CREIO em Deus Pai de misericórdia por Pe. DÁRIO PEDROSO*
Filho pródigo |
Sem dúvida que o rasgo mais belo
que Jesus nos apresenta do Pai é a sua misericórdia. Conta-nos a célebre
parábola do Pai do pródigo (Lc 15, 11-32) para nos fazer conhecer melhor a
delicadeza, a sensibilidade, o carinho, a ternura do Pai de misericórdia.
Entenderemos melhor a parábola se soubermos que a misericórdia significa o
coração debruçado sobre a miséria. Debruçado não para ralhar, castigar,
ofender, magoar, mas para, como diz a parábola, beijar, abraçar, fazer festa.
Algo parecido se passa na parábola do Bom Pastor que se debruça até ao chão
para apanhar a sua ovelha perdida e a coloca aos ombros, para a levar para casa
com carinho e ternura, chamar os amigos e vizinhos e fazer uma festa pois
encontrou a sua “querida” ovelha. O Pai, connosco, faz o mesmo. Corre ao nosso
encontro, beija, abraça, manda matar o vitelo gordo, há festa, há música e
dança, pois o filho perdido encontrou-se, estava como morto e reviveu, aproximou-se
de casa, pediu perdão, vem com vontade de reconciliação. E o amor do Pai,
porque o filho, apesar de pecador, não deixa de ser filho, acolhe-o com divina
misericórdia.
Este perdão divino, esta
misericórdia não só perdoa mas alegra-se em perdoar. A alegria do perdão é um
rasgo divino que precisamos de meditar e assimilar. Contemplar a alegria de
Deus Pai, rezar a sua alegria quando nos beija e abraça, quando nos acolhe,
quando nos faz festa. Um perdão alegre, uma contínua festa, um perdão repassado
de carinho e ternura. Mas precisamos ainda de meditar outra faceta da
misericórdia, que é graça que não só perdoa mas cura. A graça é medicinal, vai
curando os nossos males, as nossas feridas, as nossas mazelas, os nossos
traumas. Vai-nos restaurando por dentro, revitalizando, cristificando,
transfigurando. O perdão vai curando não só o pecado que fizemos, mas o nosso
próprio ser pecador. Homens e mulheres curados pela misericórdia de Deus, que
liberta e salva, que cura e transforma.
* em A ORDEM 4.04.13, P.7
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