes de resistir" às pressões da Comissão Europeia e
"responder aos ajustes orçamentais com medidas corretivas que sejam
compatíveis com a recuperação da economia portuguesa".
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