PAQUISTÃO casal cristão condenado à morte por blasfémia

Paquistão: casal cristão condenado à morte por blasfémia


9-4-2014 AIS

Um casal cristão paquistanês foi condenado à morte por ter enviado, pelo telemóvel, mensagens de textos considerados blasfemos sobre o profeta Maomé.
Um tribunal de Toba Tek, província de Singh, anunciou a sentencia condenatória, após ter considerado como provado que o referido casal, Shafqat Emmanuel e Shagufta Kausar, tinha enviado as mensagens de texto para dirigentes muçulmanos da comunidade local, embora isso seja terminantemente negado por ambos. 
O casal garante, pelo contrário, ter perdido o telemóvel cerca de um mês antes da data em que teriam supostamente enviado as mensagens, segundo publicou o jornal Pakistan Today. 
Entretanto, o advogado do casal, Nadeem Hassan, veio já denunciar a público o facto de o juiz, Mian Amir Habib, ter pronunciado a sentença de morte debaixo de uma “enorme pressão”, e anunciou a intenção de recorrer da mesma.
Hassan disse que o advogado de acusação assim como outros juristas islamitas de Lahore, “pressionaram abertamente o juiz durante o julgamento”. 
Na sessão de sexta-feira, em que foi pronunciada a sentença, foram, segundo o advogado, recitados versículos do Corão em que se refere a pena de morte como castigo justo para a blasfémia. 
O processo que conduziu a esta sentença teve origem numa denúncia datada de 20 de Junho do ano passado. 
Segundo a defesa, Shafqat, de 43 anos, está paralítico desde 2004 em consequência de um acidente laboral, e terá mesmo sido “torturado” pela polícia para confessar a autoria das mensagens. A sua mulher, Shagufta, trabalha como empregada de limpeza num colégio religioso. 
São cada vez mais frequentes as acusações de blasfémia que atingem com grande frequência elementos da minoritária comunidade cristã no Paquistão.
Em 2012, a prisão de uma jovem cristã, Rimsha Masih, provocou a indignação da comunidade internacional e a menina, depois de ter estado detida numa prisão de alta segurança, ao longo de várias semanas, acabou por ser libertada após as autoridades terem reconhecido que a acusação era falsa.
Menos sorte teve Asia Bibi, condenada em 8 de Novembro de 2010 por ter apenas bebido um copo de água de um poço, pois continua a aguardar na prisão a aplicação da sua sentença de morte. 
Ainda muito recentemente, em Março passado, um tribunal paquistanês condenou outro cristão, Swan Masih, sob a acusação de blasfémia. 
  Neste caso, a história remonta ao início do ano de 2013, quando Masih foi acusado de, numa conversa com um amigo muçulmano, ter insultado o profeta Maomé. 
 Já em 2009, rumores de que um exemplar do Alcorão teria sido profanado, levou uma multidão a queimar cerca de 40 casas e uma igreja na localidade de Gojra. Pelo menos oito pessoas morreram nesses incidentes.

PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

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