Todos e sempre em Missão por ARMANDO SOARES
Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura |
Na
mensagem para o Dia Mundial das Missões 2011, Bento XVI começou por lembrar
palavras de João Paulo II, no início do novo milénio da era cristã sobre a
«necessidade de renovar o compromisso de levar a todos o anúncio do Evangelho,
com “o mesmo entusiasmo dos cristãos da primeira hora” (Carta Apostólica Novo Millenio Ineunte, 58). É este o
serviço mais precioso que a Igreja pode prestar à humanidade e a cada pessoa
individualmente.
A
liturgia continuamente o recorda nas palavras do mandato: «Ide…» (Mt 28, 19) E
todos aqueles que encontraram o Senhor ressuscitado sentiram a necessidade
imperiosa de o anunciar aos outros, como os discípulos de Emaús.
Bento
XVI acentua a dimensão missionária de toda a Igreja. Ela existe para
evangelizar e são destinatários da mensagem do Evangelho todos os povos, para
os conduzir a Cristo Salvador. Esta tarefa é urgente e exige o empenhamento com
todas as forças possíveis. E tanto mais quanto, refere o Papa: «Está em curso
uma mudança cultural, alimentada também pela globalização, por movimentos de
pensamento e pelo relativismo imperante, uma mudança que leva a uma mentalidade
e a um estilo de vida que prescindem da Mensagem evangélica, como se Deus não
existisse, e que exaltam a busca do bem-estar, do lucro fácil, da carreira e do
sucesso como finalidade da vida, mesmo em detrimento dos valores morais».
E
prossegue: «A missão universal empenha todos, tudo e sempre. O Evangelho é uma
boa notícia a comunicar». Ela envolve todas as actividades da Igreja, como algo
que lhe é essencial.
A
evangelização é um processo complexo. Envolve também a solidariedade. Trata-se
de apoiar instituições necessárias para estabelecer e consolidar a Igreja
mediante os catequistas, os seminários e os sacerdotes; e também de oferecer a
própria contribuição para o melhoramento das condições de vida das pessoas em
países onde são mais graves os fenómenos de pobreza, subalimentação sobretudo
infantil, enfermidades, carência de serviços médicos e para a instrução. Também
isso faz parte da missão da Igreja. Anunciando o Evangelho, ela toma a peito a
vida humana em pleno sentido». Não pode descuidar os temas relativos à promoção
humana, à justiça, à libertação de todas as formas de opressão, obviamente no
respeito pela autonomia da esfera política. Desinteressar-se destes problemas
seria ignorar a doutrina do Evangelho sobre o amor ao próximo em dificuldade.
Deste modo, o cristão torna-se construtor da comunhão, da paz, da solidariedade
e colabora para a realização do plano salvífico de Deus para toda a humanidade.
Uma
mensagem pequena, rica, profundamente eclesial e humanitária, solidária com o
próximo mais carenciado. Um apelo para meditar e nos envolver no compromisso
mais precioso em favor dos irmãos. Serviço urgente. Serviço de vida inteira.
Serviço que muitas vezes conduz ao martírio, à doação da própria vida. Mas
sempre em serviço.
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