FUNCHAL “Ser cristão, viver em missão”. Mensagem no início do ano pastoral 2018-2019
FUNCHAL
“Ser cristão, viver em missão”.
Mensagem no início do ano pastoral 2018-2019
Por autor
29 Setembro, 2018
Foto: Duarte Gomes
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O Santo Padre, o Papa
Francisco, desafiou toda a Igreja a viver um Mês Missionário Extraordinário, em
outubro de 2019, tendo como objetivo despertar para uma maior consciência da
missão e retomar com novo impulso a transformação missionária da vida e da pastoral.
Acolhendo a proposta do Papa, os Bispos da Conferência Episcopal Portuguesa
alargaram esse desafio, para que toda a Igreja portuguesa possa viver, de
outubro de 2018 a outubro de 2019, um Ano Missionário. Entre nós, este ano
coincide com os 600 anos dos descobrimentos da ilha da Madeira e do Porto
Santo, comemoração que celebra um passo importante do nosso contributo na
missão de anunciar o Evangelho.
Em caminhada para o
próximo Sínodo dos Bispos (Roma, outubro 2018), a nossa Diocese procurou viver um
ano pastoral centrado na maior atenção aos jovens, com o tema “Diocese do
Funchal: Igreja jovem com os jovens”, um ano que ficará sempre como desafio
para a Igreja e para os jovens, tomando em atenção, as conclusões, orientações
e demais frutos do Sínodo. Continuaremos, agora, a nossa caminhada, neste ano
pastoral de 2018/2019, correspondendo ao desafio do Papa Francisco e da
Conferência Episcopal Portuguesa, centrando a nossa ação pastoral num ano
especialmente dedicado à Missão.
Trata-se, sem dúvida, de
uma excelente oportunidade pastoral para reanimar o espírito missionário na
nossa Diocese, nas diversas paróquias, comunidades e grupos, dos adultos aos
jovens e crianças, e numa maior abertura à Igreja Universal. Ninguém pode ficar
de fora nesta caminhada comum de redescobrir e viver a beleza da nossa vocação
batismal e a alegria de testemunhar Cristo no mundo. Ser batizado é sempre e ao
mesmo tempo uma exigência de viver a fé e a consciência de ser enviado em
missão.
A Igreja do Funchal quer
associar-se, de todo o coração, ao Santo Padre e aos Bispos em comunhão com
ele, dispersos por todo o mundo, empenhando-se na renovação da vida pastoral,
através de um programa que se propõe colocar o sentido da missão em todas as
nossas iniciativas, numa verdadeira Igreja “em saída” e em “estado permanente
de missão”, como nos diz o Papa Francisco, e sempre numa dinâmica de conversão
pastoral, onde a opção missionária esteja presente como alma da vida da Igreja
(Alegria do Evangelho, 27).
Devemos, pois, em
Igreja, aceitar o grande desafio que o Papa coloca a cada um de nós: “Convido
todos a serem ousados e criativos nesta tarefa de repensar os objetivos, as
estruturas, o estilo e os métodos evangelizadores das respetivas comunidades”
(AE, 33). Trata-se de colocar a Missão de Jesus no coração da própria Igreja,
transformando-a em critério para medir a eficácia das estruturas, os resultados
do trabalho, o empenho dos seus ministros e a alegria que são capazes de
suscitar, porque sem alegria não se atrai ninguém (Cf. Nota da CEP, Todos, tudo
e sempre em Missão).
A Igreja nasce da Missão
e não pode entender-se nem realizar-se sem anunciar o Evangelho, sem cumprir o
mandamento do Senhor aos Apóstolos: “Ide e anunciai…”. Devemos anunciar a Boa
Nova de Jesus Cristo com todo o coração, com alegria e, acima de tudo, através
do testemunho da própria vida.
A presente proposta de
Programa Pastoral não quer menosprezar a identidade própria e o programa
específico dos secretariados diocesanos, arciprestados e paróquias, institutos
de vida consagrada, grupos e movimentos apostólicos, mas pretende, isso sim,
inspirar, apoiar, potenciar e integrar a nossa ação pastoral num projeto
conjunto de Igreja, gerando verdadeiros dinamismos de unidade e maior eficácia
pastoral. As linhas e objetivos pastorais, que a seguir se apresentam, resultam
da reflexão, discernimento e partilha, realizados em diversos momentos e
âmbitos da Igreja diocesana.
Que Maria, Mãe de Jesus
e nossa Mãe, seja para todos nós modelo d’Aquela que é Feliz, porque acreditou
e porque levou apressadamente a feliz notícia de transportar Jesus no seu seio
e servir com generosidade. Possa a Igreja Diocesana ir “apressadamente”, com
entusiasmo crescente, a todos os corações e lugares, anunciando e dando Deus,
que é a alegria e a salvação do mundo. Que Maria, Mãe de Deus, nos abençoe, nos
faça viver como bons cristãos e nos ajude a viver sempre em missão. É o nosso
lema: “Ser Cristão, Viver em Missão”.
Funchal, 29 de setembro
de 2018
† António Carrilho,
Bispo do Funchal
PROGRAMA DIOCESANO DE PASTORAL
2018-2019
Propostas de linhas pastorais
operativas
Tema – “Ser Cristão, Viver em
Missão”
I – Encontro pessoal com Jesus Cristo:
1 –
Reavivar a consciência de ser batizado e enviado em missão;
2 –
Fomentar a participação e vivência da celebração da Eucaristia;
3 –
Revigorar as nossas Festas em honra ao Santíssimo Sacramento;
4 –
Proporcionar momentos de oração, recoleção e retiros para os leigos durante os
principais tempos litúrgicos;
5 –
Criar grupos de meditação e vivência da Palavra de Deus;
6 –
Valorizar a oração dos Salmos e da Liturgia das Horas;
7 –
Promover a oração pelas missões e pelos missionários;
II – O testemunho dos santos e missionários:
1 –
Conhecer a vida e o testemunho dos padroeiros das Missões;
2 –
Valorizar o testemunho de alguns missionários que tiveram um papel relevante na
evangelização das nossas ilhas;
3 –
Conhecer a vida de missionários que da nossas ilhas partiram para outros
continentes;
4 –
Valorizar, ao longo do ano, datas de maior expressão missionária;
III – Reflexão e formação:
1 –
Assegurar a preparação dos pais e padrinhos para o Batismo;
2 –
Proporcionar cursos de formação Bíblica;
3 –
Promover a formação dos acólitos, leitores e ministros extraordinários da
Comunhão.
4 –
Incentivar a participação dos noivos nos cursos de preparação para o
Matrimónio;
5 –
Promover a leitura e o estudo dos documentos do magistério sobre as missões:
Evangelii nuntiandi (Paulo VI), Redeptoris Missio (João Paulo II), A Alegria do
Evangelho (Papa Francisco).
6 –
Reativar o Departamento de Iniciação cristã dos Adultos e Secretariado de
animação Missionária.
IV – Caridade Missionária:
1 –
Celebrar o Ano extraordinário da Missão nas diversas instâncias pastorais;
2 –
Contar com o apoio dos materiais preparados pela Comissão Episcopal das
Missões: Agarra o desafio da missão (Guião 2018/2019) e o guião específico para
a participação das crianças (infância missionária);
3 –
Formar pessoas e grupos de voluntários para a missão nas nossas comunidades, em
espírito de “saída” ao encontro de todos;
4 –
Intensificar o esforço de ação social e caritativa da Igreja, nas paróquias,
grupos e movimentos;
5 –
Incentivar o conhecimento e a participação dos leigos nos diversos grupos e
movimentos, que já trabalham nas comunidades paroquiais.
V – Concretização das linhas pastorais operativas
– À
responsabilidade de cada Paróquia, Movimento e Obra;
– À
responsabilidade dos Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida
Apostólica;
– À
responsabilidade de cada Arciprestado;
– À responsabilidade
da Diocese e respetivos Secretariados.
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