África é o continente do futuro
No dia 10 de Fevereiro passado Bento XVI disse no discurso aos membros da Fundação João Paulo II para o Sahel: Tende-se a descrever a África «de modo redutivo e muitas vezes humilhante, como o continente dos conflitos e dos problemas infinitos e sem solução, mas ao contrário, ela «é para a Igreja o continente da esperança, o continente do futuro».
Dirigindo-se aos representantes da Fundação e a todos os que nela trabalham afirmou: «Deus fez-se carne. Houve porventura alguma vez um gesto maior do que este? Tudo o que acontece hoje em dia e que continua a realizar-se depois do dia em que Jesus se fez homem, é disto o sinal. Deus não deixa de nos amar e de encarnar para a sua Igreja, em todas as partes do mundo. Surgida há quase trinta anos, e desejada pelo meu amado predecessor, também a Fundação João Paulo II para o Sahel não cessou de perseguir esta finalidade: ser sinal de uma caridade cristã que encarna e se torna testemunha de Cristo. A Fundação deseja igualmente manifestar a presença do Papa junto dos nossos irmãos africanos! Ela realizou ao longo dos anos numerosos projectos para contrastar a desertificação. A existência desta Fundação mostra a grande humanidade do meu amado predecessor que teve esta intuição. Mas esta obra não será plenamente eficaz se não for irrigada pela oração. Pois, só Deus é fonte e poder de vida. É Ele o criador das águas (Gn 1, 6-9). Infelizmente o Sahel foi gravemente ameaçado durante estes últimos meses por uma diminuição importante de recursos alimentares e pela fome por causa da falta de chuva, que causa o avanço constante do deserto. Exorto a comunidade internacional a considerar seriamente a extrema pobreza destas populações cujas condições de vida se agravam. Desejo encorajar e apoiar também os esforços dos organismos eclesiais que trabalham neste âmbito.
A caridade deve promover todas as nossas acções. Não se trata de pretender fazer um mundo «à medida”, mas trata-se de o amar. Eis por que a Igreja não tem por vocação primária transformar a ordem política ou mudar o tecido social. Ela deseja transmitir a luz de Cristo. É Ele quem transformará tudo e todos. É por causa de e por Jesus Cristo que a contribuição cristã é tão específica. Em certos países que vós representais, o Islão existe. Sei que mantendes boas relações com os muçulmanos e por isto me alegro. Testemunha que Cristo está vivo e que o seu amor vai além de qualquer religião, raça e cultura, é importante também em relação a eles.
Descreve-se de modo redutivo e muitas vezes humilhante a África como o continente dos conflitos e dos problemas infinitos e sem solução. Ao contrário, a África que hoje acolhe a Boa Nova é para a Igreja o continente da esperança. Para nós, para vós, a África é o continente do futuro. Repito a exortação pronunciada por ocasião da minha recente viagem ao Benim: ”África, Boa Nova para a Igreja, sê-o para todo o mundo!”. A Fundação João Paulo II para o Sahel é disto um grande testemunho.
Para realizar esta obra e depois de 28 anos de actividades, a Fundação precisa de se actualizar e renovar». Nisto considero prioritário a educação e a formação cristãs, e a formação profissional.
Comentários
Enviar um comentário