SÍNODO 2018 (2) JOVENS: Papa lança Igreja ao encontro dos jovens, sem medo de superar barreiras e «preconceitos»
SÍNODO 2018 (2)
JOVENS: Papa lança Igreja ao
encontro dos jovens, sem medo de superar barreiras e «preconceitos»
Out 3, 2018 - 9:24 Ecclesia
Missa
na Praça de São Pedro marcou início da 15ª assembleia sinodal ordinária
O Papa defendeu hoje no Vaticano a necessidade de uma Igreja
Católica capaz de falar aos jovens, sem barreiras nem preconceitos, dando
início a uma assembleia do Sínodo dos Bispos dedicada às novas gerações.
“Começamos um novo encontro
eclesial capaz de ampliar horizontes, dilatar o coração e transformar as
estruturas que hoje nos paralisam, separam e afastam dos jovens, deixando-os
expostos às intempéries e órfãos duma comunidade de fé que os apoie, dum horizonte
de sentido e de vida”, declarou, na homilia da Missa a que presidiu na Praça de
São Pedro, perante milhares de pessoas.
A 15ª assembleia geral
ordinária do Sínodo dos Bispos, com o tema ‘Os jovens, a fé e o discernimento
vocacional’, decorre de hoje a 28 de outubro, por decisão do Papa.
Francisco desejou que “a
riqueza e beleza do Evangelho seja fonte de constante alegria e novidade”.
“Sabemos que os nossos jovens
serão capazes de profecia e visão, na medida em que nós, adultos ou já idosos,
formos capazes de sonhar e assim contagiar e partilhar os sonhos e as
esperanças que trazemos no coração”, observou.
O Papa arremeteu contra os
“profetas de calamidades e desgraças”, propondo um discurso de esperança, capaz
de “derrubar as situações de precariedade, exclusão e violência” que afetam os
jovens.
“Fruto de muitas das decisões
tomadas no passado, os jovens chamam-nos a cuidar, com maior empenho e
juntamente com eles, do presente e a lutar contra aquilo que de algum modo
impede a sua vida de crescer com dignidade”, prosseguiu.
A intervenção desejou uma
dinâmica inteligente, entusiasta e cheia de esperança”, que ajude a libertar os
jovens das “mãos de tantos traficantes de morte que oprimem a sua vida e
obscurecem a sua visão”.
Isto exige de nós que
estejamos atentos e nos precavamos bem para não prevalecer a lógica da
autopreservação e da autorreferência, que acaba por tornar importante o que é
secundário, e secundário o que é importante”, disse o pontífice aos
participantes no Sínodo 2018.
O Papa pediu para todos “o dom
da escuta sincera, orante e, o mais possível, livre de preconceitos”, para
evitar a tentação de “cair em posições moralistas ou elitistas”.
A homilia citou a mensagem do
Concílio Vaticano II aos jovens: “É em nome deste Deus e de seu Filho Jesus que
vos exortamos a alargar os vossos corações a todo o mundo, a escutar o apelo
dos vossos irmãos e a pôr corajosamente ao seu serviço as vossas energias
juvenis”.
A assembleia sinodal conta
pela primeira vez com a presença de dois bispos católicos da China, após o
acordo provisório entre a Santa Sé e Pequim que visa regularizar a situação da
comunidade eclesial no país asiático.
Hoje, pela primeira vez, estão
connosco também dois irmãos Bispos da China continental, a quem damos as nossas
calorosas boas-vindas. Graças à sua presença, é ainda mais visível a comunhão
de todo o Episcopado com o Sucessor de Pedro”, disse Francisco, visivelmente
emocionado, numa intervenção sublinhada pelos presentes com uma salva de
palmas.
A assembleia sinodal, com a
presença de vários jovens, é marcada este ano por várias novidades, tendo sido antecedida por um inquérito
global online e uma reunião pré-sinodal com a presença de jovens de outras
religiões ou agnósticos. OC|Ecclesia
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