50ª Peregrinação Nacional da smbn a Fátima.Missionários alegres da Misericórdia por D. JOSÉ CORDEIRO *
50ª
Peregrinação Nacional Sociedade Missionária da Boa Nova
Missionários alegres da
Misericórdia por D. JOSÉ CORDEIRO *
Na
infância, comecei a crescer na fé com os Missionários da Boa Nova, na Missão de
Santo António do Dumbi, na Diocese do Sumbe em Angola. Com oito anos vim para
Portugal e guardo com muita alegria as belas recordações daquela Missão, onde
recebi a graça do Baptismo. Conhecer Jesus e segui-Lo é o desafio de todo o
discípulo-missionário.
E
o discípulo é como o Mestre determinou: «Se
alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e
siga-Me. Pois quem quiser salvar a sua vida, há-de perdê-la; mas quem perder a
sua vida por minha causa, salvá-la-á».
Jesus Cristo, o Bom Pastor, apresenta-se com uma missão
plena: «Eu vim para que tenham a vida e a vida em abundância» (Jo 10,10). Só
Nele a nossa missão é plena para o Bem comum e para a promoção e defesa da
dignidade da vida humana desde a sua concepção até à morte natural.
Na
exortação apostólica Evangelii Nuntiandi, somos interpelados pelo Beato Paulo
VI: «Conservemos o fervor do espírito;
conservemos a suave e reconfortante alegria de evangelizar, mesmo quando for
preciso semear com lágrimas! Que isto constitua para nós, como para João
Baptista, para Pedro e para Paulo, para os outros apóstolos e para uma multidão
de admiráveis evangelizadores no decurso da história da Igreja, um impulso
interior que ninguém nem nada possam extinguir. Que isto constitua, ainda, a
grande alegria das nossas vidas consagradas. E que o mundo do nosso tempo possa
receber a Boa Nova dos lábios, não de evangelizadores tristes, impacientes ou
ansiosos, mas sim de ministros do Evangelho cuja vida irradie fervor, pois
foram quem recebeu primeiro em si a alegria de Cristo, e são aqueles que
aceitaram arriscar a sua própria vida para que o reino seja anunciado e a
Igreja implantada no meio do mundo» (EN 80).
O próprio Papa Francisco faz-nos também sonhar ao escrever:
«Sonho com uma opção missionária capaz de transformar tudo, para que os
costumes, os estilos, os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial se
tornem um canal proporcionado mais à evangelização do mundo actual que à
auto-preservação. A reforma das estruturas, que a conversão pastoral exige, só
se pode entender neste sentido: fazer com que todas elas se tornem mais
missionárias, que a pastoral ordinária em todas as suas instâncias seja mais
comunicativa e aberta, que coloque os agentes pastorais em atitude constante de
“saída” e, assim, favoreça a resposta positiva de todos aqueles a quem Jesus
oferece a sua amizade» (EG 27).
A
missão ad gentes não tem fronteiras e por isso, com D. Hélder da Câmara, de
viva memória, somos igualmente interpelados: «Missão é partir, caminhar, sair
de si. É quebrar as crostas do egoísmo que nos fecha no nosso eu! Missão é não
nos deixar bloquear nos problemas do pequeno mundo a que pertencemos. A
Humanidade é maior. Missão é sempre partir, mas não devorar quilómetros. É
sobretudo abrir-se aos outros como irmãos, descobri-los e encontrá-los. E para
os descobrir e amar é necessário atravessar mares e voar pelos céus, então, até
aos confins do mundo!»
Peregrinamos
ao santuário de Fátima e sentimo-nos acolhidos pela Virgem Maria que aqui nos
transmite uma mensagem de paz, de graça e de misericórdia que nos centra no de Deus. O rosto deste coração é Jesus Cristo que veio para que tenhamos vida
em abundância (cf. Jo 10,10).
*
Homilia de D. José Manuel Cordeiro, Bispo de Bragança-Miranda, no Santuário de
Fátima no dia 19 de Julho 2016 na 50ª Peregrinação da SMBN. in VM out 2016
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