DMM Anunciar a Boa Nova com coragem e alegria
No Seminário da Boa Nova, Valadares. Foto e Texto: Armando Soares |
Com frequência, os obstáculos à obra de evangelização
encontram-se dentro da própria comunidade eclesial. Falta o fervor, a alegria,
a coragem, a esperança de anunciar a todos a Mensagem de Cristo e ajudar os
homens do nosso tempo a encontrá-Lo. O Evangelho deve ser proposto e não
imposto. Dizia Paulo VI: «Seria certamente um erro impor qualquer coisa à
consciência dos nossos irmãos. Mas propor a essa consciência a verdade
evangélica e a salvação em Jesus Cristo, com absoluta clareza e com todo o
respeito pelas opções livres que essa consciência fará (...), é uma homenagem a
essa liberdade» (Exort. ap. Evangelii nuntiandi, 80).
Devemos sempre ter a coragem e a alegria de propor,
com respeito, o encontro com Cristo e de nos fazermos portadores do seu
Evangelho; Jesus veio ao nosso meio e confiou-nos, a missão de fazê-la
conhecida até aos confins do mundo. Com frequência, vemos que a violência, a
mentira, o erro é que são colocados em evidência e propostos.
É urgente fazer resplandecer, no nosso tempo, a vida
do Evangelho pelo anúncio e o testemunho, e isso dentro da Igreja. Porque,
nesta perspectiva, é importante não esquecer jamais um princípio fundamental
para todo o evangelizador: não se pode anunciar Cristo sem a Igreja.
Evangelizar nunca é um acto isolado, individual, privado, mas sempre eclesial.
E isto dá força à missão e faz sentir a cada missionário e evangelizador que
nunca está sozinho, mas é parte de um único Corpo animado pelo Espírito Santo.
Hoje
os mídia misturam entre si os povos, os conhecimentos e as experiências. Por
motivos de trabalho, há famílias inteiras que se deslocam de um continente para
outro; os intercâmbios profissionais e culturais, assim como o turismo e
fenómenos análogos impelem a um amplo movimento de pessoas. Às vezes, resulta
difícil até mesmo para as comunidades paroquiais conhecer, de modo seguro e
profundo, quem está de passagem ou quem vive estavelmente no território.
Além
disso, em áreas sempre tradicionalmente cristãs, cresce o número daqueles que
vivem alheios à fé, indiferentes à dimensão religiosa ou animados por outras
crenças. Não raro, alguns baptizados fazem opções de vida que os afastam da fé,
tornando-os assim carecidos de uma «nova evangelização». A tudo isso se junta o
facto de que larga parte da humanidade ainda não foi atingida pela Boa Nova de
Jesus Cristo. Ademais vivemos num momento de crise que atinge vários sectores da
existência, e não apenas os da economia, das finanças, da segurança alimentar,
do meio ambiente, mas também os do sentido profundo da vida e dos valores
fundamentais que a animam.
A
própria convivência humana está marcada por tensões e conflitos, que provocam
insegurança e dificultam o caminho para uma paz estável. Nesta complexa
situação, onde o horizonte do presente e do futuro parecem atravessados por
nuvens ameaçadoras, torna-se ainda mais urgente levar corajosamente a todas as
realidades o Evangelho de Cristo, que é anúncio de esperança, de reconciliação,
de comunhão, anúncio da proximidade de Deus, da sua misericórdia, da sua
salvação, anúncio de que a força de amor de Deus é capaz de vencer as trevas do
mal e guiar pelo caminho do bem.
Com
o nosso testemunho de amor, levemos a este mundo a esperança que nos dá a fé! A
missionariedade da Igreja não é proselitismo, mas testemunho de vida que
ilumina o caminho, que traz esperança e amor. A Igreja é uma comunidade de
pessoas, animadas pela acção do Espírito Santo, que viveram e vivem a maravilha
do encontro com Jesus Cristo e desejam partilhar esta experiência de profunda
alegria, partilhar a Mensagem de salvação que o Senhor nos trouxe. É justamente
o Espírito Santo que guia a Igreja neste caminho. Fonte: Da Mensagem de Papa Francisco para o Dia Mundial das Missões, 20 Outubro 2013
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