PAPA FRANCISCO O espírito do mundo é a lepra e o câncer da Igreja e da sociedade
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A visita do Papa Francisco a Assis começou cedo, antes do
horário previsto, com um encontro comovente com os doentes e as crianças com
deficiência na igreja do Instituto Seráfico.
O Pontífice saudou todos os presentes, um a um, com palavras e
gestos de carinho e afecto. A seguir, improvisou um discurso sobre as chagas de
Jesus – chagas que precisam ser ouvidas e reconhecidas.
“Aqui, Jesus está escondido nesses jovens, nessas crianças, nessas pessoas. Neles, encontramos as chagas de Cristo – que precisam ser ouvidas talvez não tanto nos jornais, como notícias... Devem ser ouvidas por aqueles que se dizem cristãos. O cristão adora e busca Jesus, e sabe reconhecer as suas chagas. A Carne de Jesus são as suas chagas nessas pessoas.”
O Instituto foi fundado em 1871 pelo frade franciscano Beato
Ludovico de Casória. Hoje, é um ponto de referência nacional para a
reabilitação de pessoas com graves deficiências físicas e mentais.
“Esta é uma boa ocasião para fazer um
convite à Igreja para se despojar”, disse o Papa,
recordando que todos somos Igreja, não só os sacerdotes e as freiras, e todos
devemos ir pela estrada de Jesus, pela estrada de espoliação que ele mesmo
percorreu.“Se quisermos ser cristãos,
não há outro caminho. Sem a cruz, sem Jesus, sem espoliação, seremos cristãos
de ‘confeitaria’”, ou seja, belos, mas não verdadeiros".
Francisco advertiu que a Igreja deve despojar-se hoje de
um grave perigo, representado pelo mundano. “O cristão não pode conviver com o espírito do mundo, que nos leva à
vaidade, à prepotência, ao orgulho. Isso é um ídolo, não é Deus. A idolatria é
o pecado mais grave. É muito triste encontrar um cristão mundano, certo da
segurança que o mundo lhe dá.”Deus é único, recordou o Pontífice, e o
espírito do mundo não tem lugar na vida cristã.
“Muitos de vocês foram despojados dos
bens deste mundo selvagem, que não dá emprego, que não ajuda, ao qual não
importa se existem crianças que morrem de fome no mundo, não importa se muitas
famílias não têm o que comer, não têm a dignidade de levar o pão para casa, se
tantas pessoas têm que fugir da escravidão, da fome e fugir em busca de
liberdade. E quanta dor quando vemos que encontram a morte, como aconteceu
ontem em Lampedusa. Hoje, é um dia de lágrimas. É o espírito do mundo que faz
essas coisas”, explicou o Papa, que usou palavras fortes
para quem se deixar levar por este espírito:
“É realmente ridículo que um cristão
verdadeiro, que um padre, um freira, um bispo, um cardeal, um papa, queiram
percorrer esta estrada do mundano, que é uma atitude homicida. O mundano mata,
mata a alma, as pessoas, mata a Igreja. Hoje, aqui, peçamos a graça para todos
os cristãos de que o Senhor nos dê a coragem de nos despojar do espírito do
mundo, que é a lepra e o câncer da sociedade, é o câncer da revelação de Deus.
O espírito do mundo é o inimigo de Jesus.” RADIO
VATICANO
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