EUTANÁSIA por D. Manuel Clemente, cardeal patriarca de Lisboa Religiões têm o direito e o dever de se pronunciar, diz patriarca
EUTANÁSIA por D. Manuel Clemente, cardeal patriarca de Lisboa
Religiões têm o direito e o dever de se pronunciar, diz patriarca
Cardeal
patriarca assinou pelos católicos declaração contra morte assistida
| LEONARDO NEGRÃO /GLOBAL IMAGENS |
Cardeal
patriarca de Lisboa pede às comunidades religiosas que se posicionem sobre esta
matéria e aos deputados que tenham em conta as posições das igrejas e de outras
comunidades científicas
O
cardeal patriarca de Lisboa defendeu esta tarde na Academia das Ciências de
Lisboa que a eutanásia é "uma temática humana", como tal todas as
confissões religiosas devem posicionar-se sobre o assunto, lançando também um
apelo aos deputados da Assembleia da República, para que antes de votarem no
dia 29 os projetos de lei que estão em cima da mesa sobre a morte assistida,
tenham em conta a posição das igrejas e de outras entidades cientificas, como
do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida e da Ordem dos Médicos.
O
patriarca, que falava aos jornalistas à margem da conferência "Cuidar até
ao fim com compaixão", organizada pelo Grupo de Trabalho Inter-Religioso
para as questões da saúde, que integra as oito comunidades religiosas
representadas em Portugal, referiu que se vive um momento histórico, ou melhor,
"um momento significativo", pelo que iniciativas como esta que
levaram à assinatura de uma declaração conjunta contra a eutanásia "é de
louvar". "Saúdo esta iniciativa porque todos nós nos encontrámos no
essencial", disse, e quando, sublinhou, "se fala de vida há muito a
fazer".
D.
Manuel Clemente alertava para o facto de que a vida, à luz das religiões,
"é uma convivência, e sendo uma convivência quer viver." Por isso,
argumentou, que "a sociedade como um todo tem que acautelar a vida quando
esta está em perigo." O patriarca na conversa com os jornalistas defendeu
ainda "ser muito importante que as pessoas que querem acompanhar os seus
doentes em final de vida o possam fazer", numa alusão à importância de uma
rede eficaz e de acesso universal aos cuidados paliativos. Ideia, aliás, que
anteriormente tinha sido defendida por outros oradores durante a sessão que
reuniu católicos, judeus, ortodoxos, muçulmanos, hindus, budistas, evangélicos
e adventistas à mesma mesa e na assinatura de uma declaração contra a eutanásia
em qualquer uma das suas formas. Ecclesia
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