As bem-aventuranças de um crente afável e crítico
Jose Gomez Caffarena |
"No
seu esforço moral secular, e apesar dos seus fracassos, a Humanidade merece que
não seja frustrada a sua esperança: merece que Deus exista." Achei deveras
impressionantes as suas chamadas bem-aventuranças que resumo:
"Bem-aventurado
aquele que ama e descobriu a dita de partilhar o mundo; o que não se isola na
sua pequenez ; o que ama que ama a vida
tal como é e não como tende a representá-la; o humano que é capaz de acolher o
outro humano para lá de toda a consideração das vantagens que possa trazer-lhe,
que entendeu o perdão sem memória e a ternura sem retorno; o que chegou a
conceber o imenso projecto da universalidade reconciliada; aquele que é
consciente de que na sua pequenez é puro dom e graça, e sabe, no entanto,
sentir-se a partir dela responsável pelo Reino inteiro da justiça, participante
de um olhar divinamente maternal para os mais humildes e sofredores, as vítimas
da opressão; bem-aventurado)o que não se escandaliza da pequenez humana, e crê
que é possível que essa pequenez floresça na grandeza de uma fraternidade sem
fronteiras; o que aceita a dor da luta
sem ódio pelo dar à luz da verdade; oque é capaz de ver a possibilidade da paz
antecipada, que compreende que a violência é promessa enganosa, quem acha
fecundo crer na bondade primeira do coração humano; o que não se escandaliza de
a dor e a morte terem o seu tempo que não é possível eliminar definitivamente;
o que crê que uma morte prematura de profeta é também eternamente fecunda.
"
A dor e a morte não são a última palavra: "uma intuição da Humanidade
praticamente universal."
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