Médio Oriente: A guerra na Faixa de Gaza
Um caminho contra o barulho das armas
A eliminação, pelas Forças Armadas de Israel, de um dirigente das Brigadas
Izz ad-Din Al Qassam, consideradas como o braço armado do Movimento Hamas, que
governa a Faixa de Gaza, despoletou a situação de guerra que se vive na região
e que já se saldou em mais de uma centena de mortos e feridos, muitos deles
mulheres e crianças.
A fronteira que separa Israel do território conhecido como a Faixa de Gaza
será, provavelmente, a mais perigosa do mundo, pelo clima de forte tensão que
existe entre os dois Estados.
Na origem desta guerra não declarada está o contínuo lançamento de rockets contra Israel, havendo dias em que, segundo as autoridades deste país, foram disparados dezenas destes engenhos explosivos. A operação militar, denominada Pilar da Defesa, tinha como objectivo, precisamente, tentar pôr fim a esta situação.
Na origem desta guerra não declarada está o contínuo lançamento de rockets contra Israel, havendo dias em que, segundo as autoridades deste país, foram disparados dezenas destes engenhos explosivos. A operação militar, denominada Pilar da Defesa, tinha como objectivo, precisamente, tentar pôr fim a esta situação.
Hospitais sobrelotados
O drama, como em todas as guerras, em todos os conflitos, é que há sempre
vítimas inocentes, crianças, mulheres, idosos. Um sinal visível desta tragédia
é a notícia da morte de nove pessoas, de quatro gerações, todas da mesma
família, os al-Dalu, em resultado do bombardeamento a que esteve
sujeito o bairro de Nassar, na cidade de Gaza.
A
Cáritas Jerusalém, uma organização da Igreja Católica na Terra Santa, pediu
ajuda internacional para as populações da Faixa de Gaza, pois os hospitais
estão “sobrelotados de feridos” e sem condições para atenderem a todas as
necessidades. “São precisos mais médicos e aqueles que estão a trabalhar
debatem-se com uma grande falta de medicamentos”, diz a Cáritas, acrescentando
que começam também a escassear bens de primeira necessidade como “água potável,
placas de plástico para reforçar as janelas das casas durante os
bombardeamentos, fraldas e leite para bebés e crianças”.
Orações indiferentes
às bombas
De ambos os lados da fronteira há choro e lamentos, assim como há gritos
de raiva e juras de vingança. A guerra traz consigo sempre a sombra da morte, o
sangue, a dor. Na Palestina, apesar de fortemente minoritários, os cristãos
procuram, unidos ao mundo inteiro em oração, que a paz prevaleça sobre a
guerra, que o diálogo possa sobrepor-se à retórica militar e que a paz possa
ter uma oportunidade. Em Gaza há uma
paróquia dedicada à Sagrada Família de Nazaré. Por causa dos bombardeamentos,
agora praticamente ninguém se atreve a ir até à igreja, mas o medo das bombas
não assustou ainda o Padre Paul de Santo nem as Irmãs do Instituto do Verbo
Encarnado. No sábado passado, durante todo o dia, estiveram em oração
eucarística e pediram ao Senhor “o fim do flagelo da guerra e que diminua o
cálice do sofrimento que todas as pessoas estão a viver na região”.
Apelos à paz
Também as Irmãs de Madre Teresa parecem imunes ao medo. Quando começaram
os bombardeamentos, a sua preocupação foi salvar as crianças portadoras de
deficiência, que estão à sua guarda, levando-as para locais mais resguardados,
poupando-as, na medida do possível, ao pânico do rebentamento das bombas.
Da Faixa de Gaza chegam-nos pedidos de ajuda. Acima de tudo, pedem as
nossas orações. Em Setembro, durante a sua visita pastoral ao Líbano, o Santo
Padre fez um veemente apelo à paz, à concórdia, ao entendimento, à procura de "um caminho
contra o barulho das armas". Elas, as armas, aí estão, com todo o fragor,
a espalhar a destruição, o medo, o sangue e a morte de inocentes.
(
Comentários
Enviar um comentário