FÉ A força silenciosa e fecunda da fé cristã por ARTUR DE MATOS *


A força silenciosa e fecunda da fé cristã  por ARTUR DE MATOS *

O grão de trigo, caído na terra, morre, dando-se. O que parece uma perda faz-se ganho e fecundidade. Assim aconteceu e acontece com a fé cristã. Sempre pequenino rebanho (pusillus grex), os cristãos, desde os tempos apostólicos, passam despercebidos, muitas vezes excluídos, marginalizados, perseguidos, mortos. Só que – espantoso é! - quanto mais esmagados mais fecundos. Ainda hoje, em pleno seculo XXI, os cristãos continuam minoria no contexto da popula- ção mundial (34%, contando com todas as denominações cristãs; 17,5 % de católicos). Esta minoria, contudo, influenciou a nossa civilização europeia que, contra ventos e correntes, mantém o ADN da cultura judaico-cristã e não será fácil apagá-la tão cedo apesar das exclusões e dos silêncios. Minoria ainda, e talvez sempre, como o sal em minoria nos alimentos, mas que tempera, dá sabor e preserva da podridão, os cristãos do século XXI têm o privilégio de contar entre eles com homens, mulheres, jovens e crianças que são trigo puro a contagiar de beleza e de santidade a eira do mundo. Há uma minoria, dentro da grande minoria, que vive a sério a sua Fé num compromisso ousado com o bem comum, sem olhar a fronteiras nem a regimes. Minoria ativa e comprometida com a justiça e a liberdade dos povos, anunciando a dignidade da pessoa humana e denunciando todos os atropelos e opressões. Corajosamente fiéis à sua Fé, e movidos pelo Amor de Deus, chegam aonde outros não chegam, na frente da solidão e bem ao fundo dos porões da humanidade. O Amor de Deus rompe as barreiras da indiferença e eles avançam, sem medo, pelas amarguras dos seus irmãos, sem olhar a cor, religião, sexo, classe, etnia, doença, idade. São os homens e mulheres na ponta do progresso humano, pedindo meças a quem proclama o bem dos outros e se diz progressista, mas nem com um dedo arriscam sujar-se na miséria e nas chagas dos pobres lázaros. Estão lá, aqui, perto e ao longe, testemunhando o amor cristão, feito obras. São eles que fazem vir à tona do mundo o melhor da humanidade. Mas há cristãos, infelizmente muitos (diz o Papa Francisco, e também o dizem os números, que o Cristianismo é hoje a religião mais perseguida do mundo!) que para o serem assim, ousados, irmanados, no batalhão da frente, sofrem e morrem pela sua Fé. Ou desistem, ou renegam, ou são presos, privados da família, ou mortos. Acontece, porém, a surpresa de tantos e tantas, incluindo crianças, que antes preferem morrer que renegar um Amor que os move e impulsiona. Assim quando matam um cristão secam a fonte do amor. Todo o mundo perde. Honra à humanidade, glória a Deus que ainda nos concedem homens e mulheres da têmpera de antes quebrar que torcer. São eles que fecundam o mundo para o manter humano. In BOA NOVA junho 2018 p. 3

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