HÉLDER CÂMARA O bispo dos pobres
Dom Hélder Câmara, teria comemorado cem anos de existência em Fevereiro 2009, não o tivesse levado
Deus, aos noventa anos depois de uma vida pujante de forte espiritualidade e vibrante profetismo.
Nascido em Fortaleza, Hélder sempre carregou a alma cearense que, segundo o Padre Jo´se Comblin, é
“ambiente messiânico da espera permanente de um mundo novo, um mundo diferente, um mundo da
salvação”. No corpo frágil e miúdo daquele nordestino pulsava um coração repleto de uma santa ira e, ao
mesmo tempo, de bondade e mansidão.
Com a mesma desenvoltura com a qual transitava pelos corredores de quartéis, antessalas de
governantes ou sob a cúpula de São Pedro, no Vaticano, o homem se embrenhava nos becos fétidos do
Rio de Janeiro e, depois, nos de Recife e Olinda, sempre levando um sorriso e a palavra “coragem”.
“Quanto mais negra a noite, mais carrega em si a madrugada”, gostava de repetir.
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No discurso de posse como Arcebispo de Olinda e Recife, em Abril de 1964, nos dias que se sucederam
ao golpe militar de 31 de Março, Dom Hélder rechaçou a acusação de ser um “bispo vermelho”,
comunista: “Ninguém pretenda prender-me a um grupo, ligar-me a um partido, tendo como amigos os
seus amigos.
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