BALSAMÃO VENERÁVEL Padre FREI CASIMIRO
BALSAMÃO
VENERÁVEL Padre FREI CASIMIRO
O Venerável Servo de Deus Pe.
Frei Casimiro de S. José Wyszynski nasceu a 19 de agosto de 1700, na Polónia.
Foi batizado a 4 de outubro do mesmo ano e recebeu o nome de Francisco
Januário.
Aos 23 anos, depois de uma
longa e sofrida procura da sua vocação, ouvindo contar, ao Padre Joaquim, da
Ordem dos Marianos da Imaculada Conceição, os estragos que seu irmão, José,
tinha feito a essa Ordem, Francisco responde decididamente: “Eis-me aqui, eu
quero reparar o que o meu irmão destruiu”, pedindo, imediatamente, para ser
admitido nos Marianos.
Francisco tinha encontrado o
que procurava, tinha encontrado a sua vocação. Este vai ser o programa da sua
vida; restaurar a Congregação dos Marianos.
Entra no noviciado (ano de
iniciação à vida religiosa) no dia 19 de março de 1724, recebendo o nome
Casimiro de São José, e faz a profissão solene dos votos a 19 de março de 1725.
A 20 de abril de 1726, é ordenado sacerdote e, passado algum tempo, nomeado
mestre de noviços. Por viver a sua vocação religiosa a sério, é perseguido
pelos padres mais velhos, habituados como estavam a uma certa indisciplina.
Em 1737, é eleito Superior
Geral da Ordem, cujo ofício desempenhou até 1741, levando a cabo uma autêntica
renovação da vocação mariana dos seus confrades, segundo o espírito do
Fundador. Apelava à responsabilidade dos religiosos marianos com o objetivo de
revigorar a disciplina e a vivência da vida religiosa, insistindo
particularmente na prática da caridade. Outro ponto do seu programa de Superior
Geral foi procurar novas vocações para os Marianos. O seu campo de pastoral
vocacional foi a Boémia, fora da Polónia, donde vieram, num período de 3 anos,
22 novas vocações para os Marianos. Levava, assim, por diante aquilo a que se
tinha comprometido quando decidiu ser mariano: “Eu quero reparar o que o meu
irmão destruiu”.
De 1747 a 1750, exerce pela
segunda vez o cargo de Superior Geral, continuando a sua ação renovadora da
Ordem.
De 1750 a 1753, Frei Casimiro,
vive em Roma, exercendo o cargo de Procurador Geral (cuja função era tratar dos
assuntos da Ordem junto da Santa Sé). Enquanto aí se encontrava, recebe um
convite para os Marianos fundarem uma casa em Portugal. Cheio de alegria,
comunica-o imediatamente ao Superior Geral, na Polonia, dizendo-lhe que era uma
oportunidade a não perder. Vendo que o Superior Geral demorava a dar resposta a
um assunto tão urgente, e desejoso de estender a sua Ordem até Portugal, Frei
Casimiro oferece-se ele mesmo ao Superior Geral para esta missão, e é aceite.
O Servo de Deus chega a Lisboa
a 16 de outubro de 1753. Apesar de sofrer muitas afrontas da parte daquele que
o recebeu, Padre Salazar, não desiste. De fato, o referido padre não tinha
nenhuma intenção de ajudar a fundar uma comunidade de Marianos em Portugal, mas
de satisfazer as suas ambições pessoais. Frei Casimiro, ajudado por alguns
amigos, escreve para o Bispo de Miranda,
D. João da Cruz, apresentando-lhe a Ordem dos Marianos e pedindo-lhe para ser
admitido na comunidade dos Eremitas de Balsamão, sem Regra própria, mas abertos
a adotar uma. O Bispo, depois de falar com os Eremitas de Balsamão, respondeu
favoravelmente ao pedido de Frei Casimiro.
O Servo de Deus sai de Lisboa
no dia 28 de agosto de 1754 e chega a Balsamão no dia 6 de setembro de 1754.
Foi muito bem recebido pela Comunidade dos Eremitas de Balsamão, bem como pelas
autoridades do Município de Chacim.
O Senhor Bispo nomeia Frei
Casimiro superior dos Eremitas e autoriza-o a dar-lhes o hábito dos Marianos e
a admiti-los à profissão religiosa, ficando sob a jurisdição do Ordinário do
Lugar. A 13 de abril de 1755, dá o hábito e admite ao noviciado 5 portugueses e
aceita 2 novos candidatos. Frei Casimiro, depois de quase 3 anos de grande
dedicação, passando por muitas tribulações, tinha, agora, a alegria de ver
fundada a primeira comunidade dos Marianos em Portugal.
Frei Casimiro sofria da doença
da malária, da qual tinha tido algumas manifestações com o clima de Roma. Na
altura era considerada como febre cujo processo era rápido e tinha como
desfecho a morte.
Nas últimas horas, ele próprio
pede que lhe sejam administrados os sacramentos da Reconciliação e da
Eucaristia, e lhe seja dada a Unção dos Enfermos. Depois de os receber, diz: Nada
mais me falta; bendito seja Deus. Tinha cumprido a sua missão. Aos seus irmãos
noviços, reunidos à volta dele, dá-lhes a bênção e exorta-os à perseverança e
ao cumprimento ad Regra, e, vendo-os aflitos, diz-lhes: Não choreis. A
Santíssima Virgem é a vossa fundadora, e eu, quando deixar este corpo e a minha
alma for levada para Deus, com, por misericórdia de Deus e pelos méritos do meu
Salvador, espero, então vos serei mais útil. Repetindo as palavras bendito seja
Deus!, exalava o último suspiro e adormecia serenamente no Senhor, pelas 3 da
manhã do dia 21 de outubro de 1755. Após a sua morte.
A fama de santidade de Frei
Casimiro espalha-se logo após a sua morte.
PROCESSO DE BEATIFICAÇÃO
No dia 22 de outubro de 1763,
oito anos depois da morte de Frei Casimiro, teve início, na diocese de Miranda,
mais concretamente, em Chacim, na Residência Paroquial, o Processo Informativo
sobre a fama das virtudes, da santidade e dos milagres do Venerável Padre Frei
Casimiro de São José Wyszynski.
As testemunhas ouvidas nesse
Processo, que conviveram com Frei Casimiro, são unânimes em declarar que o
Venerável era um homem manso e humilde, paciente, cheio de bondade e
misericórdia para com todos. O agradável perfume que, durante alguns dias,
depois da sua morte, saía de seu quarto e também da sua sepultura, era sinal do
“bom perfume de Cristo” (2 Cor 2, 15) que Frei Casimiro testemunhou durante a
sua vida.
O Processo de beatificação,
interrompido pelas revoluções e perseguições à Igreja, seja em Portugal seja na
Polónia, foi retomado, em 1953, com bom êxito, podemos dizer, pois o Santo
Padre João Paulo II já declarou solenemente a heroicidade das suas virtudes, a
21 de dezembro de 1989, com as seguintes palavras: Consta que o Servo de Deus
Casimiro de S. José Wyszynski praticou as virtudes teologais, Fé, Esperança e
Caridade, quer para com Deus quer para com o próximo, bem como as cardeais,
Prudência, Justiça, Temperança e Fortaleza, e suas anexas, em grau heróico, no
caso e para o efeito de que se trata.
Hoje a sua santidade tem-se
espalhado através daquelas pessoas que visitam Balsamão e ficam tocadas pela
atmosfera que se respira junto do túmulo e no quarto. A devoção ao Frei
Casimiro continua viva.
Para a beatificação, falta,
agora, o reconhecimento de um milagre realizado por sua intercessão.
A figura de Frei Casimiro
apresenta-se-nos simpática e amiga. As palavras que ele disse antes de partir
para o Pai são muito consoladoras: Então (quando estiver no Pai), vos serei
mais útil. Este então é agora. Por isso, acreditando na comunhão dos santos em
Cristo, evocamos a sua amizade salvífica e a ela recorremos com confiança.
Peçamos, com confiança, ao
Senhor, por intercessão de Frei Casimiro, a cura de uma doença incurável à luz
da medicina, para obtermos a graça da beatificação de Frei Casimiro nos nossos
dias.
Comentários
Enviar um comentário