Rosa do Alentejo – por terras do Alentejo por ARMANDO SOARES










Um grupo de amigos organizado pela Empresa de Oliveira de Azeméis, A.V.Reis, de 18a 21 de Fevereiro 2012, deslocou-se até ao Alto Alentejo numa digressão cultural e recreativa. Abrangendo amigos ligados ao sr Reis proprietário da Empresa com um dinamismo sempre crescente e num espírito de família como não é fácil encontrar. Ele ainda há coisas bonitas de se dizerem neste país. Esta será uma delas.
De Santa Maria da Feira, São João da Madeira, Ovar, Oliveira de Azeméis, irmanados num espírito cristão e profundamente humano, desceram do Norte, com paragem em Penela. Tempo para visitar as maravilhosas vilas de Marvão e Castelo de Vide. No sábado, dia 18, participação na celebração da Eucaristia vespertina, das18h00, na Sé de Portalegre, presidida pelo pároco, Padre Marcelino, e usando da palavra, na homilia, o Padre Armando convidado para acompanhar o grupo. Fê-lo numa dimensão missionária, para uma igreja praticamente cheia, contando com os 60 visitantes.
O destino do grupo foi o Hotel Rural Santo António, em Arronches. Um Hotel que ficou completamente cheio com o grupo e que foi para nós como uma casa de família nestes dias. Bem acolhidos, bem tratados, com estima, amizade e  profissionalismo. Gostámos muito deste ambiente e é o que o grupo pretende para dias assim
No domingo rumamos para Évora, onde almoçámos, e com paragem em Estremoz, a terra do ouro branco, do bom mármore que pode rivalizar com o de Carrara. Antes do almoço no Hotel, um passeio pela cidade até à igreja de S. Francisco com acapela dos Ossos, a Praça do Giraldo, o monumento de Diana (?) e a sé catedral.
Depois do almoço, digressão bem orientada por Portel, barragem do Alqueva, Aldeia da Luz, com paragem nesta localidade. E para ouvir de um habitante o desconforto de mudar para uma aldeia nova mas que não lhe diz nada. Confessou: “Ter de deixar a nossa aldeia debaixo da água, a nossa casa ainda que velhinha, a nossa hora, aquele lugar em que nascemos, vivemos, saltámos, corremos, brincámos, e vir para aqui foi como pôr-nos o cutelo ao pescoço, como se faz a um cabrito”!“Estamos cheios disto! E alguém ficou com as massas. Aqui não há mais que paredes novas, mas frias, e casas iguais umas às outras!”
Ao fim da tarde, visita a Monsaraz, com um belo panorama de pôr do sol, reflectindo-se no horizonte alentejano e nas línguas de água da barragem, espelhando-se aqui e acolá. Passeio pelas estreitas ruas de Monsaraz num misto de antiguidade restaurada, desta aldeia com seu castelo altaneiro sobre a planície.
Regresso ao Hotel, com passagem por Reguengos de Monsaraz. Nessa noite, após o jantar, brindámos todos com o dono, gerente e demais pessoal do Hotel festejando o 1ºaniversário do mesmo. Com bolo e champanhe. E houve também celebração de anos da Rosinha. Por isso, o título do artigo: Rosa do Alentejo.
O dia 20 foi um dia excepcional com a visita à Herdade das Argamaças, em Campo Maior, com visitas à Fábrica do Café Delta, do Museu do Café e da Adega Mayor. Aqui pudemos avaliar os efeitos da vontade e da força de um homem de valor como o senhor Comendador Rui Nabeiro. Uma obra inigualável. Três mil postos de trabalho na Delta e 400 na fábrica. Modernidade, produtividade, exportação. Gostámos de ver as máquinas laborando e as várias fases da produção e feitura do café. E ficámos até a saber o que é o robusta e o arábico. E que os missionários foram muitas vezes os que levaram a planta do café de uma terra, ou de um continente para outro, como em Timor. O café Delta é o mais difundido em Portugal e está amplamente representado no estrangeiro. È um dos melhores cafés. Cresceu ainda mais a nossa admiração pelo senhor Comendador Rui Nabeiro como homem, como cidadão e como empresário. E fiquei feliz por saber que seus filhos lhe seguem as pisadas.
De tarde, depois do almoço, fomos visitar Badajoz e Olivenza. Regresso ao Hotel onde se desenrolou o convívio de carnaval com música ao vivo e um pezinho de dança até essa meia noite. Logo no começo, o Dr. Serafim Fidalgo fez uma breve apresentação do livro na força do DIÁLOGO, cujo autor é o Padre Armando Soares, da diocese do Porto. Seguindo-se uma série de autógrafos.
E no último dia, foi o regresso a casa, com passagem e paragem em Castelo Branco e almoço no Mário do Fundão. Depois do almoço ainda houve tempo para uma paragem em Belmonte para dar uma volta pelo local da judiaria e da sinagoga. O Professor Serafim introduziu-nos em cada terra descrevendo-nos a sua história antiga e actual. Belas reflexões e eloquentes.
As refeições foram proporcionadas em restaurantes seleccionados. Vale a pena viajar assim. É urgente viajar assim. A cultura adquire-se. Bota-se fora a iliteracia. Humaniza-se a vida. Conhece-se o nosso povo, as nossas cidades e aldeias. Saímos do marasmo. Tornámo-nos mais ricos e mais portugueses, conhecendo melhor a nossa terra. Pode ser rosa e pode ser a rosa do Alentejo.

Comentários

  1. Monsaraz é uma aldeia típica bem conservada e com uma bela paisagem sobre o Alqueva.

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