REPORTAGEM - JMJ2016 POLÓNIA Cracóvia por ARMANDO SOARES JMJ2016 dias de «fraternidade» e de festa entre os jovens
REPORTAGEM - JMJ2016
POLÓNIA
Cracóvia por ARMANDO SOARES
JMJ2016 dias de «fraternidade» e de festa entre os jovens
O
Papa Francisco afirmou no dia 3.08.2016, no Vaticano, que os participantes nas
JMJ2016 deram ao mundo um sinal de fraternidade.
Recordou
a “festa de cores, rostos diferentes,
línguas, histórias diversas”, mostrou-se surpreendido com o entendimento entre
todos os jovens, apesar de falarem “línguas diferentes” e adiantou que a
sintonia entre a juventude deve-se à “vontade de andar em conjunto, de fazer
pontes”, formando um “mosaico de fraternidade”.
Francisco
presidiu ainda a uma Missa perante dezenas de milhares de pessoas em visita ao
Santuário de Czestochowa, onde evocou o 1050.º aniversário do Baptismo da Polónia e a
história recente de sofrimento do país.
No
Ano Santo da Misericórdia que convocou para celebrar um Jubileu da
Misericórdia, o Papa lembrou por várias vezes duas figuras polacas particularmente
ligadas ao desenvolvimento da devoção à Divina Misericórdia: São João Paulo II,
criador das JMJ, e Santa Faustina, canonizada por este mesmo Papa. Francisco confessou alguns jovens e almoçou com uma delegação que
representava os cinco continentes presentes nas JMJ 2016.
Desafios aos jovens
O
Papa desafiou os jovens católicos a sair do “sofá” e a evitar a “paralisia
silenciosa” de uma vida fixada em videojogos e no computador.
“Um
sofá – como os que existem agora, modernos, incluindo massagens para dormir –
que nos garanta horas de tranquilidade para mergulharmos no mundo dos
videojogos e passar horas diante do computador. Um sofá contra todo o tipo de
dores e medos”, explicou, durante a vigília de oração que reuniu mais de 1,5
milhões de pessoas.
O
Papa perguntou aos presentes no ‘Campus da Misericórdia’, se queriam “lutar” pelo seu futuro. - “Sim”,
responderam.
“Para
seguir a Jesus, é preciso ter uma boa dose de coragem”. O pontífice argentino
quer que os jovens católicos sejam “actores políticos, pessoas que pensam,
animadores sociais” e construam “uma economia mais solidária”.
“Deus
espera algo de ti!”, insistiu. “Jesus convida-te, chama-te a deixar a tua marca
na vida, uma marca que determine a tua história e a história de muitos”,
acrescentou.
Concluiu
a intervenção com um apelo a “percorrer as estradas da fraternidade” e,
simbolicamente, desafiou os jovens a construir uma “ponte fraterna” com um
aperto de mão com quem estava a seu lado.
Silêncio
e oração em Auschwitz
Fora
do programa da JMJ, o Papa quis visitar os antigos campos de concentração nazis de Auschwitz-Birkenau,
onde permaneceu em silêncio e em oração ao longo de cerca de 90 minutos,
saudando sobreviventes do Holocausto e pessoas que ajudaram judeus a escapar à
perseguição, incluindo uma religiosa católica.
O
pontífice argentino recordou depois aos jovens que a “crueldade” continua a marcar
a vida da humanidade, tendo visitado um hospital pediátrico para sublinhar a importância de acompanhar
os mais frágeis.
Na
audiência geral desta quarta-feira, Francisco lembrou também o “grande
silêncio” que marcou a sua visita aos campos de concentração de
Auschwitz-Birkenau, referindo que “foi mais eloquente do que qualquer palavra”.
“Naquele
lugar, compreendi melhor o valor da memória, não só como recordação de
acontecimentos passados, mas como advertência e responsabilidade para o
presente e futuro, para que a semente do ódio e da violência não crie raízes
nos sulcos da história”, sustentou.
Durante
a visita a Auschwitz-Birkenau, o Papa disse que pensou no mundo de hoje chamado
a responder ao desafio de uma “guerra aos pedaços”, nas crueldades da actualidade
que humilham não de forma concentrada, como naquele lugar, mas em todo o mundo
“e rezou para que o Senhor dê a paz
Papa aos jovens: rejeitem «doping» do
sucesso
«Tu
és importante», disse Francisco aos participantes na Missa final (31.07) da
festa mundial da juventude católica
O Papa Francisco desafiou os jovens católicos
a acreditar numa “humanidade nova”, sem ceder às aparências ou ao egoísmo.
“Não
deixeis anestesiar a alma, mas apostai no amor belo, que requer também a
renúncia e um ‘não’ forte ao doping do sucesso e à droga de pensar só nas
próprias comodidades”, realçou.
O
Papa defendeu que os jovens católicos devem saber viver sem tristeza nem
pensamentos negativos sobre si próprios, fugindo das “liturgias mundanas do
aparecer, da maquilhagem da alma”.
“Tu
és importante! E Deus conta contigo por aquilo que és, não pelo que tens. A
seus olhos, tu vales; e o teu valor é inestimável”, apontou.
Falou
da tristeza como “um vírus que infecta e bloqueia tudo” e apresentou o “segredo
da alegria”.
No
final das JMJ 2016, Francisco disse que este evento deve continuar agora na
casa de cada um.
É impossível «vencer o terror com mais
terror»
João Cláudio AE/OMP, JMJ2016,
Missa de encerramento
«Fraternidade»
é única resposta ao ódio e à violência, defende Francisco.
“Não
queremos vencer o ódio com mais ódio, vencer a violência com mais violência,
vencer o terror com mais terror. A nossa resposta a este mundo em guerra:
chama-se fraternidade, chama-se comunhão, chama-se família”, defendeu na
vigília de oração.
“Convido-vos a rezar juntos pelo sofrimento de
tantas vítimas da guerra, para podermos compreender, uma vez por todas, que
nada justifica o sangue dum irmão», apelou Francisco.
“Hoje
a guerra na Síria é a dor e o sofrimento de tantas pessoas, de tantos jovens. O
Papa chegou em papamóvel ao local que acolheu os eventos finais da 31ª JMJ e
entrou numa Porta da Misericórdia, evocando o Ano Santo extraordinário,
acompanhado por cinco jovens, em representação dos continentes, convidando-os depois
a subir para o papamóvel consigo.
Francisco
propôs depois um momento de “silêncio” para rezar pelas vítimas da guerra, da
solidão, e pelas “lutas que cada um carrega consigo”.
A
intervenção, saudada com várias salvas de palmas, convidou os participantes na
JMJ a evitar a “paralisia” do medo, considerando-a como “um dos piores males
que nos podem acontecer na vida”.
Papa agradece aos voluntários e aponta a
Panamá
O
Papa agradeceu na Polónia aos voluntários da Jornada Mundial da Juventude (JMJ)
2016, apontando à próxima edição internacional do evento, em 2019, no Panamá.
“Eu
não sei se estarei no Panamá, mas posso assegurar-vos uma coisa, que Pedro
estará no Panamá.
“Que Deus vos abençoe a todos. Obrigado. Obrigado por
tudo”, acrescentou. “Muito, muito obrigado pelo caloroso acolhimento destes
dias”, disse aos fiéis reunidos.
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