SÍNODO 2018-3 : « Deixemos para trás preconceitos e estereótipos» – Papa Francisco
SÍNODO 2018-3
: « Deixemos para trás preconceitos e
estereótipos» – Papa Francisco
Out 3, 2018 - 16:14
Primeira reunião geral da
assembleia sobre os jovens marcada por apelo à escuta e ao debate
O Papa disse
hoje no Vaticano que a nova assembleia sinodal, agora iniciada, deve apresentar
um novo discurso em relação aos jovens e aos futuro, com atenção à realidade
concreta, para superar “estereótipos”.
“Deixemos para trás
preconceitos e estereótipos. Um primeiro passo rumo à escuta é libertar as
nossas mentes e os nossos corações de preconceitos e estereótipos: quando
pensamos já saber quem é o outro e o que quer, então teremos verdadeiramente
dificuldade em escutá-lo seriamente”, apelou, na abertura da primeira reunião
geral do Sínodo dos Bispos 2018, dedicado às novas gerações.
Francisco sublinhou o
trabalho dos últimos dois anos, na preparação para esta assembleia sinodal, e
agradeceu a participação dos jovens, convidando-os a acreditar na Igreja
Católica.
A assembleia sinodal
conta com 267 representantes dos episcopados católicos, além de especialistas e
convidados, entre eles 34 jovens, com idades dos 18 aos 29 anos.
“O caminho de
preparação para o Sínodo ensinou-nos que o universo juvenil é tão variado que
não pode estar aqui totalmente representado, mas vós sois seguramente um sinal
importante daquele. A vossa participação enche-nos de alegria e esperança”,
disse o Papa.
O pontífice renovou o
seu apelo a um debate sinodal sem medo, com diálogo e abertura à crítica
honesta, “ao contrário das bisbilhotices inúteis, das murmurações, das ilações
ou dos preconceitos”.
O Sínodo deve ser um exercício de diálogo, antes de mais nada entre os
que participam nele. E o primeiro fruto deste diálogo é cada um abrir-se à
novidade, estar pronto a mudar a sua opinião face àquilo que ouviu dos outros”.
Francisco destacou a
necessidade do “discernimento” – rejeitando que esta seja “uma moda deste
pontificado” – como sinal de uma Igreja “à escuta e em caminho”, que se deixa
interpelar pelos jovens e a sua realidade.
O Papa apelou ao diálogo entre gerações e disse que é
preciso superar, na Igreja, “o flagelo do clericalismo” e o “vírus da
autossuficiência e das conclusões precipitadas de muitos jovens”.
“Repudiar e rejeitar
tudo o que foi transmitido ao longo dos séculos leva apenas àquele perigoso
extravio que está, infelizmente, a ameaçar a nossa humanidade; leva ao estado
de desilusão que invadiu os corações de gerações inteiras”, advertiu.
Francisco convidou a
viver sem medo do futuro, desejando que o Sínodo produza não só um documento –
“que geralmente é lido por poucos e criticado por muitos”, lamentou -, mas
sobretudo” propósitos pastorais concretos, capazes de realizar a tarefa do
próprio Sínodo, que é fazer germinar sonhos, suscitar profecias e visões”.
A 15ª assembleia
geral ordinária do Sínodo dos Bispos, com o tema ‘Os jovens, a fé e o
discernimento vocacional’, decorre de hoje a 28 de outubro, por decisão do Papa
Francisco.
O encontro conta pela
primeira vez com a presença de dois bispos católicos da China, após o acordo
provisório entre a Santa Sé e Pequim que visa regularizar a situação da
comunidade eclesial no país asiático.
A Conferência
Episcopal Portuguesa (CEP) está representada pelos presidentes das Comissões
que acompanham Pastoral Juvenil e Vocações: D. Joaquim Mendes – bispo auxiliar
de Lisboa e presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família – e D.
António Augusto Azevedo – bispo auxiliar do Porto e presidente da Comissão
Episcopal das Vocações e Ministérios.
OC
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