Quaresma Comunhão, compaixão e partilha fraterna dos sofrimentos daqueles que precisam", Cardeal Sarah.
A caridade "A caridade nos ensina que
somos responsáveis não só pelo bem-estar material dos outros, mas também pelo
seu bem moral e espiritual…
Não podemos ignorar o facto de
que uma certa ideologia que exalta os direitos do indivíduo pode ter como
consequência a criação de isolamento e solidão....
Quando a chamada à comunhão é
negada em nome do individualismo é a nossa humanidade que sofre, enganados pela
miragem impossível de uma felicidade obtida sozinho”
Missão profética "Às vezes pensa-se que as preocupações da Igreja, a sua
tenaz resistência a certas ideias da moda, são movidos pela sede ou nostalgia
de poder Este não é o caso. A Igreja é movida por uma sincera preocupação para
com a humanidade e para com o mundo. Suas actividades não são movidas por um
desejo de condenar ou recriminar, mas por uma justiça e de misericórdia que
também deve ter a coragem de chamar as coisas pelo seu nome. Só desta forma
podemos expor as raízes do mal, que continuam a intrigar a mente do homem
moderno. Esta tarefa da Igreja é chamada missão profética ".
Justiça social No Antigo Testamento, explicou
o Cardeal Sarah, "um profeta era um homem chamado e enviado por Deus para
comunicar a Sua vontade às pessoas.
É evidente que o apelo a uma maior
justiça social faz parte da missão da Igreja", que "não pode
permanecer em silêncio perante o facto de que muitas pessoas morrem porque não
vêem satisfeitas as suas necessidades básicas enquanto outros enriquecem
explorando seus companheiros.
No entanto, a dimensão
profética de nossas palavras e acções não pode ser limitada a esses fenómenos
externos sem ir às raízes morais dessas injustiças. A corrupção, a acumulação
de riquezas, a violência, vivem à custa da comunidade, são tumores que consomem
uma sociedade por dentro. Também não podemos silenciar o facto de as raízes da
actual crise financeira estarem na desenfreada ganância e sede de dinheiro sem
escrúpulos.
Solidariedade "No entanto, o Santo Padre ... identifica uma dimensão
ainda mais profunda. A Igreja é um profeta neste mundo para denunciar a
ausência de Deus. A sociedade secularizada organiza-se, sem referência a Deus,
sendo afectada por uma pobreza mais trágica do que o material uma pobreza
representada pela rejeição e exclusão completa de Deus da vida social e
económica, pela revolta contra as leis divinas e naturais.
A principal responsabilidade da Igreja é lembrar a cada geração
que esta dimensão espiritual é vital. O profeta de hoje deve dizer ao mundo que
Deus existe, que, sem esse Pai que suscita em nós a solidariedade. Sem Deus a
partilha de vida e fraternidade se dissolve-se em utopia vazia, pois o homem
tem uma vocação sobrenatural, a voz de Deus fala e a Ele devemos responder um dia
".
Correcção fraterna "A mensagem de hoje",
o cardeal concluiu, "visa despertar as consciências das pessoas em relação
aos direitos e deveres dos nossos irmãos, mas também aos nossos deveres para
com os 'direitos' de Deus. Tudo isso acontece no contexto da comunhão orientada
pelo princípio da reciprocidade e da correcção fraterna, com vista ao bem
temporal da humanidade e à sua salvação escatológica
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