NUNO ÁLVARES PEREIRA herói e santo
O Papa Bento XVI canonizou no dia 26 de Abril o Beato Nuno Álvares Pereira. A notícia foi recebida com alvoroço, passou pela TV e RR e veio em quase todos os jornais. Foi beatificado em 1918 por Bento XV e desde aí em Portugal celebrávamos sua festa no dia 6 de Novembro de cada ano. Com a sua canonização, a sua memória alarga-se a toda a Igreja.
O processo de canonização foi reaberto em 13 de Julho de 2004. Nas palavras de D. José Saraiva Martins, Prefeito emérito da Congregação das Causas dos Santos “chegou ao seu termo a causa da canonização desta grande figura da hagiografia portuguesa”. O Cardeal Português revela “um sentimento de gratidão a Deus pelo privilégio que me deu por poder concluir praticamente o processso de canonização do Beato Nuno Álvares Pereira”. “É um dom de Deus à Igreja portuguesa, que todos os portugueses devemos agradecer”, assegura.
Nuno Álvares Pereira, fundador da Casa de Bragança, nasceu em Cernache do Bonjardim a 24 de Julho de 1360. Filho de D. Álvaro Gonçalves Pereira, entrou aos 13 anos na corte de D. Fernando (rei de 1367 a 1383) como pajem da rainha D. Leonor de Teles. Em 1385, D. Nuno foi nomeado por D. João I como Condestável do Reino. Conquistou o Minho para a causa e, depois da vitória de Trancoso em Maio ou Junho, cortou a arrojada avançada castelhana com a memorável vitória de Aljubarrota, a 14 de Agosto de 1385. Em 1422, distribuiu os títulos e propriedades pelos netos e a 15 de Agosto de 1423, festa da Assunção, aniversário do seu casamento e dia seguinte ao da Batalha de Aljubarrota, professou no Convento do Carmo, onde morreria a 1 de Abril de 1431, Domingo de Páscoa. Descalço, de hábito carmelita donato, túnica que descia aos calcanhares, com escapulário e samarra de estamenha, passou sete anos pelas ruas a pedir esmola para os pobres da capital, tendo dado a todos, durante a sua vida, um exemplo de oração, penitência, amor aos pobres e devoção a Nossa Senhora. Foi beatificado pelo Papa Bento XV a 23 de Janeiro a 23 de Janeiro de 1918 e, até agora, a sua festa é liturgicamente assinalada a 6 de Novembro. É, sendo dúvida uma das maiores figuras da história nacional. Militar invencível,, venceu-se a si mesmo ao renunciar a riquezas e glórias do mundo para ser admitido como irmão leigo da Ordem do Carmo. Aqui deu grande exemplo de humildade e caridade.
O Cardeal português diz que “todos os santos são modelos para serem imitados” e no caso do Beato Nuno: destaca “a caridade para com os pobres”. E hoje, com o número de pobres a aumentar, a mensagem do Beato Nuno é “extremamente actual”. “É um modelo muito interessante”, assinala D. José Saraiva Martins, que lembra ainda a devoção do Santo Condestável a Nossa Senhora - Beato Nuno de Santa Maria.
Em 1940, Pio XII manifestou o desejo de canonizar o Beato por decreto, mas logo abandonou a intenção, prosseguindo pelas vias normais. A Ordem do Carmo, onde ingressou em 1422, em conjunto com o Patriarcado de Lisboa, decidiram retomar a defesa da causa da canonização. O processo foi reaberto no dia 13 de Julho de 2004, nas ruínas do Convento do Carmo, com a sessão solene presidida por D. José Policarpo.
A cura milagrosa reconhecida pelo Vaticano foi relatada por Guilhermina de Jesus, uma sexagenária natural de Vila Franca deXira, que sofreu lesões no olho esquerdo por ter sido atingida com salpicos de óleo a ferver quando estava a fritar peixe. A cura de Guilhermina, depois de recorrer à inference do Santo Condestável, foi observed por médicos em Portugal e foi analisada por uma equipa de cinco médicos e teólogos em Roma, que a consideraram miraculosa.
Homem riquíssimo, o mais rico de Portugal do seu tempo, Despoja-se de todos os bens materiais e viveu pobremente como Carmelita os seus últimos anos, distribuindo por pobres e doentes, órfãos e viúvas, as variadíssimas formas de auxílio de que a sua Ordem podia dispor graças aos bens que lhe doara e ao Convento que fundara. Foi este grande sentido de caridade e de amor aos pobres que levou o povo de Lisboa e do país a dar-le a fama de “santo”. Com disse o responsável da Ordem do Carmo em Portugal, Fr. Agostinho Marques de Castro "o novo santo é uma figura muito actual para o mundo de hoje, violento e dividido, frisando que estamos na presença de um homem que soube trocar a guerra pela paz". in RAIOS DE LUZ 2
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