TURISMO Uma actividade que pode conduzir a Deus por Luca Marcolivio
Por ocasião do VII Congresso Mundial da Pastoral do Turismo, iniciado
nesta segunda-feira, 23 de abril, o papa Bento XVI assinalou com vigor
o tráfico de órgãos e o turismo sexual.
O Congresso é promovido pelo Conselho Pontifício para a Pastoral dos
Migrantes e Itinerantes, ao cujo presidente, o cardeal Antonio Maria
Vegliò, Bento XVI enviou uma mensagem especial..
O turismo, escreve o Papa, é um fenômeno carregado de “perspectivas de
crescimento” e, como toda a realidade humana, “deve ser iluminado e
transformado pela Palavra de Deus”. Neste propósito a Igreja exprime
sua “solicitude pastoral”, promovendo as potencialidades desta
actividade econômica e humana, e assinalando “os seus riscos e
desvios”, empenhando-se por “corrigi-los”.
O turismo é uma prática que, entre outras coisas, favorece “um espaço
privilegiado para o restabelecimento físico e espiritual, facilita o
encontro entre pessoas de culturas diversas e torna-se ocasião de
contacto com a natureza, favorecendo assim a escuta e a contemplação, a
tolerância e a paz, o diálogo e a harmonia no meio da diversidade”,
acrescentou o Papa.
Viajando, o homem tem a possibilidade de “admirar a beleza das nações,
das culturas e da natureza”, em um percurso que “pode conduzir-nos a
Deus”.
O turismo, todavia, “não está isento de perigos nem de elementos
negativos”, que frequentemente “lesam os direitos e a dignidade de
milhões de homens e mulheres, especialmente dos pobres, menores e
deficientes”.
Sobre isto Bento XVI sinalizou particularmente o turismo sexual,
definido como “uma das formas mais abjectas destes desvios que
devastam do ponto de vista moral, psicológico e clínico, a vida das
pessoas, de muitas famílias e às vezes de comunidades inteiras”.
O tráfico de seres humanos “por motivos sexuais ou para transplante de
órgãos, bem como a exploração de menores, o seu abandono em mãos de
pessoas sem escrúpulos, o abuso, a tortura verificam-se, infelizmente,
em muitos contextos turísticos”, constatou Bento XVI. Aqueles que
actuam no setor turístico , por motivo de trabalho ou pastoral, devem
“aumentar a vigilância para prevenir e contrastar estas aberrações”.
Referindo-se à Caritas in Veritate que exorta a um turismo «capaz de
promover verdadeiro conhecimento recíproco, sem tirar espaço ao
repouso e ao são divertimento» (n. 61), o Papa espera que o Congresso
de Cancun contribua para “desenvolver uma pastoral que nos conduza
gradualmente a este «turismo diverso»”.
É preciso desenvolver um turismo “ético e responsável”, além de
“acessível a todos, justo, sustentável e ecológico”. Onde o tempo
livre e as férias sejam “uma oportunidade e também um direito”. A
Igreja se empenha para que este “direito” possa concretizar-se
especialmente “para os grupos mais desfavorecidos”.
Outro aspecto do turismo que não deve ser esquecido, segundo o Santo
Padre, é a via via pulchritudinis, o «caminho da beleza» através de
“obras que nascem da fé e que expressam a fé» Audiência Geral,
31/VIII/2011.
As visitas turísticas devem se organizar com “respeito devido ao lugar
sagrado e à função litúrgica que foi, e continua a ser, o destino
principal para que nasceram muitas destas obras”.
Em terceiro lugar, o Papa espera que a pastoral do turismo acompanhe
“os cristãos no gozo das suas férias e tempo livre a fim de que seja
proveitoso para o seu crescimento humano e espiritual”. O fenômeno do
turismo hoje é capaz de oferecer ocasião para “apresentar Cristo como
resposta suprema às questões do homem actual”.
Na conclusão de sua mensagem por ocasião do Congresso de Cancun, Bento
XVI exortou “a fim de que a pastoral do turismo faça parte, de pleno
direito, da pastoral orgânica e ordinária da Igreja, de modo que,
coordenando os projectos e os esforços, correspondamos com maior
fidelidade ao mandato missionário do Senhor”. ZENIT 24.04.2012
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