141. Agressão de radicais hinduístas contra universidade jesuíta
Um ataque de hinduístas radicais contra um centro universitário jesuíta
em Bangalore, na Índia, espalhou o terror e deixou estudantes feridos. A agressão
foi cometida por mais de cem membros de grupos extremistas hostis aos cristãos
e especialmente às suas instituições educativas. As consequências poderiam ter
sido muito mais graves, de acordo com a agência Fides.
A multidão de extremistas, pertencentes aos grupos radicais Vishwa
Hindu Parishad, Bajrang Dal, Rastra Sakthi Sene e Karnataka Rakshana Vedike,
irrompeu no campus com o pretexto de que a bandeira nacional indiana não tinha
sido hasteada no dia anterior, Festa da República na Índia. O director do
instituto, Pe. Melwin Mendonça, SJ, contou que jesuítas e estudantes viveram
horas de grande medo, particularmente por causa da suposta cumplicidade das
instituições civis e das forças de segurança. No grupo de agressores, por
exemplo, havia membros do conselho administrativo da cidade. Quando os jesuítas
chamaram a polícia, o inspector e os agentes limitaram-se a ficar olhando a
violência, permitindo que os distúrbios no campus se prolongassem durante mais
duas horas”, denuncia o director.
O pe. Melwin Mendonça não foi autorizado a fazer qualquer declaração. A
multidão dos invasores gritava pedindo a sua detenção. O jesuíta, para tentar
acalmar a situação, consentiu em ser detido, mesmo sem nenhum tipo de acusação.
Em lugar de ser levado de carro, os agentes obrigaram-no a percorrer a pé o
caminho até a delegacia da polícia. Os extremistas continuavam gritando contra
as minorias cristãs e contra o director. Alguns estudantes do campus, que
intervieram para proteger o director, foram agredidos.
O director ficou detido pela polícia sem nenhum motivo desde o meio-dia
até as nove horas da noite. Quando o libertaram, a polícia não quis registar a
denúncia por agressão pessoal, pela invasão do campus ou pela violência física
sofrida pelos estudantes.
O pe. Melwin comentou à Fides: “A bandeira que não foi hasteada era só
uma desculpa. Os grupos radicais hinduístas visitaram o nosso instituto oito
vezes neste último ano académico. Eles queriam que os nossos estudantes
aderissem aos seus movimentos. Alguns líderes hinduístas afirmam que o
instituto deveria ser fechado, que não deveriam mais conceder autorização para
os cristãos abrirem instituições educativas, porque, na opinião deles, nós
destruímos a cultura da Índia. Temos muitos casos parecidos em Karnataka, onde
os cristãos são perseguidos”.
O Instituto Universitário São José de Anekal existe há mais de quarenta
anos, tem 378 estudantes, 200 dos quais são dalit (intocáveis), ou seja, os
membros excluídos da sociedade hinduísta tradicional. Outros 60 pertencem a grupos
indígenas.
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