BRASIL Arcebispo de Manaus repudia massacre em prisão
BRASIL
Arcebispo de Manaus repudia massacre em prisão
03 de Janeiro de 2017, às 10:58
Foto: Lusa |
Responsáveis católicos
pedem fim da sobrelotação nas cadeias e condenam banalização da morte. Manaus,03 jan 2017 O arcebispo de Manaus, no Brasil, manifestou
a sua condenação pelo motim deste domingo numa prisão dessa cidade, capital do
Estado do Amazonas,
que fez pelo menos 60 mortos.
“Manifestamos o nosso
repúdio contra a mentalidade daqueles que banalizam a vida, achando que a mesma é
descartável, onde se pode matar e praticar todo tipo de crime
e violência contra os
cidadão”, refere D. Sérgio Eduardo Castriani, numa nota divulgada hoje.
O documento é assinado
também pelos responsáveis da Pastoral Prisional na arquidiocese
amazónica, pronunciando-se em defesa da vida e manifestando solidariedade às
famílias enlutadas.
Durante os confrontos,
registaram-se várias decapitações e alguns corpos foram queimados e mutilados,
no que tem sido apresentado como um episódio da guerra entre
narcotraficantes.
Os responsáveis da
pastoral prisional em Manaus recordam que o Estado tem de “cuidar e garantir a
integridade física” de cada detido, lamentando que o atual sistema não recupere cidadãos
mas se apresente, pelo contrário, como uma “escola de crime”.
A Arquidiocese
brasileira vai promover uma celebração eucarística em sufrágio pelas vítimas no próximo
sábado, na Catedral da Imaculada Conceição.
D. José Albuquerque de
Araújo, bispo auxiliar de Manaus, disse à Rádio Vaticano que este é um momento de
“de grande lamento e profunda tristeza”.
"Esperamos que os
nossos governos, estadual e municipal, e as nossas polícias possam chegar a um acordo e
resolver esta situação quanto antes, para o bem dos que estão presos, que muitas
vezes são vítimas da própria violência, e também dos familiares que acompanham a
situação com muita apreensão, tristeza e medo”, acrescentou.
Já o padre Gianfranco
Graziola, vice-coordenador nacional da Pastoral das Prisões no Brasil, sublinhou à
emissora pontifícia que o país tem uma prática de “encarceramento em massa”.
“A prisão é um
produtor de criminalidade, um produtor de violência, um produtor de tortura. Nós temos
apresentado isto muito claramente com dados, mas parece que não são suficientes
para combater esta luta entre fações, sobretudo este comércio em que se tornou o
sistema prisional brasileiro”, lamentou. OC |ECCLESIA
Comentários
Enviar um comentário