SUAZILÂNDIA Vozes para a democracia após 40 anos sem partidos políticos
Um apelo à democracia. |
"O rei viola a liberdade de expressão
reconhecida pela Constituição, e não respeita os compromissos assumidos a nível
internacional," diz à MISNA Musa Hlophe, activista de causas cívicas.
Muita coisa mudou em 12 de abril de há 40 anos, com a abolição dos partidos
políticos.
Para comemorar este aniversário, no dia 12 de
abril 2013, manifestações e encontros públicos foram convocados na cidade de
Manzini por um grupo de organizações da sociedade civil. Em 1973, activistas
argumentam que a abolição da Constituição, a independência e o estabelecimento
de um estado de emergência pelo Rei Sobhuza II constituía uma regressão na
aparência. Apesar da nova carta fundamental em vigor desde 2005, a reconhecer,
em princípio, o direito à liberdade de expressão. "O problema – salienta
Hlophe – é que as forças de segurança e de juízes nomeados pelo rei impedirá
que este direito seja respeitado na prática."
Esta semana as organizações da sociedade
civil publicaram uma carta aberta ao chefe de estado da Tanzânia, Jakaya
Kikwete, na sua qualidade de Presidente da Troika da política, defesa e
segurança da Comunidade de Desenvolvimento Africano (Sadc). O texto salienta
que, numa região que conta 280 milhões em pouco mais de 1 milhão de cidadãos da
Suazilândia negam-se direitos políticos. "A proibição de partidos
políticos e o governo apoiado no mérito individual como a única base para ser
eleito para um cargo político – sublinham os activistas – constituem violações
dos acordos regionais e internacionais sobre direitos humanos e a democracia
também ratificada pela Suazilândia, em especial os princípios e diretrizes para
eleições democráticas aprovadas pela Sadc em 2004".
As manifestações de 12 de abril p.p. foram
convocadas por líderes cristãos da Suazilândia, uma organização ecuménica,
comprometida com o fomento do diálogo entre sociedade civil e o governo do rei
Mswati III. É difícil de entender se esta tentativa será bem-sucedida. Com
certeza, as eleições legislativas serão realizadas no dia 21 de agosto.
Organizações da sociedade civil já anunciaram um boicote porque o Parlamento
tem apenas poderes consultivos. MISNA
Comentários
Enviar um comentário