Bento XVI na Alemanha
AB fez um resumo e um comentário ao acontecimento de que retiro o que considero mais importante e dentro da praxis, que devia ser a do pensamento hodierno. De louvar o poder de síntese em equilíbrio.
Na Alemanha a religião está no espaço público. Assim se percebe:o apelo de Angela Merkel à união dos cristãos frente ao abandono da religião: "A religião é a base sobre a qual eu e muitos outros contemporâneos contemplamos a dignidade sagrada do ser humano. Vemo-nos como criação de Deus, e isso guia as nossas acções políticas. “A visita do Papa fará lembrar as raízes cristãs da Alemanha e da Europa. E, filha de um pastor protestante, rezou e cantou na missa celebrada pelo Papa em Berlim. Os protestos por causa do carácter oficial da visita (100 em 620 deputados boicotaram o discurso do Papa no Bundestag) a manifestação juntou pouco mais de 5000 pessoas, e foi pacífica e com algum humor.”
Bento XVI reconheceu a pluralidade de posições e o direito à crítica. Mas condenou a pedofilia: “é um crime. Assegurou que o cristianismo, "ao contrário de outras grandes religiões", nunca impôs ao Estado e à sociedade um direito revelado. Defendeu fortemente a ecologia e os movimentos ecologistas, afirmando que é urgente escutar a mensagem da natureza e o respeito por ela, pois "a terra tem em si mesma a sua dignidade e devemos seguir as suas indicações". Assegurou que a cultura da Europa nasceu do encontro entre Jerusalém, Atenas e Roma, "do encontro entre a fé no Deus de Israel, a razão filosófica dos gregos e o pensamento jurídico de Roma" e que esse encontro configura a identidade da Europa e fixou os critérios do direito, "sendo nosso dever neste momento histórico defendê-los". Com o Holocausto e Ratisbona em fundo, assegurou que a amizade entre católicos e judeus é "irrevogável", e, num encontro com líderes islâmicos, pediu aos políticos que "reconheçam a dimensão pública da religião" e exortou cristãos e muçulmanos a conhecerem-se melhor para melhor se entenderem, numa "colaboração fecunda".
Bento XVI visitou em Erfurt o mosteiro onde Lutero viveu e a quem prestou homenagem, sublinhando a sua "paixão profunda" pela questão de Deus.
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