México BENTO XVI: “Fiesta” com janela aberta sobre a América Latina
Cidade do México |
A Igreja Católica no México espera com entusiasmo a chegada de Bento XVI, que esta sexta-feira inicia a 23ª viagem internacional do pontificado e a segunda à América Latina, passando ainda por Cuba, durante seis dias.
O presidente da Conferência Episcopal Mexicana (CEM) e da Conferência dos Episcopados da América Latina (CELAM) revela à Rádio Vaticano que existe uma
“emoção muito forte” entre a população, à medida que se aproxima a visita do Papa,
a sexta na história do país, quase 10 anos depois da última passagem de João Paulo
“Para nós é já uma grande alegria a simples presença do Papa, porque ele traz uma
grande mensagem de comunhão”, afirma D. Carlos Aguiar Retes
Este responsável reconhece que Bento XVI vai encontrar “um país que vive problemas que nunca tinha vivido” e enfrenta “situações particularmente complexas”.
“Esperamos que a presença do Santo Padre infunda um grande entusiasmo e uma grande alegria, não obstante as dificuldades que estamos a viver”, prossegue.
Segundo números do Vaticano, existem no México mais de 99 milhões de católicos (91,89 por cento da população do país), o que corresponde a cerca de 8,2 por cento do total de batizados em todo o mundo (1196 milhões) e coloca a nação em segundo lugar, a nível mundial, apenas atrás do Brasil.
O presidente do CELAM realça que esta não é apenas uma visita ao México e a Cuba, mas será “simbolicamente, através deles, um abraço a todos os países da América Latina e das Caraíbas”.
É a primeira vez que o atual Papa visita países de língua hispânica na América Latina, na sua terceira viagem ao continente americano, depois do Brasil (2007) e EUA (2008), estando previsto um percurso equivalente a meia volta ao mundo.
O porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, explicou aos jornalistas que o Papa, de 84 anos, não irá deslocar-se à Cidade do México (e ao Santuário de Guadalupe), capital do país, para evitar os possíveis efeitos negativos da altitude (cerca de 2400 metros).
A cerimónia de boas-vindas ao México deve começar pelas 16h30 (hora local, mais seis em Lisboa) no aeroporto internacional de Guanajuato, do Estado com o mesmo nome, no centro do México, que acolhe um Papa pela primeira vez.
A visita continua no sábado, após mais de 24 horas de descanso, às 18h00, com a visita ao presidente mexicano, Felipe Calderón; pelas 18h45 o Papa dirige uma saudação às crianças reunidas na Praça da Paz, onde vão estar 20 mil jovens voluntários.
A agenda de domingo começa às 10h00 (hora local, mais cinco em Lisboa) com a missa no Parque do Bicentenário, na qual são esperadas centenas de milhares de pessoas.
Este é um espaço comemorativo dos 200 anos da independência do México que se localiza entre as cidades de Guanajuato, Silao e León, com 14 mil metros quadrados.
Bento XVI vai sobrevoar de helicóptero a imagem de Cristo Rei, em Silao, referência para milhares de católicos durante a ‘Guerra Cristera’ (1926-1929) - levantamento popular contra as disposições anticlericais do Governo mexicano -, inaugurando, após a missa, a nova iluminação do monumento, situado na colina de Cubilete.
O Papa vai depois encontrar-se, às 18h00, com os bispos da América Latina na Catedral de León, onde profere um discurso e recita a oração de Vésperas.
A cerimónia de despedida decorre às 09h00 de segunda-feira, no aeroporto de Guanajuato, antes da partida para Cuba. E. 22.03.12
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