FATIMA Centenário das Aparições (1917.2017)
FATIMA
Centenário
das Aparições (1917-2017)
Pastorinhos da Fátima: Lúcia, Francisco e Jacinta |
A vida dos três videntes de
Fátima é a história de um olhar preenchido por Deus. No início do século XX, em
Fátima, remoto recanto da Serra d’Aire, Lúcia e os seus primos Francisco e Jacinta
acolhem a luz de Deus e são convertidos pelos desígnios da sua misericórdia.
Em 1916, enquanto pastoreiam o
rebanho das suas famílias, as crianças veem, por três vezes, um Anjo que os
convida a penetrar o mistério do Deus da Misericórdia, através da adoração e da
transformação das suas vidas em oferta sacrificial, ao jeito eucarístico.
Ainda envolvidos pelo ritmo da
adoração, os pastorinhos acolhem, em maio de 1917, a convocação da Senhora do
Rosário ao dom de si: «Querei oferecer-vos a Deus?» Entre maio e outubro desse
ano, a Virgem Mãe iluminará o rosto dos três videntes com a luz de Deus, na
qual se espelha e clarifica a história humana. Lúcia, Francisco e Jacinta são
assim constituídos testemunhas dessa luz, ao jeito de Maria, cujo Imaculado Coração
se deixou iluminar pelo mistério da vida de Cristo.
Desde então, a vida dos três
pequenos pastores não deixará mais de estar centrada em Deus, a quem se
oferecem pra bem dos demais.
Jacinta vive o desejo de
acender em todos o lume do amor a Deus que lhe arde no peito. Compassiva para
com os que vivem o drama do desamor, a pastorinha, ao estilo de Jesus,
oferece-se como dom sacrificial pelos demais.
Francisco, no silêncio da sua
intimidade com Deus, é cativado pela beleza da sua Luz e comove-se com esse
Deus próximo que se entristece com a solidão e os vazios de amor da humanidade.
E como a um amigo, Francisco apenas deseja consolá-lo.
Lúcia não deixará mais de
anunciar a mensagem que lhes foi confiada, do triunfo do Coração Imaculado, da
promessa da presença definitiva do Deus da misericórdia no drama da história
humana. Esta mensagem consagra-a como profeta da misericórdia e da esperança.
A Cova da Iria cedo se despede
dos seus protagonistas. Os irmãos Marto adoecem em 1918, falecendo Francisco
no dia 4 de abril de 1919, em Aljustrel,
e Jacinta no dia 20 de fevereiro de 1920, em Lisboa. No ano seguinte, Lúcia
ingressa, a convite do Bispo de Leiria, no Asilo de Vilar, no Porto.
Sentindo-se chamada a
consagrar inteiramente a sua vida a Deus, à luz do fiat que oferecera à Senhora do Rosário, Lúcia faz-se, em 1928,
religiosa Doroteia, tomando o nome de Maria Lúcia das Dores. Mas a fidelidade
ao apelo da Luz que a levava cativa conduzi-la-á, vinte anos volvidos, à vida
contemplativa, no Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra, tomando o nome de Maria
Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado. Da clausura do Convento, a contemplativa
Lúcia continuará a dar voz à mensagem que lhe confiara a Senhora do Coração
Imaculado, acolhendo incontestáveis visitas, ilustres ou anónimas, e deixando
um impressionante legado escrito.
A fama de santidade de
Francisco e Jacinta fará deles as primeiras crianças não-mártires a serem
apresentadas pela Igreja como exemplo de vida cristã, vendo reconhecida a sua
maturidade de fé, ao cabo de um minucioso processo de discernimento eclesial.
Foram beatificados em 13 de maio de 2000.
Após uma longa vida consagrada
aos apelos da Senhora do Rosário, Lúcia veio a falecer no Carmelo de Coimbra,
em 13 de fevereiro de 2005.
Preenchido pelo essencial, o
olhar de Lúcia, Francisco e Jacinta ilumina as suas vidas, nas quais se espelha
a Luz de Deus. Tendo contemplado a beleza dos seus desígnios de misericórdia,
os videntes de Fátima oferecem à história humana exemplos de vida iluminada
pela compaixão de Deus. (Santuário de Fátima) in VMabril2017
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