EGIPTO Polícia avança contra manifestantes da Irmandade muçulmana – pelo menos 43 mortos

As forças de segurança egípcias avançaram na manhã desta quarta-feira contra as duas praças onde estavam os apoiantes do Presidente deposto Mohamed Morsi. Estas foram ocupadas durante mais de um mês no Cairo. Surgiram confrontos, violência e disparos. A AFP está a avançar com a informação, ainda não confirmada, de pelo menos 43 mortos e muitas dezenas de feridos.
Ao longo das últimas semanas, os apoiantes de Morsi ergueram barricadas em redor da praça, assegurando que ali só entraria quem estivesse contra o golpe militar de 3 de Julho, quando o Exército, após grandes manifestações da oposição, reassumiu o controlo do país, derrubando o primeiro presidente eleito do Egipto. A imprensa governamental e o Governo interino (tutelado pelos militares) acusavam os islamistas de terem armazenado ali armas. Segundo a edição on line do jornal Público o Ministério do Interior anunciou entretanto que a praça de Al-Nahda, situada um pouco a norte de Rabaa al-Adawiya, ficou nas últimas horas “totalmente sob o controlo” das forças de segurança. Imagens televisivas divulgadas pela televisão estatal mostraram ainda bulldozers a destruir barreiras construídas na praça. A AFP indica que junto a estas barricadas estavam muitos apoiantes de Morsi, bem como mulheres e crianças. A Reuters avança que a polícia bloqueou todos os acessos à zona e está a realizar buscas nas tendas.
A Irmandade Muçulmana rejeitou todos os ultimatos do Exército, assegurando que só parará os protestos quando Morsi, detido há mais de um mês, regressar ao poder. O Governo interino descarta tal possibilidade e assegura que só negociará com os islamistas quando estes desistirem dos protestos nas ruas. As tentativas de mediação internacional para encontrar uma saída para a crise fracassaram e as autoridades egípcias avisaram que seria usada a força para desalojar os manifestantes assim que terminassem as celebrações do fim do Ramadão.

No entanto, nos últimos dias, a hipótese de um ofensiva parecia afastada – a Al-Azhar, a grande mesquita e centro de estudos que é a principal autoridade islâmica do Egipto, convidara todas as partes para encontros destinados a encontrar uma saída consensual para a crise. Várias fontes da segurança diziam também que o uso da força – a opção favorecida pela ala dura dos militares – seria repudiada pela comunidade internacional e poderia levar ao colapso da coligação abrangente que apoiava o plano de transição apresentado pelos militares. Rádio Vaticana 2013-08-14

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