Nelson Mandela ”1918-2013” por vanda de carvalho
Nelson Mandela”1918-2013”
por vanda de carvalho* Quinta, 05 Dezembro 2013
Morreu Nelson Mandela. Ex-Presidente da África do Sul (1994-2013), defensor da liberdade e dos direitos dos desfavorecidos, paladino da igualdade de oportunidades e do fim de todas as formas de opressão. Nelson Mandela morreu no dia 5 de Dezembro 2014 num hospital de Pretória onde tinha sido internado há mais de uma semana, pela terceira vez neste ano, sofrendo de uma infecção pulmonar. Tinha 95 anos de idade.
NELSON MANDELA |
Morreu Nelson Mandela. Ex-Presidente da África do Sul (1994-2013), defensor da liberdade e dos direitos dos desfavorecidos, paladino da igualdade de oportunidades e do fim de todas as formas de opressão. Nelson Mandela morreu no dia 5 de Dezembro 2014 num hospital de Pretória onde tinha sido internado há mais de uma semana, pela terceira vez neste ano, sofrendo de uma infecção pulmonar. Tinha 95 anos de idade.
A
nação sul-africana chora o nonagenário que se encontrava fragilizado pela
persistência de uma infecção pulmonar. Mandela tinha passado por um
internamento hospitalar rápido, em 10 de março, para revisão do estado da infecção,
que o mantivera internado 18 dias em dezembro de 2012. Ainda que ninguém possa
estranhar que o fim chegue em idade avançada, Madiba tornou-se no símbolo
universal que ninguém vê partir sem desgosto.
A
morte de Mandela foi anunciada pelo presidente da África do Sul, Jacob Zuma, em
conferência de imprensa.
Legado
político
O
seu legado político ficou claramente expresso na frase que dirigiu aos milhares
de pessoas que se juntaram em Hyde Park, Londres, em Junho de 2008, para
comemorar os seus 90 anos: "Onde quer que haja pobreza e doença, onde quer
que os seres humanos estejam a ser oprimidos, há trabalho a fazer. Após 90 anos
de vida, é tempo de novas mãos empreenderem a tarefa. Agora, está nas vossas
mãos".
A
vida de Nelson Mandela personifica a ideia de que uma pessoa tem o poder de
fazer a diferença e de deixar a sua impressão digital única no mundo. Nasceu
Rolihlahla Mandela em 18 de Julho de 1918, na pequena vila de Mvezo, na
província do Transkei, na África do Sul rural. Mandela é filho da segunda de
quatro mulheres de um conselheiro Xhosa que estava destinado a ser chefe, mas
que acabou por perder o título e a fortuna, morrendo quando Rolihlahla tinha
apenas nove anos. A mudança de estatuto forçou a mãe a mudar-se com a família
para Qunu, uma aldeia ainda menor a norte de Mvezo, e, por sugestão de um amigo
do seu falecido pai, Rolihlahla foi batizado pela Igreja Metodista, foi o
primeiro da família a frequentar a escola onde o professor lhe anunciou que
passaria a chamar-se Nelson.
Da
aldeia ao ANC
Tinha
sido adotado pelo chefe Jongintaba Dalindyebo, o regente do povo Thembu,
mudou-se para a capital de Thembuland para a residência real do chefe onde
ouviu pela primeira vez falar de como África tinha vivido em paz relativa até à
chegada dos brancos. Em 1939, entrou para a única universidade que podia ser
frequentada por negros na África do Sul, a University College de Fort Hare, o
equivalente no país a Oxford ou Harvard e foi ali que foi eleito para o
Conselho de Representação dos Estudantes onde os seus atos, considerados de
insubordinação, lhe valeram ser suspenso até ao final daquele ano letivo.
Ao voltar a casa, Mandela viu-se confrontado com o facto de lhe ter sido escolhida uma mulher para casar e fugiu para Joanesburgo, onde trabalhou numa série de funções enquanto terminava o seu bacharelato por correspondência. Entrou na Universidade de Witwatersrand para estudar direito e envolveu-se ativamente no movimento anti-apartheid inscrevendo-se no ANC (Congresso Nacional Africano) em 1942. Sete anos mais tarde, o ANC adotou oficialmente os métodos de boicote, greve, desobediência civil e não-cooperação, tendo como objetivos a plena cidadania, a redistribuição da terra, direitos sindicais e educação gratuita e obrigatória para todas as crianças.
Ao voltar a casa, Mandela viu-se confrontado com o facto de lhe ter sido escolhida uma mulher para casar e fugiu para Joanesburgo, onde trabalhou numa série de funções enquanto terminava o seu bacharelato por correspondência. Entrou na Universidade de Witwatersrand para estudar direito e envolveu-se ativamente no movimento anti-apartheid inscrevendo-se no ANC (Congresso Nacional Africano) em 1942. Sete anos mais tarde, o ANC adotou oficialmente os métodos de boicote, greve, desobediência civil e não-cooperação, tendo como objetivos a plena cidadania, a redistribuição da terra, direitos sindicais e educação gratuita e obrigatória para todas as crianças.
Militância
e prisão
Durante
20 anos, Nelson Mandela liderou uma campanha pacífica e não violenta contra o
Governo e as suas políticas racistas e fundou um escritório de advocacia com
Oliver Tambo que dava aconselhamento a negros que não dispunham de
representação. Mandela e mais 150 pessoas foram presas em 1956 acusadas de
traição pela sua prática política embora tenham acabado por ser ilibados. Já
menos convencido da eficácia dos métodos pacifistas que defendia, Mandela
organizou uma greve nacional dos trabalhadores de três dias em 1961 pela qual
foi preso no ano seguinte. Em 1963, foi levado a tribunal e condenado, com
outras dez pessoas, a prisão perpétua por ofensas políticas, incluindo
sabotagem.
Nelson Mandela foi detido em Robben Island 18 dos 27 anos de pena que cumpriu. Após 27 anos como o prisioneiro nº 46664 sob o regime de apartheid na África do Sul, Mandela emergiu como cabeça do ANC (Congresso Nacional Africano) para fazer a reconciliação com os seus opressores e conduzir o país pacificamente na sua transição após a era de 46 anos de segregação racial. Quando foi libertado, apelou de imediato às potências estrangeiras para que não reduzissem a sua pressão sobre o regime de Pretória com vista a uma reforma constitucional.
Nelson Mandela foi detido em Robben Island 18 dos 27 anos de pena que cumpriu. Após 27 anos como o prisioneiro nº 46664 sob o regime de apartheid na África do Sul, Mandela emergiu como cabeça do ANC (Congresso Nacional Africano) para fazer a reconciliação com os seus opressores e conduzir o país pacificamente na sua transição após a era de 46 anos de segregação racial. Quando foi libertado, apelou de imediato às potências estrangeiras para que não reduzissem a sua pressão sobre o regime de Pretória com vista a uma reforma constitucional.
Legado
Mandela
ganhou o Prémio Nobel da Paz em 1993, quando era Presidente Frederik de Klerk
e, em 1994, foi eleito o primeiro Presidente da África do Sul democrática.
Cumpriu um único mandato, de 1994 a 1999, tendo sido sucedido pelo seu
vice-presidente, Thabo Mbeki.
Mandela foi casado três vezes: com Evelyn Ntoko Mase (1944-1957) com quem teve quatro filhos; com Winnie Madikizela-Mandela (1958-1996) com quem teve duas filhas e com Graça Machel (1998).
O Dia Nelson Mandela foi instituído em 2009 para celebrar a sua vida e a chamada à acção que fez ao longo da sua vida. Celebra-se a 18 de Julho e, propositadamente, não é um feriado para que inspire todas as pessoas em todo o mundo a trabalharem pelos valores que Nelson Mandela defendeu ao longo de toda a sua vida.
Mandela foi casado três vezes: com Evelyn Ntoko Mase (1944-1957) com quem teve quatro filhos; com Winnie Madikizela-Mandela (1958-1996) com quem teve duas filhas e com Graça Machel (1998).
O Dia Nelson Mandela foi instituído em 2009 para celebrar a sua vida e a chamada à acção que fez ao longo da sua vida. Celebra-se a 18 de Julho e, propositadamente, não é um feriado para que inspire todas as pessoas em todo o mundo a trabalharem pelos valores que Nelson Mandela defendeu ao longo de toda a sua vida.
* Fonte:Expresso
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