Auto-flagelação: O REINO DE DEUS E A AUTOFLAGELAÇÃO
sábado, 3 de novembro de 2018 (Blog de Chapadinha-Maranhão)
Isto vale também e do mesmo
modo para a ideia de sermos desprezados por Deus. É pensar assim: eu sou
desprezado por Deus porque sou pecador, eu tenho que me desprezar.
Quem sabe, para evitar que
Deus não vá me castigar eu mesmo vou me castigar a mim mesmo e autoflagelar.
Páre com isso, mude sua ideia! O reino de Deus é que você é importante e não
tem nenhuma dívida para com Deus.
Aquele que numa sociedade é
deixado à margem como sendo nada, e encontra alguém como Jesus que lhe vem ao
encontro com boas intenções e lhe oferece lugar à mesa, a pessoa humilhada,
desprezada e repudiada que recebe de alguém as boas-vindas e por ele ele é
acolhida e toma com ele um refrigerante sente-se animada em sua humanidade e
definitivamente aceita, e volta a sorrir. Isso é o reino de Deus.
Assim é renunciar afinal aso
critérios de valor de uma sociedade que tanto humilha e entrar numa nova
situação em que se assume e se dá conta de real libertação.
No dizer de E.Schillebeeckx o
fato que ele mais admirou é que o lugar onde mais se ri, se dança e de festeja
situa-se entre os latino americanos, e isto situa-se claramente na linha da
bem-aventurança de Jesus: O reino de Deus pertence já agora aos pobres que
descobriram o seu valor pela teologia da libertação.
Esta bem-aventurança não é
consolo bíblico para mantê-los calmos e pacíficos, mas constitui atitude de
levantar a cabeça contra uma sociedade violenta como filhos especialmente
amados por Deus.
Não é pena dos pobres por
causa da sua pobreza e ignomínia, porque a ignomínia não reside neles, mas nas
estruturas de que eles são vítimas.
Ao alimentar a multidão com
alguns pães e peixes o evangelho quer deixar claro que no reino de Deus vigora
a partilha fraterna e não a lei ou a vontade do sistema social pelo qual os
pobres tornam-se cada vez mais pobres, e os ricos cada vez mais ricos.
A multiplicação, a Ceia e a
eucaristia da missa têm aqui o seu enfoque maior, como afirma o n.185 do
documento “Alegria do Amor” do Papa Francisco
“ Culpa e repressão provocam
compulsão e tara. Jesus Não tinha pauta ideológica contra os pecadores” (Caio
Fábio).
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