JMJ2016 Papa diz que é impossível «vencer o terror com mais terror»
JMJ2016
Papa diz que é impossível «vencer o terror com mais terror»
30 de Julho de 2016, às 19:06
Foto: Lusa |
«Fraternidade»
é única resposta ao ódio e à violência, defende Francisco
Cracóvia,
Polónia, 30 jul 2016 (Ecclesia) – O Papa Francisco disse hoje na Polónia que é
impossível vencer o ódio e o terror com “mais violência” e convidou os jovens
católicos de todo o mundo a promover a “fraternidade” como resposta ao mal.
“Não
queremos vencer o ódio com mais ódio, vencer a violência com mais violência,
vencer o terror com mais terror. A nossa resposta a este mundo em guerra tem um
nome: chama-se fraternidade, chama-se irmandade, chama-se comunhão, chama-se
família”, defendeu, durante a vigília de oração que reuniu mais de 1,5 milhões
de pessoas durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ).
O
Papa saudou os presentes no ‘Campus da Misericórdia’, 15 quilómetros a sul de
Cracóvia, que tinham acabado de ouvir testemunhos de três jovens, incluindo a
da síria Rand Mittri, que falou do impacto da guerra em Alepo.
“Queridos
amigos, convido-vos a rezar juntos pelo sofrimento de tantas vítimas da guerra,
para podermos compreender, uma vez por todas, que nada justifica o sangue dum
irmão, que nada é mais precioso do que a pessoa que temos ao nosso lado”,
apelou Francisco.
O
pontífice argentino sublinhou que no encontro mundial da juventude católica há
muitas pessoas para quem “o sofrimento e a guerra” deixaram de ser “uma coisa
anónima”.
“Hoje
a guerra na Síria é a dor e o sofrimento de tantas pessoas, de tantos jovens
como o corajoso Rand, que está aqui entre nós e pede-nos para rezar pelo seu
país amado”, prosseguiu.
O
Papa chegou em papamóvel ao local que acolhe os eventos finais da 31ª JMJ e
entrou numa Porta da Misericórdia, evocando o Ano Santo extraordinário,
acompanhando por cinco jovens, em representação de todos os continentes,
convidando-os depois a subir para o papamóvel consigo.
Antes
da intervenção do Papa teve lugar uma representação cénica sobre cinco temas –
fé, esperança, amor, perdão e alegria – alternada pelos testemunhos de três
jovens.
Nada justifica o sangue dum irmão
Além
de Rand, da Síria, falaram Miguel, ex-toxicodependente, do Paraguai; e Natália,
da Polónia, falou da sua história de afastamento e reaproximação da Igreja
Católica.
“Vimos
de várias partes do mundo, de continentes, países, línguas, culturas, povos
diferentes. Somos «filhos» de nações que estão talvez em disputa por vários
conflitos, ou até mesmo em guerra”, afirmou o Papa.
Francisco
pediu aos jovens que não se limitem a considerar as situações de guerra como
coisas “distantes”, que apenas se observam através do telemóvel ou do
computador, mas pessoas “com nome” e uma história.
“Nunca
mais deve acontecer que irmãos estejam rodeados pela morte e por assassinatos,
sentindo que ninguém os ajudará”, desejou.
Francisco
propôs depois um momento de “silêncio” para rezar pelas vítimas da guerra, da
solidão, e pelas “lutas que cada um carrega consigo”.
A
intervenção, saudada com várias salvas de palmas, convidou os participantes na
JMJ a evitar a “paralisia” do medo, considerando-a como “um dos piores males
que nos podem acontecer na vida”.
A
vigília da JMJ prossegue com momentos de oração durante toda a noite e
madrugada, até à Missa de domingo que conclui o evento, com o anúncio da
próxima cidade-sede.
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