Perseguição Os cristãos são odiados
Ryan Joseph tem 27 anos. É padre. Nasceu em Carachi, no Paquistão. Em declarações à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) confidenciou: «No Paquistão, optar por dedicar a própria vida a Deus não é fácil», porque, em todo o país, a violência anti-cristã é constante, perigosa e, especialmente para um sacerdote, vestir a batina significa poder ser injustamente acusado de blasfémia e condenado à morte. O jovem sacerdote está ciente de que a sua escolha poderá custar-lhe muito, até mesmo a vida, mas está sereno. «Para muitos, a perseguição e o martírio dos quais se fala na Bíblia pertencem a um passado muito remoto, mas para nós sacerdotes paquistaneses faz parte do quotidiano», afirmou.
Nigéria. A perseguição aos cristãos é uma realidade cruel e constante. |
Numa carta dirigida à AIS, o padre Ryan fala também do ânimo dos cristãos paquistaneses: «Muitos estão dispostos a dar as suas vidas por nós. Um sacerdote sozinho é impotente diante da violência, porém, juntos podemos superar todas as dificuldades.»
Nesta onda de solidariedade entre crentes que vivem a perseguição e o martírio, a principal preocupação do padre Ryan é a de proteger as jovens cristãs forçadas a abdicarda sua fé e a casar com homens muçulmanos.
O que é ser mártir. Ao longo dos tempos, houve sempre homens e mulheres que aceitaram sacrificar a vida por uma causa nobre. Actualmente, há monges budistas ou crentes muçulmanos que se imolam, por causas políticas, sociais, de identidade étnica ou religiosa. O mártir cristão, todavia, não decide a sua própria morte; sofre-a por fidelidade. Para ele, a vida neste mundo não é mais importante quie a sua fé, a sua fidelidade a Jesus Cristo. O mártir cristão é vítima da violência injusta dos poderes ideológicos deste mundo – os fanatismos do ateísmo, do islão e entre cristãos, por exemplo – contra os seguidores de Cristo. Além da morte, são expressões de martírio, a intolerância, a discriminação e a perseguição.
Países perseguidos. São oito os países onde há mais mártires cristãos: Arábia Saudita, Birmânia, China, Coreia do Norte, Eritreia, Irão, Sudão e Usbequistão. Neste países, ser-se cristão significa correr risco de vida. Outros há em que re registam graves violações dos direitos humanos, onde se inclui o impedimento da prática religiosa: Paquistão, Iraque, Vietname, Egipto, Índia. A isto somam-se os ataques violentos de extremistas contra minorias religiosas, como é o caso dos que têm a marca da Al-Qaeda, e fazem ataques contra lugares sagrados e contra fiéis, como sucede na Nigéria.
Mártires do ano 2011. Quando se fala em mais de 100 mil cristãos martirizados por ano, devbe-se ter em conta que a quase totalidade são pais, mães, jovens e crianças. Em 2011, entre os mais de 100 mil cristãos martirizados, 26 eram líderes – agentes pastorais – das comunidades cristãs: 18 sacerdotes, 4 religiosas e 4 leigos.
O continente mais mortal para os agentes pastorais foi a América, banhada pelo sangue de 13 padres e 2 leigos. Segue-se a África, onde foram mortos 2 sacerdotes, 3 religiosas e 1 leigo. Na Ásia foram assassinados 2 sacerdotes, 1 religiosa e 1 leigo. E na Europa foi morto 1 sacerdota, em Espanha.
Algumas foram vítimas da violência que denunciavam ou da disponibilidade de ajudar os outros, pondo em segundo lugar a própria segurança. Outros foram eliminados porque, em nome de Cristo, pregavam o amor e não o ódio, a esperança e mão o desespero, o diálogo e não a violência, o direito e não o abuso.
Foi assim com a Irmã Angelina, assassinada no Sudal do Sul por militantes do Exército de Resistência do Senhor (LRA) quando levava ajudsa sanitária aos refugiados; com Maria Elizabeth Macias Castro, do Movimento Leigo Escalabriniano, no México, que trabalhava num jornal e ajudava os migrantes, e que foi sequestrada e assassinada poor narcotraficantes. Ou ainda, com o padre Fausto Tentorio, italiano, pároco no sul das Filipinas, que dedicou toda a vida à alfabetização e ao desenvolvimento dos filipinos, com o leigo Rabindra Parichha, morto em Orissa, na Índia: catequista itinerante, promovia os direitos humanos.Fernando Félix, Jornalista, em Audácia, Março 2012.
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