DIA MUNDIAL DO TURISMO Turismo e biodiversidade

O Dia Mundial do Turismo é comemorado a 27 de Setembro. Esta data foi instituída pela Organização Mundial do Turismo (OMT) em Setembro de 1979, com o objectivo de consciencializar a sociedade e a opinião pública sobre a importância que o turismo tem no âmbito económico das nações e na preservação dos bens culturais e do meio ambiente, tendo em conta a qualidade de vida, economia, hábitos quotidianos, etc. O tema escolhido para este ano foi «Turismo e biodiversidade», no âmbito de «2010 – Ano Internacional da Biodiversidade».
A escolhe deste tema tem por objectivo oferecer uma séria contribuição para a reflexão oportuna sobre as alterações climáticas que estão a ocorrer em todo o planeta.
Esta reflexão torna-se cada vez mais urgente “pelas repercussões sociais, económicas, ambientais e culturais da perda da diversidade biológica, incluídas as consequências adversas que entranha para a consecução dos objectivos do desenvolvimento do Milénio, e destacando a necessidade de adoptar medidas para inverter esta perda” (Organização das Nações Unidas, Resolução A/RES/61/203).
A ONU e organizações ambientais têm-se empenhado em esclarecer a sociedade sobre a importância da biodiversidade. Na verdade, “a biodiversidade, ou diversidade biológica, faz referência à grande riqueza de seres que vivem na Terra, assim como ao delicado equilíbrio de interdependência e interacção que existe entre eles e com o meio físico que os acolhe e condiciona”. Esta biodiversidade, como se sabe, traduz-se nos diferentes ecossistemas, dos quais são um bom exemplo os bosques, os pantanais, as savanas, as selvas, o deserto, os recifes de corais, as montanhas, os mares, ou as zonas polares. Sobre esta imensa riqueza pendem três grandes ameaças: a mudança climática, a desertificação e a perda da biodiversidade, a um ritmo sem precedentes. Estudos recentes indicam que, a nível mundial, estão ameaçadoas ou em perigo de extinção 22% dos mamíferos, 31% dos anfíbios, 13,6% das aves e 27% dos recifes (Cf-.C. Vié, C. Hilton-Taylor and S. N . Stuart (eds), Wildlife in a Changinh Word).
Há sectores de actividade humana que contribuem de forma decisiva para estas mudanças, entre as quais, o turismo. Segundo dados da OMT, os turistas internacionais foram de 534 milhões em 1995, e 682 milhões em 2000 e as previsões são de 1006 milhões para o ano de 2010 e de 1561 milhões em 2020. O forte crescimento deste sector económico comporta alguns importantes efeitos na conservação e e uso sustentável da biodiversidade, com o consequente perigo de se transformar numa séria ameaça ao meio ambiental, especialmente pelo consumo desmedido de recursos limitados ( como a água potável e o território) e pela grande geração de contaminação e resíduos, superando as quantidades que seriam assimiláveis por uma determinada zona.
Na sua mensagem para esse dia, a Santa Sé alertou para o zelo que as autoridades competentes devem colocar para que o progresso gerado pelo turismo não se transforme em destruição da biodiversidade. A Santa Sé afirmou que “sente o seu peso de responsabilidade pela criação e deve fazer valer esta responsabilidade também na esfera pública. Ao fazê-lo, não tem apenas de defender a terra, a água e o ar, como dons da criação que pertencem a todos, mas deve sobretudo proteger o homem da destruição de si mesmo”. Lembra ainda a responsabilidade do ser humano na preservação de um ambiente íntegro e sadio para todos, a partir do convencimento que “a tutela do ambiente constitui um desafio para toda a humanidade: trata-se do dever, comum e universal, de respeitar um bem de todos”.
Afirmou ainda a Santa Sé: “É urgente e necessário encontrar um equilíbrio entre o turismo e a biodiversidade biológica, em que ambos se apoiem mutuamente, de modo que desenvolvimento económico e protecção do ambiente não apareçam como elementos opostos e incompatíveis, mas tenda a conciliar as exigências de ambos”.
Pede aos turistas que não estraguem toda esta imensa riqueza, antes a respeitem. Devem informar-se sobre os benefícios reais que comporta a conservação da biodiversidade, e deixarem-se educar para contribuir para que o turismo seja sustentável e compatível com a defesa da biodiversidade” AJC – ZENIT

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