FÁTIMA Simpósio do Clero: refletir sobre o padre como ministro e testemunha da alegria do Evangelho
FÁTIMA
Simpósio do Clero: refletir sobre o padre como ministro e testemunha da alegria do Evangelho
O
Simpósio do Clero 2018 em Portugal decorre de 3 a 6 de setembro em Fátima. Nos
25 anos deste evento, publicamos declarações do principal responsável pela
organização, D. António Augusto Azevedo, Presidente da Comissão Episcopal para
as Vocações e Ministérios
Rui
Saraiva – Porto
De
3 a 6 de setembro, deste ano de 2018, terá lugar em Fátima mais um Simpósio do
Clero que completa 25 anos desde a sua primeira edição. Sacerdotes vindos de
todas as dioceses de Portugal encontram-se para refletir sobre a figura do
padre enquanto ministro e testemunha da alegria do Evangelho.
Para
as bodas de prata deste importante evento seguiu-se uma rica e intensa
ordem de trabalhos. Sobre isto falou à reportagem do jornal Voz Portucalense, o
bispo auxiliar do Porto, D. António Augusto Azevedo que é o Presidente da
Comissão Episcopal para as Vocações e Ministérios. Publicamos aqui essa entrevista:
P:
Qual é o grande objetivo do Simpósio do Clero na edição deste ano?
R:
O Simpósio do Clero é uma iniciativa da Igreja em Portugal, que completa este
ano 25 anos e que de 3 em 3 anos é um espaço de encontro dos padres de
Portugal. Por outro lado é também um espaço de reflexão sobre os grandes temas,
as grandes questões e problemáticas que se colocam ao clero de um modo geral.
P:
Nestes 25 anos foi sempre importante a existência deste espaço de encontro?
R:
Eu julgo que sim. Recordo-me perfeitamente da primeira edição. Foi importante,
porque as questões ligadas à vida dos presbíteros no período pós concílio foram
sempre questões de renovação e que estiveram sempre em cima da mesa. E,
evidentemente, que é importante ir aprofundando. Naturalmente, em alguns
períodos valoriza-se mais uma dimensão pastoral, noutros valoriza-se uma
dimensão mais espiritual, noutros aprofundando questões de um ponto de vista
humano e social. Questões variadas mas todas concorrem para configurar um
perfil daquilo que será um presbítero no século XXI.
P:
Destaque no primeiro dia para a visão da Papa sobre os sacerdotes. O Papa tem
sido muito exigente com os sacerdotes quando fala com eles em todo o mundo e
também em Roma…
R:
Este ano o Simpósio abrirá com uma comunicação do Cardeal Beniamino Stella,
prefeito da Congregação para o Clero, o que para nós uma grande oportunidade
tê-lo cá. E ele vai fazer uma comunicação sobre as intervenções do Papa
Francisco acerca da vida dos presbíteros. E têm sido muitas e variadas. Certamente
exigentes, mas daquela exigência que apela para o essencial. Portanto,
exigência que tem a ver com a necessidade de uma conversão evangélica. No fundo
creio eu que o Papa o que pretende é que haja uma renovação da vida dos
presbíteros para corresponderem mais aquilo que entende serem as necessidades
da Igreja de hoje e as necessidades da missão da Igreja.
P:
Ainda há pouco tempo um padre foi condenado no Tribunal do Vaticano a 5 anos de
prisão. São coisas que, por um lado nos deixam apreensivos e tristes, mas por
outro, felizes porque significa que a hierarquia está atenta e, sobretudo
procura que a verdade venha sempre ao de cima…O que tem a dizer sobre isto?
R:
Eu diria que estes tempos foram tempos em que muitas vezes as atitudes e
acontecimentos, à volta da vida dos padres, foram mediatizados pela negativa.
Coisas menos positivas mas a par disso há certamente testemunhos grandíssimos
de santidade e de dedicação e isso há que destacar e sublinhar. Evidentemente,
que estes tempos mais recentes foram de purificação. Portanto, uma purificação
em alguns casos um pouco mais dura e traumática, mas necessária para que se
volte a reencontrar o essencial do ministério. Eu creio que o Papa Francisco
nas suas intervenções e nos seus documentos tem-nos desafiado muito a
reencontrar o valor e o lugar essencial do ministério na vida da Igreja. E isso
é muito estimulante e desafiante e creio que começará a dar os seus frutos.
Esta
purificação era necessária, porque havia situações que não estariam bem, da
mesma forma que há coisas na formação também a ajustar. A esse propósito, no
segundo dia do Simpósio sublinharia duas dimensões: uma é a da formação
sacerdotal para a qual teremos a pessoa mais competente a nível mundial que é
D. Jorge Carlos Patrón Wong, também da Congregação para o Clero, que falará a
partir da nova ratio fundamentalis, isto é, o novo documento
orientador da formação dos seminários; na tarde desse dia teremos também o nome
muito conhecido da espiritualidade sacerdotal, o padre Pablo d’Ors, da
Associação Amigos do Deserto, que virá de Espanha falar sobre a vida espiritual
ligada ao sacerdócio.
P:
E depois no terceiro dia os testemunhos, que são fundamentais para
reencontrarmos essa disponibilidade do serviço sacerdotal…
R:
De facto a parte final do Simpósio andará muito à volta de testemunhos
concretos. Ou seja, para não corrermos o risco de que estes encontros fiquem
apenas num plano das ideias, das teorias e dos princípios, mas aterrem um
bocadinho na realidade concreta. E essa realidade em Portugal é muito rica,
muito diversificada e muito poliédrica. Portanto, teremos testemunhos de padres
em diversas situações, sejam elas nos meios mais urbanos, sub urbanos, rurais,
e também testemunhos da presença e do trabalho pastoral de padres noutros
ambientes muito específicos, tais como, os hospitais, as prisões, as escolas.
Era
D. António Augusto Azevedo, Presidente da Comissão Episcopal para as Vocações e
Ministérios em Portugal, falando sobre o Simpósio do Clero. Este evento, neste
ano de 2018, completa 25 anos desde a sua primeira edição. Vai dedicar-se ao
tema: “O padre, ministro e testemunha da alegria do Evangelho”. Em Fátima de 3
a 6 de setembro este é um importante espaço de encontro, reflexão e debate da
Igreja em Portugal.
Laudetur
Iesus Christus
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