O mundo podia ser diferente?!
Variedade de raças no planeta Terra |
(Coment.art.”a regra
de ouro e a empatia” por A.Borges,no DN 19.01.2013):
Depois
de ler o artigo, questionei-me: afinal as leis e normas e regras são boas e os
homens saiem maus, como dizia Gandhi a respeito dos cristãos. Com efeito na
Inglaterra, nos inícios do século XVII, foi muito divulgada a "regra de
ouro" (golden rule), com duas formulações, uma negativa: "não faças
aos outros o que não quererias que te fizessem a ti", e outra positiva:
"trata os outros como quererias ser tratado".
É
de notar que ela se encontra em todas as áreas culturais e religiosas do mundo.
Na
China, com Confúcio, talvez o primeiro a formulá-la: "O que não queres que
te façam não o faças aos outros”.
No
zoroastrismo: "Tudo o que te repugna não o faças também aos outros."
No
judaísmo: "Não faças a outrem o que não desejas que te façam a ti."
No
cristianismo: "Tudo o que quereis que os homens façam por vós, fazei-o
igualmente por eles: eis a Lei e os profetas."
No islão: "Ninguém entre vós é um crente
enquanto não desejar para o seu irmão o que deseja para si próprio."
Em
Séneca, encontramos esta reflexão admirável sobre como tratar os escravos:
"Vive com o teu inferior como quererias que o teu superior vivesse contigo”.
Martinho Lutero: "Não há ninguém que não
sinta e não tenha de reconhecer que é justo e verdadeiro o que diz a lei
natural: o que queres que te seja feito e poupado, fá-lo e poupa-o aos outros”.
Com
ela, argumentou John F. Kennedy contra a segregação racial, em 1963: "Se
um americano, porque o seu rosto é negro, não pode almoçar num restaurante
aberto ao público, mandar os seus filhos à melhor escola pública acessível,
votar para os funcionários públicos que vão representá-lo, então quem de vós quereria
ver mudar a cor do rosto e colocar-se no seu lugar? O coração do problema é
este: vamos tratar os nossos companheiros americanos como queremos ser
tratados?"
O
reconhecimento do outro humano pode ser considerado como "um dado cultural
universal, o fundamento de uma verdadeira 'lei natural'". A sua base está
na empatia, na capacidade de eu me colocar no lugar do outro, como que sentindo
as consequências da minha acção sobre ele. Mas a ética propriamente dita
começa, quando se vai para lá da simpatia e se alarga o círculo do humano ao
que me não é próximo nem simpático.
Como
não seria o mundo regido por esta regra de ouro! Na verdade seria um mundo
totalmente diferente!
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