MOÇAMBIQUE Criada nova paróquia missionária
MOÇAMBIQUE
Criada nova paróquia missionária
Texto Diamantino Antunes
| Foto Diamantino Antunes | 14/05/2014 | 08:26
Na paróquia de Fingoé estão três missionários: Franco Gioda (ao centro), Eduardo Reyes (à direita) e Jacinto Mwallongo (à esquerda) |
Missionários da Consolata criaram uma
nova frente de trabalho no ponto mais ocidental de Moçambique, a mais de 800
quilómetros do litoral. A paróquia de Nossa Senhora da Consolata de Fingoé fica
na diocese de Tete
Os Missionários da Consolata chegaram
a Fingoé, a pedido de Inácio Saure, bispo de uma diocese imensa mas com poucos
missionários. Das 27 missões existentes, poucas são as que têm missionários
residentes, algumas são assistidas esporadicamente por equipas itinerantes,
enquanto outras estão simplesmente abandonadas à sua própria sorte. Era o caso
de Fingoé, uma vila situada junto à fronteira com a Zâmbia, distante 278
quilómetros de Tete, que é sede administrativa do distrito da Marávia.
Fingoé tem uma população de 20 mil
habitantes. Nesta região os missionários encontraram uma realidade muito
complexa. Existem três centros – Fingoé, Unkanha e Malowera – bastante
distantes entre si, à volta dos quais existem diversas aldeias que do ponto de
vista sócio-religioso apresentam características próprias. Os católicos são
poucos e abundam as Igrejas pentecostais e seitas. Em Malowera existem grupos
de católicos que durante a guerra civil fugiram para a Zâmbia e que nos últimos
anos regressaram a Moçambique.
Na novíssima paróquia de Fingoé, estão
três missionários: um italiano, um tanzaniano e um colombiano. O italiano
Franco Gioda, tem já 75 anos e é um paradigma do que é um missionário.
Atravessou a guerra com todas as dificuldades e com toda a entrega. Hoje, vive
numa palhota com os outros dois jovens missionários, Eduardo Reyes e Jacinto
Mwallongo, porque é assim mesmo que querem começar. O banho, tomam-no fora,
entre paredes de caniço sem tecto.
A pobreza de meios não os intimida nem
os demove de retomar a primeira evangelização desta terra há tantos anos
condenada ao abandono pelas vicissitudes da independência e da guerra. Durante
os últimos meses percorreram as aldeias da região ao encontro dos católicos
dispersos para tentar reorganizar a actividade pastoral. Já iniciaram o trabalho
de formação dos catequistas e dos responsáveis dos diferentes ministérios. A
pouco e pouco estão a reacender a chama da evangelização em terras da Marávia.
Passados noventa anos da chegada a
Moçambique, os Missionários da Consolata, concretizam esta nova fundação
missionária seguindo as pegadas dos seus predecessores, que já haviam
trabalhado nesta região entre 1926 e 1933. O objetivo é continuarem a ser uma
presença missionária significativa no meio do povo e ao serviço da Igreja local. In FÁTIMA MISSIONÁRIA, Maio 2014
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