EGIPTO Papa despede-se da comunidade católica com mensagem contra «profetas da destruição»
EGIPTO
Papa despede-se da comunidade
católica com mensagem contra «profetas da destruição»
LUSA Celebração com padres, religiosas e seminaristas no
último compromisso da viagem ao Cairo
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O Papa Francisco despediu-se hoje da comunidade católica do
Egito, que representa menos de 1% da população no país, com uma mensagem de
esperança, para contrariar os “profetas da destruição”.
“No meio de
muitos motivos de desânimo e por entre tantos profetas de destruição e
condenação, no meio de numerosas vozes negativas e desesperadas, sede uma força
positiva, sede luz e sal desta sociedade”, disse, no último compromisso público
da viagem de dois dias ao Cairo, que incluiu encontros com responsáveis
políticos, muçulmanos e coptas ortodoxos.
Depois de ter
presidido à Missa para milhares de pessoas, esta manhã, Francisco reuniu-se com
cerca de 1500 padres, religiosos, religiosas e seminaristas no seminário
copta-católico de Maadi, na periferia sul da capital egícpcia.
O Papa
deslocou-se até ao campo desportivo desta casa num pequeno veículo, de pé,
cumprimentou algumas pessoas doentes ou em cadeira de rodas, e aceitou beber o
mate que lhe foi oferecido por um dos presentes.
“Não tenhais medo
do peso do dia-a-dia, do peso das circunstâncias difíceis que alguns de vós têm
de atravessar”, disse aos presentes.
Aos membros dos
institutos de vida religiosa, o Papa deixou vários pedidos, em particular, para
que resistam à “tentação de deixar-se arrastar e não guiar”, de “de lamentar-se
continuamente” e do individualismo.
Como tem sido
habitual nestes encontros, em Roma e noutras partes do mundo, Francisco
advertiu religiosos e religiosas contra a “tentação da crítica e da inveja”,
provocando divisões, ou à tentação de comparar-se com os outros.
No Egito, o Papa
quis falar especificamente da “tentação do «faraonismo»”, isto é, de “endurecer
o coração e fechá-lo ao Senhor e aos irmãos”.
Francisco pediu
que os consagrados católicos não sejam pessoas que caminham “sem bússola nem
objetivo”, encerrando assim as reflexões sobre “sete tentações” que já estavam
nas preocupações dos primeiros monges, na antiguidade cristã.
“A vossa
identidade como filhos da Igreja é ser coptas – isto é, radicados nas vossas
raízes nobres e antigas – e ser católicos – isto é, parte da Igreja una e
universal”, prosseguiu.
O Papa recordou
que o monaquismo ocidental nasceu no Egito, pela mão de figuras como São Paulo
eremita, Santo Antão e os Santos Padres do deserto.
O encontro de
oração encerrou o programa da 18ª viagem internacional do atual pontificado,
iniciada na tarde de sexta-feira.
A cerimónia de
despedida está marcada para o aeroporto internacional do Cairo. OC| Ecclesia
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