QUARESMA Jesus fez-Se pobre, para nos enriquecer com a sua pobreza Por P. ARMANDO SOARES
Mensagem Quaresmal 2014
Jesus fez-Se pobre, para nos enriquecer com a sua pobreza por P. ARMANDO SOARES
O Papa Francisco com a sua mensagem ajuda-nos a celebrar nossa caminhada para a Páscoa. Como motivo inspirador tomou a frase de São Paulo: Conheceis bem a bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, «sendo rico, Se fez pobre por vós, para vos enriquecer com a sua pobreza» (2 Cor 8, 9). O Apóstolo escreve aos cristãos de Corinto encorajando-os a serem generosos na ajuda aos fiéis de Jerusalém que passam necessidade. A nós, cristãos de hoje, que nos dizem estas palavras de São Paulo? Dizem-nos, antes de mais nada, qual é o estilo de Deus. Cristo, o Filho eterno de Deus, igual ao Pai em poder e glória, fez-Se pobre; desceu ao nosso meio, aproximou-Se de cada um de nós; despojou-Se, «esvaziou-Se», para Se tornar em tudo semelhante a nós (cf. Fil 2, 7; Heb 4, 15).
A encarnação de Deus é o grande mistério. Mas, a razão de tudo isso é o amor divino: não hesita em doar-
-Se e sacrificar-Se pelas suas amadas criaturas. A caridade, o amor é partilhar, em tudo, a sorte do amado. O amor torna semelhante, cria igualdade, abate os muros e as distâncias. Foi o que Deus fez connosco. Na realidade, Jesus «trabalhou com mãos humanas, pensou com uma inteligência humana, agiu com uma vontade humana, amou com um coração humano. Nascido da Virgem Maria, tornou-Se verdadeiramente
um de nós, semelhante a nós em tudo, excepto no pecado» (Gaudium et spes, 22).
A finalidade de Jesus Se fazer pobre não foi a pobreza em si mesma, mas – como diz São Paulo – «para vos enriquecer com a sua pobreza ». Isto é uma síntese da lógica de Deus: a lógica do amor, a lógica
da Encarnação e da Cruz. Quando Jesus desce às águas do Jordão e pede a João Baptista para O baptizar,
não o faz porque tem necessidade de penitência, de conversão; mas fá-lo para Se colocar no meio do povo necessitado de perdão, no meio de nós pecadores, e carregar sobre Si o peso dos nossos pecados. Este foi o caminho que Ele escolheu para nos consolar, salvar, libertar da nossa miséria. Faz impressão ouvir o Apóstolo dizer que fomos libertados, não por meio da riqueza de Cristo, mas por meio da suapobreza. Em que consiste então esta pobreza com a qual Jesus nos liberta e torna ricos? É precisamente o seu modo
de nos amar, o seu aproximar-Se de nós como fez o Bom Samaritano
com o homem abandonado meio morto na berma da estrada (cf. Lc 10, 25-37). Aquilo que nos dá verdadeira liberdade, verdadeira salvação e verdadeira felicidade é o seu amor de compaixão, de ternura
e de partilha. A pobreza de Cristo, que nos enriquece, é Ele fazer-Se carne, tomar sobre Si as nossas fraquezas, os nossos pecados, comunicando- nos a misericórdia infinita de Deus. A pobreza de Cristo é a
maior riqueza: Jesus é rico de confiança ilimitada em Deus Pai, confiando- Se a Ele em todo o momento, procurando sempre e apenas a sua vontade e a sua glória. É rico como o é uma criança que se sente
amada e ama os seus pais, não duvidando um momento sequer do seuamor e da sua ternura.
Jesus fez-Se pobre, para nos enriquecer com a sua pobreza por P. ARMANDO SOARES
O amor torna semelhante, cria igualdade, abate os muros e as distâncias |
O Papa Francisco com a sua mensagem ajuda-nos a celebrar nossa caminhada para a Páscoa. Como motivo inspirador tomou a frase de São Paulo: Conheceis bem a bondade de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, «sendo rico, Se fez pobre por vós, para vos enriquecer com a sua pobreza» (2 Cor 8, 9). O Apóstolo escreve aos cristãos de Corinto encorajando-os a serem generosos na ajuda aos fiéis de Jerusalém que passam necessidade. A nós, cristãos de hoje, que nos dizem estas palavras de São Paulo? Dizem-nos, antes de mais nada, qual é o estilo de Deus. Cristo, o Filho eterno de Deus, igual ao Pai em poder e glória, fez-Se pobre; desceu ao nosso meio, aproximou-Se de cada um de nós; despojou-Se, «esvaziou-Se», para Se tornar em tudo semelhante a nós (cf. Fil 2, 7; Heb 4, 15).
A encarnação de Deus é o grande mistério. Mas, a razão de tudo isso é o amor divino: não hesita em doar-
-Se e sacrificar-Se pelas suas amadas criaturas. A caridade, o amor é partilhar, em tudo, a sorte do amado. O amor torna semelhante, cria igualdade, abate os muros e as distâncias. Foi o que Deus fez connosco. Na realidade, Jesus «trabalhou com mãos humanas, pensou com uma inteligência humana, agiu com uma vontade humana, amou com um coração humano. Nascido da Virgem Maria, tornou-Se verdadeiramente
um de nós, semelhante a nós em tudo, excepto no pecado» (Gaudium et spes, 22).
A finalidade de Jesus Se fazer pobre não foi a pobreza em si mesma, mas – como diz São Paulo – «para vos enriquecer com a sua pobreza ». Isto é uma síntese da lógica de Deus: a lógica do amor, a lógica
da Encarnação e da Cruz. Quando Jesus desce às águas do Jordão e pede a João Baptista para O baptizar,
não o faz porque tem necessidade de penitência, de conversão; mas fá-lo para Se colocar no meio do povo necessitado de perdão, no meio de nós pecadores, e carregar sobre Si o peso dos nossos pecados. Este foi o caminho que Ele escolheu para nos consolar, salvar, libertar da nossa miséria. Faz impressão ouvir o Apóstolo dizer que fomos libertados, não por meio da riqueza de Cristo, mas por meio da suapobreza. Em que consiste então esta pobreza com a qual Jesus nos liberta e torna ricos? É precisamente o seu modo
de nos amar, o seu aproximar-Se de nós como fez o Bom Samaritano
com o homem abandonado meio morto na berma da estrada (cf. Lc 10, 25-37). Aquilo que nos dá verdadeira liberdade, verdadeira salvação e verdadeira felicidade é o seu amor de compaixão, de ternura
e de partilha. A pobreza de Cristo, que nos enriquece, é Ele fazer-Se carne, tomar sobre Si as nossas fraquezas, os nossos pecados, comunicando- nos a misericórdia infinita de Deus. A pobreza de Cristo é a
maior riqueza: Jesus é rico de confiança ilimitada em Deus Pai, confiando- Se a Ele em todo o momento, procurando sempre e apenas a sua vontade e a sua glória. É rico como o é uma criança que se sente
amada e ama os seus pais, não duvidando um momento sequer do seuamor e da sua ternura.
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