MOÇAMBIQUE Caminhos da Missão por PALMIRA PIRES

MOÇAMBIQUE
Caminhos da Missão por PALMIRA PIRES
Depois de três anos no novo campo de missão em Maputo, Moçambique, quero partilhar um pouco o que tem sido a meu contributo como Missionária da Boa Nova nesta entrega ao serviço do Reino.
Começo por dizer que o que me dá mais alegria e satisfação, é poder anunciar Aquele que um dia me chamou e me enviou a outros povos, outras culturas, mas que Ele aí se encontra na pessoa de cada irmão.
Creio que ser Missionária não se dá só no fazer coisas, mas sim no SER, ser Presença. Ser ajuda, ser acolhimento, ser bondade, ser solidária com os que sofrem, ser mão estendida para quem caiu, ser perdão para nós próprias e para os outros, ser compassiva para com o outro, tudo isto eu o vivo no dia a dia, no centro de Idosos em Hulene, nos arredores de Maputo.
Este centro, é um centro aberto que funciona de segunda a sexta, acolhe 148 idosos, que procura dar melhores condições de vida a esta faixa etária em especial aos mais carenciados, que são rejeitados e abandonados à sua sorte, que não tem vez nem voz , que são rejeitados pela própria família, chegando mesmo a passar fome, aqui eles tem três refeições por dia.
Por ser um centro aberto, os idosos chegam ás 8h da manhã e regressam a suas casas por volta das 15h.
Para além das refeições tem algumas actividades para aqueles que ainda conseguem fazer alguma coisa, tais como: alfabetização, bordados, tricôt e cestaria.
O centro dá também assistência na saúde, administrando os primeiros socorros, quando aparece uma situação mais complicada as pessoas são enviadas ao hospital local, onde o atendimento por vezes fica muito a desejar e que muitas vezes nem são atendidos.
Na medida em que eu me torno uma com aquele que me acolhe de uma forma simples e humilde como é este povo, a satisfação é grande porque sinto que a minha vida ainda é útil, sinto-me acolhida e amada por todos.
Nós, Missionárias da Boa Nova precisamos ser pessoas apaixonadas por Jesus Cristo, e mostrar esta paixão aos outros através da nossa vida, das nossas palavras, mas sobretudo do nosso testemunho.
A Missão é uma acção de gratuidade que parte da motivação interior e por isso somos movidas e conduzidas por Deus, por uma força, que nada poderá conter-nos, nem os desafios, nem as resistências, nem as perseguições, ou até mesmo as ameaças.
Esta experiência de Deus, é um caminho que se constrói passo a passo. Para mim, o apelo para ser Missionária da Boa Nova, para doar a vida na totalidade, neste caso concreto aqui em Moçambique, foi uma interpelação de Deus à qual disse sim.

Deixo aqui um apelo a todas as jovens que se sintam interpeladas por este Deus Amor, por este Deus Misericórdia, que se deixem conduzir por Ele, pois Missão é partir, é abrir-se, é despojar-se é ir ao encontro do diferente. 

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