NATAL Papa convida a preparar o Natal com os olhos nas vítimas da fome e da guerra
NATAL
Papa
convida a preparar o Natal com os olhos nas vítimas da fome e da guerra
Dez 2, 2018 - 11:42
Francisco associa-se a campanha em favor das crianças na Síria
Cidade do Vaticano, 02 dez 2018 (Ecclesia) – O Papa disse hoje no Vaticano
que os católicos devem preparar o Natal com os olhos postos nas vítimas da fome
e da guerra, tendo-se associado simbolicamente a uma campanha internacional em
favor das crianças na Síria.
“O Advento convida-nos a um compromisso de vigilância, olhando para fora de
nós mesmos, alargando a mente e o coração para abrir-nos às necessidades dos
irmãos e ao desejo de um mundo novo: é o desejo de tantos povos martirizados
pela fome, pela injustiça e a guerra; é o desejo dos pobres, dos fracos, dos
abandonados”, advertiu, desde a janela do apartamento pontifício.
Perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, para a
recitação do ângelus, Francisco assinalou o início de um novo ano litúrgico na
Igreja Católica, com o tempo do Advento, os quatro domingos que antecedem o
Natal, que apresentou como “tempo de esperança”.
“Neste momento, gostaria de tomar como minha a esperança de paz das
crianças da amada Síria, martirizada por uma guerra que dura há já 8 anos”,
declarou depois o Papa, associando-se a uma iniciativa solidária da fundação
pontifícia ‘Ajuda à Igreja que Sofre’, ao acender uma vela, num gesto repetido em
vários países do mundo por crianças sírias e comunidades católicas.
Segundo a AIS, mais de 5 milhões de crianças e adolescentes, desde o
pré-escolar até ao secundário, “precisam urgentemente de apoio especializado
para ultrapassar o trauma da guerra”.
A campanha de solidariedade inclui 32 novos projetos, no valor de 1,8
milhões de euros, que se somam a outros já em andamento, que visam possibilitar
a normalização da vida comunitária.
Francisco deixou votos de que estas “chamas de esperança” ajudem a eliminar
as “trevas da guerra”.
Rezemos e ajudemos os cristãos a
permanecer na Síria e no Médio Oriente, como testemunhas de misericórdia, de
perdão e de reconciliação. Que a chama da esperança chegue também a todos os
que sofrem, por estes dias, conflitos e tensões em diversas partes do mundo,
próximas e longínquas”.
O Papa pediu que esta oração desperte as consciências para “um compromisso
sincero em favor da paz”.
“Que Deus Nosso Senhor perdoe aos que fazem a guerra, os que fazem as armas
para a destruição e converta os seus corações”, declarou, antes de recitar uma
Ave-Maria pela paz, com os peregrinos reunidos no Vaticano.
No primeiro domingo do Advento, o pontífice alertou para os perigos de um
Natal do “consumismo”, centrado no que se pode ou não comprar, e de “festa
pagã”, referindo que, assim, Jesus “passará” sem ser encontrado.
“Nós esperamos Jesus e queremos esperá-lo na oração, que está estreitamente
ligada à vigilância”, precisou.
Francisco alertou para o perigo de “paganizar” a prática cristã, desejando
que estas quatro semanas sejam um tempo especial, para “deixar um modo de viver
resignado e costumeiro” e alimentar “esperanças e sonhos para um futuro novo”.
Vigiar e rezar: eis como viver
este tempo, de hoje até ao Natal. O adormecimento interior nasce do andar
sempre à volta de nós mesmos e de ficar fechados na própria vida, com os seus
problemas, as suas alegrias e as suas dores”.
O Papa despediu-se com votos de “bom domingo e bom caminho de Advento” para
todos.
OC
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