CRIANÇAS Igreja/Venezuela: Responsável da Cáritas denuncia sofrimento «de partir o coração», com morte de milhares de crianças


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Igreja/Venezuela: Responsável da Cáritas denuncia sofrimento «de partir o coração», com morte de milhares de crianças


Set 4, 2018 - 17:34
Irmã Maria José Gonzalez destaca impacto da crise alimentar, da pobreza e da imigração num país com forte presença portuguesa
Fátima, 04 set 2018 (Ecclesia) – A irmã Maria José Gonzalez, representante da Cáritas da Venezuela, denunciou hoje em Fátima o sofrimento “de partir o coração” que atinge a população do país sul-americano.
“É um sofrimento de partir o coração, porque atinge os mais vulneráveis, os que vão sofrer danos irreversíveis, as crianças até aos 5 anos. Pedimos que a comunidade internacional torne esta crise visível”, disse a religiosa católica, em declarações à Agência ECCLESIA e Rádio Renascença.
Segundo a responsável, cerca de 170 mil crianças morreram por falta de alimento desde o início da atual crise económica e política, tendo ainda regressado ao país doenças que se consideravam erradicadas, como a tuberculose ou a malária.
“A Venezuela vive agora uma das crises mais terríveis da sua história recente”, observa a irmã Maria José Gonzalez, denunciando a “pobreza extrema” da população, a “destruição da sua saúde” e a “violação dos seus direitos fundamentais”.
A imigração, um dos problemas mais visíveis nos últimos meses, chega agora às faixas “mais vulneráveis” da população, que deixam o país sem passaporte nem “possibilidade de sobreviver”.

A Cáritas da Venezuela está a desenvolver um programa de acompanhamento das crianças em situação de subnutrição, ao longo de 8 a 12 semanas, “para salvar vidas”, oferecendo ainda refeições à população necessitada.
A religiosa assinala que a sua presença em Portugal quer dar “visibilidade” ao sofrimento da população venezuelana, que conta com uma vasta comunidade de emigrantes portugueses.
Para a irmã Maria José Gonzalez, é essencial compreender que os venezuelanos não estão a imigrar para “fazer turismo”, mas é uma “imigração forçada”, que acontece com a consciência dos problemas causados na região.
A agenda da viagem, iniciada em Lisboa, inclui uma visita à Ilha da Madeira, de onde são provenientes muitos dos emigrantes portugueses atualmente radicados na Venezuela.
Em 2017, a Cáritas Portuguesa enviou um apoio de cerca de 50 mil euros para a sua congénere da Venezuela, no sentido de ajudar a uma resposta de emergência a cerca de 24 mil pessoas em situação de carência social e económica.
OC

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