VOZ DA MISSÃO ABRIL 2012 NUMERO 922 Director ARMANDIO SOARES

DA MISSÃO
ABRIL 2012
Número: 922

AFRICA | DESLOCADOS | REFUGIADOS | ENFERMOS | IDOSOS | HIV! | CÓLERA | DITADURAS | FOME | DESEMPREGO | FUTURO | MINORIAS | PERSEGUIDAS | CONFLITOS | PERSEGUIÇÃO | RELIGIOSA.


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ÁFRICA CONTINENTE DO
 FUTURO
* ARMANDO SOARES*



No dia 10 de Fevereiro passado Bento XVI disse no discurso aos membros da Fundação João Paulo II para o Sahel: Tende-se a descrever a África «de modo redutivo e muitas vezes humilhante, como o continente dos conflitos e dos problemas infinitos e sem solução, mas ao contrário, ela “é para a Igreja o continente da esperança, o continente do futuro».
 Dirigindo-se aos representantes da Fundação e a todos os que nela trabalham afirmou: «Deus fez-se carne. Houve porventura alguma vez um gesto maior do que este? Tudo o que acontece hoje em dia e que continua a realizar-se depois do dia em que Jesus se fez homem, é disto o sinal. Deus não deixa de nos amar e de encarnar para a sua Igreja, em todas as partes do mundo. Surgida há quase trinta anos, e desejada pelo meu amado predecessor, também a Fundação João Paulo II para o Sahel não cessou de perseguir esta finalidade: ser sinal de uma caridade cristã que encarna torna testemunha de Cristo. A Fundação deseja igualmente manifestar a presença do Papa junto dos nossos irmãos africanos! Ela realizou ao longo dos anos numerosos projectos para contrastar a desertificação. A existência desta Fundação mostra a grande humanidade do meu amado predecessor que teve esta intuição. Mas esta obra não será plenamente eficaz se não for irrigada pela oração. Pois, só Deus é fonte e poder de vida. É Ele o criador das águas (Gn 1, 6-9). Infelizmente o Sahel foi gravemente VOZ ameaçado durante estes últimos meses por uma diminuição importante de recursos alimentares e pela fome por causa da falta de chuva, que causa o avanço constante do deserto. Exorto a comunidade internacional a considerar seriamente a extrema pobreza destas populações cujas condições de vida se agravam. Desejo encorajar e apoiar também os esforços dos organismos eclesiais que trabalham neste âmbito.


A caridade deve promover todas as nossas acções. Não se trata de pretender fazer um mundo «à medida”, mas trata-se de o amar. Eis por que a Igreja não tem por vocação primária transformar a ordem política ou mudar o tecido social. Ela deseja transmitir a luz de Cristo. É Ele quem transformará tudo e todos. É por causa de e por Jesus Cristo que a contribuição cristã é tão específica. Em certos países que vós representais, o Islão existe. Sei que mantendes boas relações com os muçulmanos e por isto me alegro. Testemunha que Cristo está vivo e que o seu amor vai além de qualquer religião ou cultura, é importante também em relação a eles.
Descreve-se de modo redutivo e muitas vezes humilhante a África como o continente dos conflitos e dos problemas infinitos e sem solução. Ao contrário, a África que hoje acolhe a Boa Nova é para a Igreja o continente da esperança. Para nós, para vós, a África é o continente do futuro. Repito a exortação pronunciada por ocasião da minha recente viagem ao Benim: ”África, Boa Nova para a Igreja, sê-o para todo o mundo!”. A Fundação João Paulo II para o Sahel é disto um grande testemunho.
Para realizar esta obra e depois de 28 anos de actividades, a Fundação precisa de se actualizar e renovar». Nisto considero prioritário a educação e a formação cristãs, e a formação profissional.
* Carteira Profissional de Jornalista 6100.

NIGÉRIA
Mais de 200 vítimas em explosão de bomba no dia de Natal



200 vítimas, entre as pessoas que morreram ou desapareceram, devido aos ataques direccionados contra algumas igrejas cristãs no Natal na Nigéria. Isso foi o que disse num comunicado enviado à Agência Fides o Arcebispo de Ibadan e Presidente da Conferência Episcopal da Nigéria.
"Nós bispos católicos da Nigéria estamos profundamente entristecidos pelos bombardeios de Natal dirigidos contra algumas igrejas cristãs, que incluem a igreja Católica de St Teresa, Madalla, sob a jurisdição eclesiástica da diocese de Minna", disse o comunicado."O número de mortos será cerca de 200 pessoas. Muitos dos feridos estão foi hospitalizados, enquanto o edifício da igreja e outros edifícios em volta estão em ruínas”.
Os Bispos nigerianos também lançaram um apelo à liderança Islâmica do país: "Membros da seita Boko Haram reivindicaram a responsabilidade por este crime vergonhoso contra Deus e a humanidade. Vamos aproveitar esta oportunidade para chamar sobre a nossa paz amorosa muçulmanos especialmente seus líderes de espectros políticos, económicos, sociais e religiosos não apenas para denunciar publicamente estes actos, mas para seu próprio bem e o bem da Nigéria para serem activos e fazerem tudo para acabar com este movimento.

BENIM
BENTO XVI visita o país.
De 18 a 20 Novembro de 2011 Bento XVI visitou a República do Benim.
Este país foi o escolhido para ser assinado e apresentado o documento conclusivo da Assembleia do Sínodo dos Bispos para a África que, em 2009, trouxe mais de 200 Bispos a Roma.
Nestes dias: 1. Celebraram-se os 150 anos da evangelização. 2. Prestou-se homenagem ao Cardeal Bernardin Gantin, considerado pai da nação. 3.Comemorou-se o 40º aniversário das relações diplomáticas entre o Benim e a Santa Sé.


BENIM
BENTO XVI em festa com crianças doentes e abandonadas




A visita ao Lar das irmãs de Madre Teresa de Calcutá foi marcada pelos sons tradicionais de África
Bento XVI visitou hoje o lar ‘Paz e Alegria’, em Cotonou, Benim, ao som de cânticos e danças das crianças presentes, a quem ofereceu um terço e convidou a rezar com os seus pais.
“Tiro um terço do meu bolso. O terço é uma espécie de instrumento que se pode usar para rezar. Rezar o terço é simples. Talvez já o saibais fazer, senão pedi aos vossos pais que vos ensinem”, disse o Papa, no final de um longo encontro, antes de pedir orações “pelo Papa, pela Igreja e por todas as intenções importantes”.
Bento XVI visitou hoje o lar ‘Paz e Alegria’, em Cotonou, Benim, ao som de cânticos e danças das crianças presentes, a quem ofereceu um terço e convidou a rezar com os seus pais.
“Tiro um terço do meu bolso. O terço é uma espécie de instrumento que se pode usar para rezar. Rezar o terço é simples. Talvez já o saibais fazer, senão pedi aos vossos pais que vos ensinem”, disse o Papa, no final de um longo encontro, antes de pedir orações “pelo Papa, pela Igreja e por todas as intenções importantes”.
“Papa no Benim é reconciliação” foi um dos gritos que se repetiu por diversas vezes na paróquia de Santa Rita, após a visita à casa das Missionárias da Caridade, congregação religiosa fundada pela beata Madre Teresa de Calcutá, que hospeda dezenas de menores abandonados e doentes.
Numa igreja repleta, com quase 800 pessoas, o Papa foi recebido pelo bispo de Porto Novo, D. René-Marie Ehouzou, responsável da Pastoral Social do episcopado do Benim, e por uma criança, Aïcha Hounsounou, em representação de todas as presentes.
“É a primeira vez, desde o início do vosso pontificado, que concedeis uma audiência pública a crianças da nossa idade. Sentimo-nos muito honrados por isso. É uma alegria imensa que nos anima, neste momento”, disse a menina, antes de entregar um presente a Bento XVI.
A todos, o Papa convidou a rezar “pelas crianças do mundo inteiro, especialmente por aquelas que sofrem por causa da doença, da fome e da guerra”.
Num tom mais pessoal, o Papa recordou o dia da sua Primeira Comunhão como “um dos mais belos” da sua vida.
“Não foi tanto por causa das roupas lindas, nem dos presentes, nem sequer da refeição de festa; mas sobretudo porque, naquele dia, recebemos pela primeira vez Jesus-Eucaristia”, disse.
Bento XVI evocou o testemunho de São Kizito, rapaz ugandês nascido em 1872 e martirizado aos 13 anos “porque queria viver segundo o Batismo que tinha recebido”.
“Não hesiteis, queridas crianças, em falar de Jesus aos outros. Ele é um tesouro que é preciso saber partilhar com generosidade”, apelou o Papisso. É uma alegria imensa que nos anima, neste momento”, disse a menina, antes de entregar um presente a Bento XVI.
A todos, o Papa convidou a rezar “pelas crianças do mundo inteiro, especialmente por aquelas que sofrem por causa da doença, da fome e da guerra”.
Num tom mais pessoal, o Papa recordou o dia da sua Primeira Comunhão como “um dos mais belos” da sua vida.
“Não foi tanto por causa das roupas lindas, nem dos presentes, nem sequer da refeição de festa; mas sobretudo porque, naquele dia, recebemos pela primeira vez Jesus-Eucaristia”, disse.
Bento XVI evocou o testemunho de São Kizito, rapaz ugandês nascido em 1872 e martirizado aos 13 anos “porque queria viver segundo o Batismo que tinha recebido”.
“Não hesiteis, queridas crianças, em falar de Jesus aos outros. Ele é um tesouro que é preciso saber partilhar com generosidade”, apelou o Papa.
A viagem de Bento XVI ao Benim, segunda ao continente africano, incluiu passagens por Cotonou, cidade mais populosa do país, e Ajudá (Ouidah), a 40 km da capital económica.

ÁFRICA
PRODUÇÃO AGRÍCOLA




A queda de 8% da produção de cereais na África Ocidental e 25% para toda a área do Sahel está criando preocupações sobre a situação de insegurança alimentar e o aumento do custo de vida. A perda de produtividade devido às chuvas insuficientes e irregulares durante a última temporada chuvosa, redução dos recursos hídricos para a produção agrícola, mas também o nível dos rios cujas acções estão a diminuir.
De acordo com os últimos dados divulgados em Cotonou, após uma reunião do Comité Permanente dos estados para combater a seca no Sahel (CILSS), a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Programa Alimentar (PAM, a área global de produção equivaleria a 16,6 milhões de toneladas de cereais. De acordo com especialistas, é um resultado que está dentro da média dos últimos cinco anos, mas que marca uma diminuição de 25% em comparação com a quantidade produzida em 2010. Há muitas regiões que experimentaram uma redução substancial da produtividade, incluindo o centro do Senegal, as áreas de Kayes, Koulikoro e Mopti em Mali, no centro-norte e leste de Burkina Faso, o coração agrícola da Maradi e Dosso no Níger, assim como Chad, Mauritânia e oeste da Costa do Marfim.
Além disso, gafanhotos e doenças destruíram 30% das lavouras nas áreas mais rurais do Mali, Níger, Chade e Mauritânia. O déficit regional de alimentos para animais e escassez de água resultará em grandes mudanças na comunidade que se dedicam ao pastoreio, com o risco de conflitos nas áreas de partida e de destino, incluindo o Delta do Níger, o Lago Chade, o norte das regiões Central e Norte do Golfo da Guiné. O único aspecto positivo é o superávit comercial do milho produzido a partir de Gana, Togo, Nigéria e Benin que podem exportá-lo para países em dificuldade.
Soando o alarme para a difícil situação alimentar de uma ampla gama de países na África Subsariana é a representante especial do Secretário Geral da ONU na África Ocidental, Said Djinnit, que solicitou a mobilização de toda a comunidade internacional para apoio do Sahel ", destinadas a ter que lidar com diferentes problemas" nos próximos meses. De acordo com o especialista, num contexto já instável e difícil regional, o impacto do declínio na produção de cereais será agravado "pelo regresso a casa de muitos imigrantes na Líbia anos atrás, por uma diminuição dos recursos que foram enviados a partir da Líbia e do desafio a reintegração de pessoas, muitas vezes armadas, "especialmente em Mali e Níger.

 PAGINA 2
partilha | pão | paz

SOLIDARIEDADE | MEALHEIRO DAS MISSÕES (D. Graça)


Ficha Técnica

Director: ARMANDO SOARES  pe.armandosoares@gmail.com
Administração: Editorial Missões
Redacção:, A. Matos, Armando Soares P. Januário dos Santos, Diana Salgado e Luís Vieira
Colaboraram neste número: Armando Soares. P. Luís Vieira, P. Manuel Castro, P. Francisco de Jesus, TM., Maria da Graça, Maria Emília Marega, Elisa Silva
AGÊNCIAS: NEWS.VA, ADITAL, ZENIT, MISNA.
Fotografia: BOA NOVA | A.SOARES | NAMUR | C. PRESS
Design gráfico: Armando Soares
Pré-impressão e tratamento de fotografia: José Lima.


PAGINA 3
família missionária
* LUIS VIEIRA
ATIVIDADE MISSIONÁRIA





Vivência e convivência
Quando estamos no meio dos nossos colaboradores e comungamos do seu entusiasmo, sentimos o verdadeiro rosto da Igreja missionária: rosto de fé, de alegria, de comunhão e de festa. A alegria do anúncio do evangelho mobiliza e dá um ardor novo às nossas paróquias e a muitas das nossas casas.
Neste mundo em constante mudança e na complexa situação do presente, é necessária uma nova missão com novas modalidades que anuncie eficazmente a Palavra de Deus. Acredito que os nossos grupos missionários paroquiais, pelo seu testemunho e pelo seu trabalho influenciam positivamente a comunidade eclesial. Diz a exortação apostólica “Evangelii nuntiandi” do Papa Paulo VI que “a responsabilidade de ser Igreja não se limita a sugerir ao mundo valores que compartilhamos, mas é preciso chegar ao anúncio explícito da Palavra de Deus. Só assim seremos fiéis ao mandato de Cristo        Quando um grupo missionário é envolvido pela vivência da Palavra de Deus, sente a necessidade de a anunciar, criando a convivência com outras pessoas. O resultado desta sementeira de amor serão novos evangelizadores. Compartilhemos a Boa Nova de Jesus, para que a Igreja seja mais missionária.

FAMÍLIA BOA NOVA
No dia 26 de Fevereiro, reunimos os nossos colaboradores da zona de Cucujães. Veio muita gente e foi bom partilharmos juntos a alegria da missão.
Desta vez, continuamos a refletir o modo de evangelizar missionáriamente as nossas paróquias. Abordamos o tema da nova evangelização e a preocupação dum maior relevo à Palavra de Deus em casa e na comunidade. Falamos também de catequese e, como levar as crianças e os jovens ao dinamismo da fé e à sedução por Jesus.
No dia 25 de Fevereiro, iniciamos o esquema mensal para este ano dedicado à Palavra com o lema: “Átrio da Palavra”. È realizado, aqui no Seminário de Cucujães, no último sábado de cada mês, às 21 horas. A finalidade é levar as pessoas das nossas comunidades a uma “lectio divina” dos evangelhos do mês seguinte. É um tempo de aprofundamento e de sedução pela Palavra de Deus. Esta Palavra há-de ser a luz da nossa vida e a centralidade da nossa casa.

Cernache do Bonjardim
Ano de Formação 2012
Saudações deste Bom Jardim (Portugal) de S. Nuno de Santa Maria e de centenas de missionários que aqui se prepararam e daqui partiram para a evangelização noutros continentes.
Como tinha sido anunciado, iniciou-se anteontem, dia 9 de Fevereiro, o Ano de Formação da SMBN de 2012. Após a reunião do Conselho Geral da SMBN, que teve lugar neste Seminário das Missões, celebrou-se a Missa, na igreja do Seminário, invocando a graça de Deus para este ano. Presidiu o Superior Geral e concelebraram o P. Artur, o P. Zacarias, do Conselho Geral, e os padres deste Seminário, estando também presente o P. Anisberto e o Ir. Joaquim, da animação missionária, vindos de Cucujães.
São cinco os Formandos deste ano de 2012, vindos de três continentes:
1 – Afonso Gomes Chivela, nascido em 31.10.1986, natural de Chongoró, diocese de Benguela, Angola.
2 – Carlos Domingos Jorge, nascido em 27.01.1982, natural de Amboim, diocese do Sumbe, Angola.
3 – Donato Manuel Jaques de Assunção, nascido em 21.08.1966, natural de Cabinda, diocese de Cabinda, Angola.
4 – Rui Jorge Santos Vieira Ferreira, nascido em 31.03.1981, natural de S. Pedro e S. Tiago, Torres Vedras, Patriarcado de Lisboa, Portugal.
5 – Severino Araújo de Morais Filho, nascido em 21.01.1980 natural de Currais Novos, Diocese de Caicó, Rio Grande do Norte, Brasil.
Neste fim de semana o Rui foi autorizado a ausentar-se para Lisboa para participar num programa televisivo da TVI, com o testemunho da sua vocação, dado por ele próprio e pela mãe, na tarde de ontem, dia 10, que os colegas tiveram ocasião de ver aqui em casa e que decorreu com muita elevação e simpatia, tanto da parte do Rui e da mãe como da apresentadora e da assistência, Nos dias 14 e 15 deste mês será o retiro que as Constituições da SMBN prescrevem para o início do Ano de Formação. Vai ser orientado pelo P. José Manuel da Costa Lima.
Os cinco Formandos e os directores pedem a todos os membros da Sociedade Missionária e aos seus amigos que nos tenham presente nas suas orações.

ANGOLA
LAURINDO VISELE : Juramento Perpétuo e Ordenação de Diácono
Laurindo Visele fez o seu juramento perpétuo no dia 27 do mês de Janeiro, na Paróquia da Gabela. Era membro temporário da SMBN e natural da Diocese de Benguela. Fez os estudos teológicos no Brasil. Chegou à paróquia da Gabela em 2010 para iniciar seu estágio para o Diaconado. Numa celebração eucarística, com a igreja completamente cjheia, a que presidiu e aceitou o juramento perpétuo o Padre Augusto Farias, Superior Regional em Angola. Na manhã do dia 28, foi a ordenação diaconal conferida por D. Benedito Roberto, Bispo da diocese do Sumbe, numa missa campal, em frente da igreja matriz da Rainha Santa Isabel e concelebrada por trinta sacerdotes da Sociedade Missionária e do clero diocesano do Sumbe e também de Benguela.
Dois acontecimentos vividos com grande alegria pelo Laurindo, pelso familiares, pelo bispo diocesano e pela comunidade dos fiéis, em que notou uma grande presença de jovens.

BRASIL
Jovens consagram suas vidas à Missão


No passado dia 12 de Fevereiro, consagraram-se ao Senhor nas Missionárias da Boa Nova, duas jovens brasileiras. A Márcia dos Santos realizou a sua consagração definitiva e a Tássia Regina Lima realizou sua primeira consagração. A cerimónia teve lugar na terra de origem das jovens, na igreja de Cristo Redentor da comunidade do Areal, paróquia da Chapadinha – Brasil.
O Padre Neves, pároco de Chapadinha, presidiu à celebração, acompanhado do Padre António Tavares, ambos Missionários da Boa Nova e do Padre Orlando, pároco de Urbano Santos, que representou o clero diocesano do Brejo. Foi uma celebração vivida e participada pela comunidade e em que todos participaram activamente. Que o exemplo destas jovens toque o coração de muitas outras que optem por servir o Reino dos Céus.

PARTIU PARA O PAI
- Faleceu um tio, irmão de sua mãe, do Padre Adelino Ascenso, missionário no Japão e que vivia no Brasil.
Ao Padre Adelino e a todos os seus familiares, os nossos pêsames e a nossa solidariedade missionária.

PAGINA 4
age

PARAR PARA VIVER



* P. FRANCISCO DE JESUS smbn
Todos sabemos que a primavera vem depois do inverno. O inverno, tempo de árvores desnudadas, sem flores, sem grandes coloridos, aparenta ser um tempo estagnado, fechado às grandes actividades da vida. Contudo, neste tempo a labuta continua, mas mais subtil, mais interior. A terra recebe os nutrientes, transforma-os, trabalha-os. É assim que recupera forças e se prepara para a grande explosão de flores e festa que é a primavera.
Quem de nós não precisa também de recuperar forças, renovar o encanto da magia de cada dia, estimular a vitalidade para as novas tarefas. Quem de nós não sonha com uma vida de verdadeira felicidade. Não uma felicidade fugaz ou egoísta e imatura, mas uma felicidade generosa, madura, uma felicidade partilhada. Deus guia-nos neste projecto e dá-nos os ingredientes necessários para o atingirmos. Perceber esse projecto é um trabalho para toda a vida. Precisamos aprender a ver e saborear a vida com o coração cada vez mais puro e mais humano. Precisamos de nos libertar do que nos escraviza, ou melhor, do que nos limita, do que faz diminuir a nossa grandeza de filhos de Deus. Por isso somos convidados ao recolhimento, somos chamados a parar.
Se para irmos de férias precisamos de fazer e refazer as contas, se para comprarmos uma roupa, experimentamos várias peças, mais ainda teremos de reflectir quando se trata da essência da nossa vida. Para isso paramos, paramos para fazermos contas à vida, para recuperarmos forças, para darmos um novo fôlego à vida.
Todos precisamos olhar para quem somos, para o que fazemos de mal e para o que fazemos de bem, para o que nos afasta da vida em plenitude e para descobrirmos o caminho a seguir. Precisamos de parar para nos libertarmos das nossas falhas e para libertarmos as falhas dos outros. Precisamos parar para nos deixarmos tocar por Deus e tocados olharmos o que nos rodeia com outro sentido, com outro encanto, com outro amor. Muitas vezes só nos damos conta do valor das “pequenas” grandes coisas quando paramos. Realmente, como pode ser gostoso dar uma pequena caminhada, sentir a brisa e o sol, ouvir o chilrear dos pássaros, sentir um bom abraço. Como pode ter um valor incalculável o apoio recebido num momento de fraqueza, um sorriso num momento de tristeza, um colo amigo num momento de desânimo. Quanta riqueza nos cerca, e como podemos viver pobres porque não nos apercebemos dela.
É bom podermos retirarmo-nos do ritmo do dia-a-dia, retirarmo-nos para nos encontrarmos de novo, mas com outro vigor.
Os Leigos Boa Nova retiraram-se das suas vidas habituais e encontraram-se em retiro no passado dia  09,10 e 11 de Março em Ermesinde.  Este retiro foi um bom presente para todos. Foi um bom período de reflexão, oração, de encontro com a vida, com os outros e com Deus.
Pode-se assim dizer que nem sempre “parar é morrer”. Parar também é fundamental. É fundamental para quem querseguir um rumo certo, para quem não se contenta em sobreviver, mas acredita naprimavera, na explosão de flores, de festa e de vida.


CONVERSA EM FAMÍLIA
Meus carísimos amigos
É sempre com interesse que vou abrir a sessão para comunicar algo de válido para os nossos leitores.
No mês passado trouxe 2 novos assinantes que vieram pelo seu à portaria para se inscreverem. Confesso que gostei. Mais gostaria se em vez de 2 aparecessem vinte. É uma questão de quererdes. Tentai junto dos vossos amigos.

Márcio Paulo Candeias de Melo escreve-nos, lá dos Açores e diz: “ Olá, viva sr P. Artur Matos e Sr.Padre Armando Soares. Amigos, não posso deixar perdida a minha mensagem, a minha opinião sobre o magnífico benfeitor, grandidoso e humilde e maravilhoso jornal “VOZ DA MISSÃO”
Retrato do que de mais belo existe, o vosso amor, a vossa humildade, a vossa generosidade, a vossa coragem, a vossa entrega e respeito pela Dignidade Humana, pelo direito à vida e à liberdade. O jornal traz uma mensagem de coragem a todos os jovens que, tal como eu, reconhece o valor que está por detrás deste belo jornal. Como irmãos que somos, cada vez mais devemos estar unidos na força e no amor que Jesus nos transmite. É este amor que Deus nos ensinou, que une todos os homens e mulheres, que nos torna capazes de vencer qualquer obstáculo da nossa vida.
Neste jornal, em cada página, em cada título, admiro a entrega, o amor, a verdade e a luta pela felicidade que cada irmão leva junto dos mais necessitados, esforçando-se por melhorar a sua vida. Este jornal retrata o quanto podemos ser úteis, humanos com todas as pessoas que nos rodeiam. Basta abrirmos o coração e no amor de Deus acreditarmos na nossa felicidade, mas também na felicidade de todos os que nos rodeiam.
Muitos Parabéns, continuem com o jornal VM, a que eu chamo o "jornal do amor, da esperança, da verdade e do amor de Deus". Sou um admiradordeste jornal, da Mensagem maravilhosa, da Carta do Tio Missionário, do concurso um presente para ti, e de todas as mensagens de dedicação, empenho, valor de todos os que lhe dedicam o seu tempo.
VM traz-nos uma mensagem de esperança.
Sr. Padre Artur Matos e Sr Padre Armando Soares. Muito Obrigado pela mensagem  A todos bem hajam.
E que Deus vos ilumine, proteja e conceda muita saúde para continuar. Muito Obrigado Márcio Paulo Candeias de Melo Estudante do 4º. ano do curso de Enfermagem Morada:S. Bartolomeu. Rua da Igreja Nr 85 9700-579 ANGRA DO HEROÍSMO
Gostámos das tuas palavras, Márcio. Tentamos fazer o melhor. Pedimos-te encarecidamente para tentares arranjar-nos alguns novos assinantes, para que a VM leve a sua mensagem a mais pessoas. Contamos contigo e muitos como tu. Vamos em 4 assinantes novos na CF. Quem será o 5º?
Com amizade.
Padre Armando
pe.armandosoares@gmail.com

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Amigos boa nova


PAGINA 5
mundo missionário

África
Papa alerta para novas formas de Escravatura


Bento XVI alertou contra “novas formas de escravatura e de colonização” em África, condenando ainda a exploração dos recursos naturais deste continente.
A posição é assumida na exortação apostólica pós-sinodal ‘Africae Munus’, ‘O serviço da África’, assinada em Ajudá, Benim, na região ocidental do continente, durante uma breve cerimónia na basílica da Imaculada Conceição.
“O açambarcamento dos bens da terra por uma minoria em detrimento de povos inteiros é inaceitável porque imoral”, lamenta o Papa no documento, que aprovou em quatro línguas oficiais, incluindo o português.
Referindo que “Deus dotou a África de importantes recursos naturais”, Bento XVI destaca que, ao ver “a pobreza crónica das suas populações, vítimas de exploração e prevaricações locais e estrangeiras, a consciência humana sente-se chocada com a opulência de alguns grupos”.
A exortação apostólica pós-sinodal encerra o processo da II Assembleia Especial para África do Sínodo dos Bispos, que decorreu no Vaticano, em outubro de 2009, sobre os temas da justiça, da paz e da reconciliação.
“A memória da África guarda a dolorosa recordação das cicatrizes deixadas pelas lutas fratricidas entre as etnias, pela escravatura e pela colonização”, pode ler-se.
O documento papal pede uma reconciliação “efectiva”, que passe “por um acto corajoso e honesto: a busca dos responsáveis destes conflitos, daqueles que financiaram os crimes e se dedicam a todo o tipo de tráficos, e a determinação das suas responsabilidades. “As vítimas têm direito à verdade e à justiça. É importante no presente e para o futuro purificar a memória”, escreve Bento XVI.
Noutra passagem do documento, o Papa fala de um “choque cultural” em África que “ameaça os alicerces milenários da vida social e, por vezes, torna difícil o encontro com a modernidade”. A exortação aponta ainda o dedo a “graves injustiças” sociais e pede um maior empenho na “promoção e a educação da mulher”, por considerar que “são ainda demasiado numerosas as práticas que humilham as mulheres e as degradam em nome de antigas tradições”.
O Papa quer ainda “deplorar e denunciar vigorosamente os intoleráveis maus tratos infligidos a tantas crianças” em África. Bento XVI deixa apelos pelo fim da pena de morte, pela "reforma do sistema penal" e em favor de uma "boa governação" do continente.
A ‘Africae Munus’ foi entregue aos 35 presidentes das Conferências Episcopais nacionais e aos sete responsáveis das Conferências regionais da Igreja Católica em África.

Burkina Faso
Milhares de deslocados Tuareg de zonas de conflito do Mali, a situação se agrava
Pelo menos 8 000 Tuaregues fugindo aos combates no Mali vizinho têm encontrado refúgio em Burkina Faso.  Chegam em mau estado. O governo estabeleceu um Comité de coordenação para reunir os refugiados, actualmente dispersos, num lugar mais central para lhes educação e saneamento. A situação humanitária é alarmante: muitos dos deslocados estão vivendo no exterior e o mau tempo, agravado pelos ventos secos e cheios de pó, favorecem a propagação de doença; alimentos, água potável e saneamento básico são precárias, disse um responsável da Cruz Vermelha em Burkina Faso. As pessoas precisam urgentemente de ajuda para sobreviver, e de cobertores, utensílios de cozinha, tapetes e cortinas. Quarenta voluntários da Cruz Vermelha já estão a trabalhar. Desde início de Fevereiro terão chegado à região 4.000 pessoas e o fluxo continua em Inabao e Deou,
Infelizmente, esta situação vem agravar a actual insegurança alimentar. O governo declarou que em 146 de 350 municípios este ano choveu muito menos e isso poderia causar ainda mais fome. Entretanto, de acordo com o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV), pelo menos 30.000 pessoas deslocadas em Mali estão em condições desesperadas por causa dos combates no norte do país desde meados de Janeiro. Na Aguelhoc, 150 km a nordeste de Kidal, Mali do nordeste, os combates sangrentos obrigaram cerca de 4 000 pessoas a abandonar suas casas. Tinham pouca comida e viviam em abrigos improvisados na região semi-árida. Alguns encontraram abrigo em casa de famílias. O CICV, junto com a Cruz Vermelha de Mali tem proporcionado distribuição de milho, arroz, óleo e sal, toalhas, cobertores, esteiras para dormir, baldes, utensílios de cozinha e artigos de higiene pessoal. A Cruz Vermelha do Mali já enviou assistência alimentar urgente para 600 pessoas deslocadas em condições particularmente graves. De acordo com as duas organizações internacionais, em Menaka, na região de Gao, o combate forçou cerca de 26 000 pessoas a abandonar suas casas em busca de um refúgio seguro, tanto dentro como fora da cidade.


ÁFRICA DO SUL        
HIV: mortes maternas aumentam sobretudo entre as mulheres com Sida

Desde 1990 a taxa de mortes maternas quadruplicou na África do Sul, principalmente devido ao atendimento pré-natal insuficiente, a negligência e à discriminação contra as mulheres com HIV. Em toda a África sub-sahariana, no entanto, as mortes foram reduzidos em um quarto em comparação com o mesmo ano. África do Sul aumentou de 150 mortes maternas em 1990 para 625 em 2010, em cada 100.000 nascimentos. Segundo a Human Rights Watch, o HIV é uma das principais razões que agrava este fenómeno. Um quadro alarmante, índice do estado de ineficácia do sistema de saúde Sul-Africano, é o que é realçado do estudo "Stop Making.  Entre outras coisas, salienta o facto de as mulheres virem ao hospital quando já estão em trabalho de parto e são enviadas para casa sem qualquer acompanhamento; as enfermeiras que deixam as mulheres à espera horas e dias. sendo verbalmente e fisicamente abusadas por pessoal do hospital.
Ainda outros casos de mulheres HIV-positivas de outras partes da África que sofreram discriminação foram relatados. Além disso, as políticas das compras que tem monopolizado o controle de drogas, privaram cada hospital da oportunidade de administrar os medicamentos.
 A principal causa de morte materna é HIV, mas o departamento nacional de saúde não foca adequadamente a pandemia. Por exemplo, as mulheres não sabem que têm de passar por atendimento pré-natal, porque as clínicas estão cheias de pessoas doentes.

SUDÃO
NILO AZUL: milhares de deslocados
Seriam pelo menos 70.000 pessoas deslocadas por causa dos combates na região fronteiriça do Nilo Azul entre o exército e um grupo armado historicamente próximo ao governo do Sudão do Sul que se tornou independente em Julho: informam representantes da MISNA em Cartum.
De acordo com Peter Krakonilig, porta-voz para a capital sudanesa, o escritório da ONU para a coordenação da assistência humanitária (Ocha), 50.000 pessoas iria deixar a capital Damazin na tentativa de chegar à região de Sennar.
Confrontos entre soldados e combatentes do movimento de libertação do Sudão (Splm) também levaram milhares de pessoas a atravessar a fronteira com a Etiópia. Segundo Kasut Gebre Egziabher, chefe do Alto Comissariado das Nações Unidas para os refugiados (ACNUR) em Addis Abeba, o número dos refugiados registados ao longo da fronteira já é 20.000.
Até ao final de semana Damazin é ocupado por soldados, mas tiroteios foram relatados por algumas fontes novamente ontem à noite. Lutas são confirmadas no sul da capital, perto de algumas localidades sob o controle do Spla.
Durante a guerra civil travada entre 1983 e 2005, uma grande parcela da população do Nilo Azul teve suporte exército de libertação do Sudão popular. O governador Malik Agar, eleito como candidato o Splm-n, foi substituído nos últimos dias por um funcionário nomeado por Khartoum.
O conflito no Nilo Azul é parte de um mais amplo, estendido num cintura de centenas de quilómetros ao longo da fronteira entre o Sudão dois: do Sul Kordofan, onde, de acordo com Ocha, os combates teriam atingido 200.000 pessoas de várias maneiras, Darfur, terra nunca pacificada  após o início do conflito armado em 2003.

MALAWI
ECONOMIA E POLÍTICA: o governo contra a Igreja nova crise
"Estamos vendo coisas que eu já vi," disse George Buleya, secretário-geral da Conferência Episcopal, quando a MISNA pediu informação político-social e das relações entre o governo do presidente Bingu wa Mutharika e a Igreja local.
Nesta semana, várias associações católicas denunciaram "uma tentativa de ataque contra o clero e a Igreja". Para empurrar essa posição eram palavras faladas por Mutharika a Monsenhor Mukasa Zuza, bispo de Mzuzu e Presidente da Conferência Episcopal, sobre a crise política e económica dos últimos meses. Em Agosto, Monsenhor Zuza havia dito que as dificuldades do Malawi "são o resultado de nossas ações e dependem de nossos papéis". O chefe de Estado respondeu, sugerindo um vínculo entre as forças do bispo e da oposição.
De acordo com Buleya, "ele agrava um conflito entre o governo e organizações da sociedade civil, corpo diplomático estrangeiro e a Igreja por outra". Ele não aceitouuma reunião tão esperada no mês passado entre os Bispos e o Presidente, nem parece ser favorável à  criação de uma Comissão para promover o diálogo entre as forças políticas e sociais.
"Coisas nunca vistas" que para o secretário-geral da Conferência Episcopal são confrontos entre manifestantes e policiais que, em Julho, resultou em 19 mortes. Um importante precedente para a difícil relação entre a Igreja e o poder político existe: uma carta de 1992, em que os Bispos denunciaram o regime autoritário de Kamuzu Banda e solicitaram o início de uma fase de desenvolvimento político e democrático da sociedade.

AFRICA
DIREITOS HUMANOS: acordo de luta contra o tráfico
"É uma primeira etapa importante que deve garantir uma maior protecção para as crianças e o respeito pelos direitos das crianças. Vamos ver como o acordo será aplicado, com as medidas tomadas pelos governos congolês e beninense para travarem o fenómeno do tráfico nas suas fronteiras diz a MISNA Alain Robert Moukouri, secretário-geral da Caritas Congo após a assinatura em Pointe-Noire (Sul), de um acordo de cooperação entre o Governo da República do Congo e Benim.
"Congo, devido à sua posição geográfica é uma encruzilhada no fenómeno do tráfico. Chegam através do Rio ou são muitas crianças de rua de Kinshasa. O Sul é a porta de Pointe-Noire e a fronteira com o enclave angolano de Cabinda "observou o chefe da Caritas, enfatizando a ' vocação natural do Congo para estar no centro dos esforços para combater o tráfico de crianças".
A iniciativa juntou-se ao governo de Benin, um dos vários países da África Ocidental envolvidos no tráfico de crianças, de acordo com activistas de direitos. O Ministro para a família, Fatouma Djibril, salienta que "há anos agora Benim é ponto de saída massiva e descontrolada de milhares de crianças para países vizinhos e para região.”
Emilienne Raoul, o Ministro Congo para questões sociais “agora finalmente temos um instrumento adequado para combate ao trabalho infantil ".
Denunciaram a violência física e psicológica grave sofrida por crianças, a Comissão Justiça e paz da Diocese de Pointe-Noire, e a Unicef documentando a prostituição forçada, exploração económica, abuso e maus-tratos e falta de acesso à educação.
De Junho de 2010, uma lei para a protecção das crianças está em vigor na República do Congo: qualquer pessoa envolvida no tráfico, venda e todas as outras formas de exploração de menores arrisca-se a uma pena de prisão com trabalho forçado e multas pesadas.

ZIMBABWE
ELEIÇÕES: não aceitamos um envolvimento clandestino em nosso sistema eleitoral, disse Robert Mugabe
Não permitirá monitorar as eleições previstas para o próximo ano, com observadores dos países que impuseram sanções sobre o Zimbabué: disse o  Presidente Robert Mugabe durante uma entrevista com o novo embaixador britânico em Harare, Deborah Bronet. "Não aceitamos um envolvimento clandestino em nosso sistema eleitoral. Somos capazes de organizar a votação sem interferência do Ocidente, incluindo a Grã-Bretanha "acrescentou o Presidente que há poucos dias pediu à União Europeia no prazo de 15 dias para justificar as razões para a renovação das sanções económicas.

CHADE
CÓLERA: milhares de casos desde o início do ano
Uma preocupante epidemia de cólera atingiu o Chade, considerado por fontes médicas internacionais das mais graves
nos últimos 40: desde o início do ano há 11.000 casos e aproximadamente 400 vítimas, de acordo com informações
dos "Médecins sans Frontières" (Msf) e da Cruz Vermelha francesa. Em 2010, houve 6500 contagiados.
E a situação pode piorar com a chegada da estação chuvosa, enquanto profissionais de saúde estão no terreno para coordenar a ajuda

ZIMBABWE
Fome ameaça
Mais de um milhão de cidadãos do Zimbabué vai sentir a escassez de comida até Março, de acordo com o Programa Alimentar Mundial (PAM), que já está a ajudar os mais vulneráveis, mas que ainda assim necessita de 42 milhões de dólares (31,1 milhões de euros) para financiar as suas actividades neste país da África Austral.
As más colheitas e a crise económica conduziram a uma situação em que cerca de 12 por cento da população rural não terá os meios para se alimentar adequadamente durante aquele que é conhecido como o período de escassez – de agora até Março – apesar das melhorias na situação de segurança alimentar nos últimos anos, anotou a agência.
A maioria das famílias em situação vulnerável está localizada nas regiões sul e oeste, que são muito susceptíveis a períodos de seca. M. Marujo fm

SOMÁLIA
MOGADISCIO: explosão num hospital
"Ouvimos um estrondo e, em seguida, o fumo e poeira invadiram quartos e corredores": é a história de algumas testemunhas da explosão que ocorreu ontem à noite na sala de espera de um dos principais hospitais da capital Mogadíscio, em que pelo menos sete pessoas ficaram feridas.
Entre as vítimas contam-se principalmente mulheres e crianças hospitalizadas, pois o ataque parece ter tido como alvo a  grande maternidade do hospital e a infância. Embora nenhum grupo tenha até agora reivindicou a responsabilidade para a ação, a explosão é a última de uma longa série dasque têm tido lugar na capital nas últimas semanas e atribuído aos insurgentes 'Al Shabaab'.
Esta manhã invadiram os escritórios de quatro agências humanitárias a 250 quilómetros da capital Mogadíscio, forçando o pessoal a cessar todas as actividades de recolha e distribuição da ajuda. O grupo armado contra o governo de transição em Mogadíscio, divulgou uma lista de 16 agências humanitárias internacionais a que foi proibido de continuar a prestar assistência na área ao redor de Mogadíscio às populações que fugiam da guerra civil. As organizações são acusadas de "atividades ilegais" e contrário à moral islâmica.


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ressurreição | vida

Páscoa e Missão




* ARMANDO SOARES
A Páscoa hebraica
A morte e a ressurreição de Jesus aparecem no contexto da celebração da páscoa hebraica. Deste modo, os primeiros cristãos associaram os dois acontecimentos. A Páscoa hebraica era o epicentro.
A Páscoa hebraica celebrava a saída do Egipto, a conservar como memorial do que Deus fez pelo seu povo e, mais tarde, a passagem do povo "da escravidão para a liberdade, da sujeição à redenção, da dor à alegria, do luto à festa, das trevas à luz". A Páscoa é um novo encontro com Deus libertador, uma nova aliança, fundamentada no decálogo.

A Páscoa de Jesus
Jesus aproxima-se de Jerusalém para a páscoa, deixando a Galileia, depois de uma viagem simbólica. Na Galileia anunciou a vinda do Reino de Deus: a paternidade universal de Deus e a igualdade de todos os seres humanos perante Ele. Não pode haver barreiras entre judeus e gentios, entre homens e mulheres entre justos e pecadores, ricos e pobres. Era um anúncio que não caía bem na lógica dos seus ouvintes. Mas não pregava a revolta violenta. Em Jerusalém celebra a páscoa com seus discípulos, recordando a libertação do Egipto e mostrando como a sua morte eminente, figurada no pão e no vinho, faria renascer o mundo novo prometido por Deus ao seu povo.

A missão
Os discípulos assim compreenderam a morte e a ressurreição de Jesus. Quer dizer que Deus se declarou a favor do justo e instaurou o reino por ele anunciado, em que os últimos, os marginalizados, são felizes, porque são plenamente reconhecidos na sua dignidade e nos seus direitos. Tudo tinha mudado. Os primeiros cristãos formam uma comunidade nova, na qual os ideais do reino de Deus estavam já presentes. Deles faz eco São Paulo quando escreve: "Não há mais judeu nem grego; escravo ou livre; homem ou mulher; pois que todos vós sois um em Cristo Jesus" (Gal 3, 28). Esta igualdade dos diversos no amor e na solidariedade aparecia claramente no "partir do pão", isto é, "na Ceia do Senhor". Esta
celebração era um momento de encontro, de partilha, de comunicação, de interacção na força da fé, para anunciarem a realidade nova do reino de Deus.
Assim se compreende o forte impacto que as primeiras comunidades tiveram no mundo greco-romano e a rápida difusão do cristianismo apesar das numerosas perseguições. A missão cristã deve anunciar em toda a parte o reino da experiência religiosa hebraica; os discípulos de Jesus colocaram Cristo morto e ressuscitado no centro do anúncio missionário. Deus para que ele se torne presente e operante na comunidade. Isto significa atingir o maior número de pessoas capazes de viverem na fraternidade verdadeira e prontos a lutarem para que a justiça e a solidariedade triunfem na sociedade e no mundo. em União das Misericórdias
BENIM
Papa deixa África com apelos ao diálogo e à «coexistência harmoniosa»
Visita de três dias marcada pela entrega de exortação apostólica aos bispos do continente para transformar dinâmica da Igreja.
Bento XVI deixou o Benim, após uma viagem de 3 dias, com um apelo à “coexistência harmoniosa no seio da nação e entre a Igreja e o Estado”.
“A boa vontade e o respeito mútuo não só favorecem o diálogo, mas são essenciais para construir a unidade entre as pessoas, as etnias e os povos”, disse, numa mensagem dirigida a toda a África.
No aeroporto internacional de Cotonou, onde foi saudado pelas autoridades locais, o Papa agradeceu o “caloroso entusiasmo” com que foi recebido no país, uma constante ao longo dos vários encontros e celebrações a que presidiu, nesta cidade e em Ajudá, a 40 km de distância, no litoral deste país da África ocidental.
“Viver juntos como irmãos, apesar das legítimas diferenças, não é uma utopia. Porque é que um país africano não poderia apontar ao resto do mundo a estrada a seguir para se viver uma autêntica fraternidade na justiça, fundada na grandeza da família e do trabalho”, questionou.
Após a viagem realizada aos Camarões e Angola, em 2009, Bento XVI disse ter querido “uma vez mais o continente africano” por estar “convencido de que é uma terra de esperança”.
“Aqui encontram-se valores autênticos, capazes de servir de inspiração para o mundo, que nada mais pedem senão poder desenvolver-se com a ajuda de Deus e a determinação dos africanos”, precisou.
Durante a visita, na qual falou várias vezes em português, o Papa assinou e entregou aos bispos africanos a exortação apostólica pós-sinodal ‘Africae munus’, ‘O serviço de África’, sublinhando “as perspetivas pastorais que abre e as interessantes iniciativas que há de suscitar”.
O documento denuncia novas formas de “escravatura”, considera a SIDA como um problema ético e apela à intervenção da Igreja nos processos de consolidação da democracia e da paz, para além de estimular uma “nova evangelização” em África, apresentada como “um dos pulmões espirituais” do planeta.
“Que os africanos possam viver reconciliados na paz e na justiça. Tais são os votos que formulo, com confiada esperança, antes de deixar o Benim e o continente africano”, disse Bento XVI.
O Papa, de 84 anos, segue com destino a Roma, numa viagem com mais de 4 mil quilómetros, encerrando assim a sua 22ª viagem apostólica, a segunda em solo africano.
Bento XVI encontrou-se com líderes políticos e religiosos, com os bispos do Benim e de toda a África, para além de ter visitado o túmulo do cardeal Bernardin Gantin (1922-2008), seu amigo e primeiro africano a liderar um dicastério da Cúria Romana, bem como um lar das Missionárias da Caridade (congregação fundada por Madre Teresa de Calcutá) que acolhe crianças doentes e abandonadas.

AFRICA
Uma era de esperança para o continente africano
Bento XVI nas visitas que fez ao continente africano deixou bem claro o seu forte encorajamento e admoestação a quantos continuam a explorar o neocolonialismo com formas pouco ocultas. Os mídia silenciaram propositadamente estes objectivos do Papa atraiçoando a informação que deve transmitir-se acerca da Igreja católica.
Da visita de Bento XVI ao Benim e da exortação apostólica Africae munus que assinou em Ouidah provêm ao contrário uma contribuição importante para a convivência mundial e um apoio real ao compromisso da Igreja católica. Esta conhece bem o continente africano onde o cristianismo tem raízes muito antigas. Bem o atestam a Etiópia e a escola de Alexandria, como fez ressaltar o Papa evocando os autores cristãos africanos de língua latina e sobretudo repetindo mais uma vez aos jornalistas em voo para Cotonou que no século XXI o anúncio do evangelho no continente não deve parecer um sistema difícil e europeu, mas expressar-se na mensagem universal, ao mesmo tempo simples e profunda, “que Deus nos conhece e nos ama e que a religião concreta suscita colaboração e fraternidade”.
Bento XVI juntou realismo e esperança nas suas mensagens: “Nesta fase crucial para todo o continente, a Igreja em África, com o seu compromisso ao serviço do Evangelho, com o testemunho de solidariedade efectiva, poderá ser protagonista de uma renovada era de esperança”. 1
Na audiência de quarta-feira, 23 de Novembro 1011, sobre a sua viagem apostólica ao Benim, Bento XVI quis reafirmar aquele futuro de esperança que a África tem diante de si. Definiu-a como “inesquecível viagem apostólica”. Momento central da viagem foi a assinatura e entrega, da exortação pós-sinodal da assembleia especial para a África, realizada em Outubro de 2009.
O Papa espera que as comunidades cristãs do continente possam, orientadas pelo documento, contribuir com suas riquezas materiais e espirituais, rumo à reconciliação necessária para construir este futuro de esperança. Convidou o chefes políticos e religiosos a acolher o ardente desejo de liberdade que anima os corações de numerosos povos africanos e a tornarem-se “semeadores de esperança em todas as realidades e ambientes”.
Bento XVI dirigiu a todos os africanos um apelo para serem construtores incansáveis de comunhão, de paz e de solidariedade. Sentiu bem de perto o calor destes sinais de esperanças nas crianças e no mundo do sofrimento, na alegria e fervor dos sacerdotes, religiosos e religiosas e seminaristas.
“Na África vi uma vitalidade do sim à vida, uma vivacidade do sentido religioso e da esperança, uma percepção da realidade na sua totalidade com Deus e não reduzida a um positivismo que, no fim, apaga a esperança”.



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gente nova



Carta do Tio Missionário
Queridos sobrinhos e sobrinhas
É na alegria esfusiante da Ressurreição do Senhor que vos escrevo. Celebrásteis a Páscoa seguindo a Liturgia na igreja e a liturgia familiar. Fizésteis talvez parte activa na tradicional Visita pascal ou Compasso. Ficásteis contentes ao levar a cruz a beijar aos doentinhos dando-lhes ânimo e coragem com a vossa presença e a d’Ele. Deixai que vos diga: Fósteis maravilhosos. Mas agora exorto-vos a que continueis a viver dessa enorme alegria de Cristo Ressuscitado e que está sempre convosco. Ele é o Grande Amigo a vosso lado, e em todas as circunstâncias. Nunca o esqueçais. Com Ele sereis felizes e fareis felizes os outros. Construireis o Reino com a vossa acção e colaborareis na feitura do mundo novo., mundo onde as trevas são dissipadas porque viveis na Luz. Não é bonita esta mensagem? Sim, ela é sublime! Vivei-a.
E peço-vos muito para que entreis na campanha de novos assinantes de VM! Rumo aos 15.000. Valeu? Depende de vós. Confio em vós!
Conservai a boca doce para que as vossas palavras sejam palavras que inspiram doçura e carinho naqueles para quem se dirigem. Milhões de beijinhos do vosso
TM

CULINÁRIA

Pudim de café
Ingredientes:
0,5 dl de leite
0,2 dl de café muito forte
12 gemas de ovos
1 pau de canela
Casca de meio limão ralado

Preparação:
Coloque o açúcar num tabuleiro e queime-o com um ferro bem quente. Coloque o leite ao lume com o pau de canela e a raspa do limão e deixe ferver. Bata as gemas e junte-as ao leite, já morno, junte o café, o açúcar queimado e mexa muito bem, deixe em forma bem untada com manteiga, leve ao forno muito brando e deixe cozer durante duas horas; a meio da cozedura, tape a forma com uma tampa. Depois de cozido desenforme e leve ao frigorífico.
Maria Elisa Silva
V. N. Famalicão

CURIOSIDADES
O ESPINHEIRO – ALVAR
O espinheiro – alvar era uma das árvores veneradas pelos druidas celtas. O chá das suas flores traz benefícios ao sistema circulatório: regulariza os batimentos cardíacos, normaliza o fluxo sanguíneo, combate a hipertensão e acalma o sistema nervoso central.
As folhas jovens desta planta podem ser comidas em salada, tal como os seus
frutos quando maduros. Estes têm propriedades antioxidantes, prevenindo o cancro.
Encontra-se junto de matagais, sebes, bosques e em zonas de solos calcáreos, pela América do Norte e Europa. A floração ocorre em Abril e Maio.

HUMOR VM
Entre amigos
Dois amigos encontram-se e um deles mostra-se muito preocupado, e está sempre a olhar à roda e à distância.
- Parece que estás muito preocupado… Perdeste alguma coisa?
- Perdi o meu cão, e não há maneira de ele aparecer…
- Porque não metes um anúncio no jornal?
- Para quê? O meu cão não sabe ler…


As loiras
Uma loira foi procurar uma cigana para lhe dizer como é que ela poderia captar  um “bonitão” que lhe agradava muito. Mas que lhe não ligava…
A cigana respondeu: duas palavras podem abrir a porta…
A loira foi-se embora com a resposta, mas, depois deu conta de que não perguntara quais eram as palavras. Voltou à
cigana, pagou mais uma consulta, e perguntou-lhe quais eram as duas palavras.
- Empurrar ou puxar…

Ignorância actual
A catequista faz todos os esforços para a rapaziada ligar ao que ela lhes ensina. Mas é um problema porque eles parecem não pensar. É verdade que muitos professores se queixam do mesmo. A certa altura pergunta: quem de vocês quer ir para o Céu?
Todos levantam o braço, menos o Joãozinho.
- Então, Joãozinho, não queres ir para o Céu?
A minha mãe disse que, logo que saísse da escola, fosse para casa …

Generosidade” de advogado
Nas escadaria do tribunal, um homem encontra o advogado mais caro da cidade:
- Eu sei que o Doutor é um advogado caro, mas bom!
- Quanto leva por uma pergunta?
- 500 euros.
- E se forem duas?
- 1000 euros.
- Então posso fazer-lhe duas?
Neste momento já deve 1.500 euros, pois já fez 3 perguntas…
Palavras: 265
Espaços: 1.252


CONCURSO
UM PRESENTE PARA TI
Mês de Fevereiro
Meus amiguinhos. Fiquei desapontado com a falta de respostas ao concurso. Esperava mesmo que houvesse mais concorrentes. Sendo assim, vai o prémio direitinho para o Serafim Novais Miranda, Rua da Cruz D, Argola 731 – Mesão Frio – 4810-225 GUIMARÃES. O livrinho Raios de Luz 2, do TM.

Mês de Abril
E agora, que já lestes as 8 páginas da Voz da Missão deste mês de Abril, vou fazer 3 perguntas muito fáceis. Espero muitas respostas. Se ultrapassarem 15 eu vou melhorar o prémio. Valeu?

1ª pergunta:
Em que data é que Bento XVI visitou a República do Benim?

2ª pergunta:
Diz o nome e a diocese do Bispo de Moçambique que deu uma entrevista que vem publicada na VM de Abril.

3ª pergunta:
Escreve o nome das Jovens que fizeram sua consagração temporária ou perpétua nas Missionárias da Boa Nova, no Brasil?

Pelos concorrentes que acertarem nas respostas serão sorteados 5 livros Na força da Missão, do Tio Missionário.

Enviai as respostas até ao dia 30 de Abril, para:

TIO MISSIONÁRIO
CONCURSO
Apartado 40
3721-908 VILA DE CUCUJÃES

(Quem tiver Internet pode enviá-las para:
Pe.armandosoares@gmail.com
Indicando o nome e a  morada para lhe enviarmos o livro no caso de ser premiado.
Espero as respostas de muitos.

África sê a luz do Mundo
Bento XVI entregou a exortação apostólica pós-sinodal Africae munus aos presidentes das Conferências episcopais de África no final da Missa celebrada na manhã de domingo 20 de Novembro 2011.
Esta segunda assembleia especial para a África do Sínodo dos Bispos, fora celebrada em Outubro 2009, sobre o tema «A Igreja na África ao serviço da reconciliação, da justiça e da paz: Vós sois o sal da terra… Vós sois a luz do mundo» (Mt 5, 13-14) Bento XVI dirigiu-se aos presentes especialmente aos Padres sinodais e agradeceu-lhes e a Deus o trabalho realizado. Exortou a todos a assimilação e aplicação dos dados teológicos, eclesiológicos, espirituais e pastorais contidos na Exortação., tendo como principal tarefa a evangelização das pessoas que, de uma maneira ou de outra, estão mais afastadas da Igreja.  É preciso que oiçam a Palavra e se abram a Cristo. A evangelização pressupõe também a reconciliação, e promove a paz e a justiça.
E concluiu: “Amada Igreja na África, torna-te cada vez mais o sal da terra. Sê a luz do Mundo. A tua Luz é Jesus Cristo, «Luz do Mundo».
Na oração do Angelus confiou a Maria, a Nossa Senhora de África, a nova etapa que se abre para a Igreja neste continente, a fim de que Ela acompanhe o futuro da evangelização na África inteira, e particularmente nesta terra do Benim. Maria é a Mãe da Esperança, é a Mãe do Salvador do mundo. Conhece mais que ninguém o valor e a beleza da vida humana. Caros irmãos e irmãs, cultivai os valores familiares cristãos.

PAGINA 8
Entrevista
Entrevista com Dom Lúcio Andrice Muandula, presidente da Conferência Episcopal de Moçambique

O homem e a mulher a quem a Igreja é chamada a evangelizar na África
* MARIA EMÍLIA MAREGA

Dom Lúcio Andrice Muandula é Bispo da Diocese de Xai-Xai, situada na Província de Gaza em Moçambique, sufragânea da Arquidiocese de Maputo e dependente da Congregação para a Evangelização dos Povos. Foi criada em 18 de Junho de 1970, com o nome de Diocese de João Belo Xai-Xai e é Presidente da Conferência Episcopal de Moçambique (CEM). Esteve em Roma para o encontro internacional “Em direcção à cura e à renovação” e para o II Simpósio dos Bispos da África e Europa sobre “A evangelização hoje:”Comunhão e colaboração pastoral entre a África e a Europa”.

O senhor poderia falar sobre “o homem e a mulher a quem a Igreja é chamada a evangelizar na África”, tema de sua apresentação no Simpósio?
Dom Lúcio: Tratei deste tema porque me foi pedido. À luz deste tema, percebi que não se poderia conhecer o destinatário do evangelho sem perceber a alma do povo africano e acho que as religiões tradicionais africanas têm algo que nos indica e nos chama a atenção para a maneira como o homem africano está em contacto com o mundo, com os outros e também com Deus.

Como acha que o homem africano está em contacto com o mundo?
Dom Lúcio: Nos anos em que andei a estudar filosofia, percebi que a afirmação de Descartes - cogito, ergo sum - era uma afirmação importante para definir um pouco aquilo que o homem ocidental é. É um ser que pensa e nós, os africanos, não nos definimos muito como o ser que pensa; também pensamos, na consciência, na inteligência; tudo isso conta, mas nos definimos em relação aos outros, eu sou porque convivo com os outros, estou com os outros. E é aí onde a centralidade do corpo humano encontra espaço, não posso ser se não tenho corpo.
Isso tem muitas consequências, o cuidado que se tem do próprio corpo, do corpo dos outros e é daí também que muitas coisas que noutros mundos não são tabu, para nós são tabu. Certo que a globalização, está também a entrar, penso, por exemplo, no modo como se está na praia aqui na Europa, o modo como nos vestimos; não digo que não existe em Moçambique, existe também por causa da tal globalização. Mas se vamos para o interior, ninguém sai vestido assim estando numa praia. Tem a ver com o modo como eu olho para o meu próprio corpo, como mostro meu corpo, porque é esta parte de mim mesmo que está em relação comum com todos. Não há um fechamento, mas há um cuidar mais do corpo do que se cuida noutras culturas.
Todos nós cuidamos do corpo como aspecto da nossa saúde física, mas falo aqui também de um cuidado que tem neste elemento a parte espiritual. Porque através do corpo, mesmo aquele que é coxo ou aquele que é estropiado, enquanto tiver um corpo não se lamenta tanto do que se lamentaria por estas partes, porque tem a possibilidade do contacto com o outro e com o mundo que o rodeia. Também pode dirigir-se a Deus através dos antepassados que é o mais comum entre as religiões tradicionais africanas.

Qual seria a novidade do Cristianismo para o sofrimento?
Dom Lúcio: Penso que a grande novidade é o mistério da cruz, onde temos um corpo despojado de tudo, no caso de Jesus Crucificado. E não obstante isso, continua a entrar em diálogo com os seus ou com a humanidade e com Deus. Esta frase pequena de Jesus pronunciada do alto da cruz  - Pai perdoa-lhes porque não sabem o que fazem -  é um momento de também dialogar com esta questão. Questão que causa esta dor ao próprio corpo e por outro lado é um voltar-se para Deus.
Jesus fala ao Pai com toda essa dimensão humana do ser que se pronuncia através do próprio corpo e que olhando para o seu corpo ferido pede, também para aqueles que causam essa dor, o perdão. Mas também é um corpo que não deixa de comunicar-se com os outros, os dois que estão crucificados, um de um lado e outro do outro, junto à cruz de Jesus. O malfeitor, no fim, reconhece o mal que está a cometer e recebe o perdão. Pede para participar, digamos, desta vida nova que Jesus vem trazer.
Eu olho para este malfeitor, ferido também ele, um pouco como o povo africano; ferido nas suas múltiplas dores, pode encontrar a salvação. É a grande novidade que o Cristianismo pode levar. Justamente por isso, a evangelização não atingiu a alma de tantos africanos. De manhã, vão à igreja nos domingos e à tarde vão a uma seita ou correm para uma igreja de tipo pentecostal; porque lá se reza pelos doentes, impõem-se as mãos, procuram descobrir a razão pela qual a pessoa está doente ou inventam razões pelas quais a pessoa está doente.

O que oferecem as religiões tradicionais africanas?
Dom Lúcio: Justamente por que o homem africano se centra no seu corpo, quando tem dores de cabeça que não passam, não aceita que seja uma simples hemicrania, não se contenta com os medicamentos. Vai atrás do motivo espiritual. O que é que a nível do meu ser não está bem? Ou a nível da minha relação com os antepassados, com a natureza que me circunda? Há alguma coisa que não está a correr bem, daí que ele vai à religião tradicional; consultar o adivinho, o curandeiro, para saber o que não está bem e poder reparar. Recriar este equilíbrio de que eu falava na minha reflexão na conferência.
Então, o corpo é muito importante, mas o Cristianismo está acima disto, até porque há autores da antropologia africana que afirmam que Jesus pode ser visto também como um antepassado que guia o seu povo. Neste sentido, dos grandes antepassados da cultura africana, que são uma luz no modo como enfrentam os sofrimentos, no modo como enfrentam os desafios da vida, são uma luz para outros irmãos africanos e Jesus pode ser visto assim. Seria um limitar, digamos, aquilo que Jesus é na sua essência vê-lo somente como simples antepassado mais velho que nos guia, mas se pode a partir daí entrar para estes aspectos de sua divindade que provou o sofrimento da nossa humanidade; e que nos abre a porta para participarmos da vida divina, superando todas as contrariedades e vicissitudes que experimentamos neste mundo.

Um caminho para a Nova Evangelização seria reavivar os dons do Espírito Santo?
Dom Lúcio: A Igreja nasce do Pentecostes, e o Espírito como diz o livro dos Actos dos Apóstolos, está presente em toda a acção da Igreja e estende-se pelo mundo inteiro. O espírito está no centro, e o Senhor mesmo diz no Evangelho segundo São João, vou mandar-vos o Paráclito, aquele que vos há de confortar, guiar e ensinar o que deveis dizer e quando deveis dizer. Portanto, não é uma novidade que o Espírito tem que estar no centro. Quando João Paulo II começou a falar muito de Nova Evangelização, acentuou dois aspectos - nova evangelização nos seus métodos e no seu vigor - e penso que estas duas características são fundamentais.

Qual é a novidade na Evangelização?
Dom Lúcio: A evangelização é a mesma, não vamos mudar os conteúdos da evangelização, nem os destinatários, que é a humanidade inteira, mas é possível melhorar a metodologia e por isso, neste Simpósio, a questão era - a que homem nos dirigimos na África-.
A Nova Evangelização não pode ter o mesmo estilo na África, na Europa, na Ásia ou na América Latina; tem que ter uma coloração diferente que se adapta às questões concretas de cada lugar, ao homem concreto que está num determinado lugar. Na tentativa sempre de levar Cristo à sociedade, à humanidade, porque é isso que queremos comunicar. É levar o homem contemporâneo a entrar em contacto com Cristo, a acolher a graça de Deus que Ele nos comunica e entrar em comunhão com Deus. São João expressa isso melhor na sua primeira carta. Diz: Aquilo que nós vimos, ouvimos e tocamos do verbo encarnado - é isso que comunicamos - para que estejais em comunhão. E a nossa comunhão é com Deus através de Cristo a quem nós acolhemos.
Penso que a missão evangelizadora é esta, e a nova evangelização se não levar a isso, se levar a outras práticas, que imitam outras religiões, neste caso as religiões pentecostais, não condiz. Agora, que se fala pouco do Espírito Santo na Igreja Católica em alguns ambientes, sim, é preciso recuperar este dado fundamental.
A evangelização não é uma obra humana, é uma obra divina, e Deus se faz presente através de seu espírito e Jesus falou tanto desta realidade. Aliás, no Evangelho segundo São João diz que: Antes de mandá-los, soprou sobre eles, como a dar esta força do Espírito Santo, assim como o Pai me enviou também eu vos envio. Então, o Espírito Santo está no centro da nossa missão e, muitas vezes, estamos esquecidos disso e inventando as nossas metodologias. Pensando que tudo é uma questão das nossas organizações, mas não é. A verdadeira evangelização parte de uma missão recebida de Deus, e Deus nos dá também os meios necessários para realizarmos esta missão para a qual nos manda.

PALAVRAS: 10.507
Caracteres: 52.141

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