FATIMA Pastorinhos; Francisco e Jacinta Marto

Centenário das Aparições
Lúcia, Francisco e Jacinta

A vida dos três videntes de Fátima é a história de um olhar preenchido por Deus. No início do século XX, em Fátima, remoto recanto da Serra d’Aire, Lúcia e os seus primos Francisco e Jacinta acolhem a luz de Deus e são convertidos pelos desígnios da sua misericórdia.
Em 1916, enquanto pastoreiam o rebanho das suas famílias, as crianças veem, por três vezes, um Anjo que os convida a penetrar o mistério do Deus da Misericórdia, através da adoração e da transformação das suas vidas em oferta sacrificial, ao jeito eucarístico.
Ainda envolvidos pelo ritmo da adoração, os pastorinhos acolhem, em maio de 1917, a convocação da Senhora do Rosário ao dom de si: «Querei oferecer-vos a Deus?» Entre maio e outubro desse ano, a Virgem Mãe iluminará o rosto dos três videntes com a luz de Deus, na qual se espelha e clarifica a história humana. Lúcia, Francisco e Jacinta são assim constituídos testemunhas dessa luz, ao jeito de Maria, cujo Imaculado Coração se deixou iluminar pelo mistério da vida de Cristo.
Desde então, a vida dos três pequenos pastores não deixará mais de estar centrada em Deus, a quem se oferecem pra bem dos demais.

Jacinta vive o desejo de acender em todos o lume do amor a Deus que lhe arde no peito. Compassiva para com os que vivem o drama do desamor, a pastorinha, ao estilo de Jesus, oferece-se como dom sacrificial pelos demais.
Francisco, no silêncio da sua intimidade com Deus, é cativado pela beleza da sua Luz e comove-se com esse Deus próximo que se entristece com a solidão e os vazios de amor da humanidade. E como a um amigo, Francisco apenas deseja consolá-lo.
Lúcia não deixará mais de anunciar a mensagem que lhes foi confiada, do triunfo do Coração Imaculado, da promessa da presença definitiva do Deus da misericórdia no drama da história humana. Esta mensagem consagra-a como profeta da misericórdia e da esperança.

A Cova da Iria cedo se despede dos seus protagonistas. Os irmãos Marto adoecem em 1918, falecendo Francisco no  dia 4 de abril de 1919, em Aljustrel, e Jacinta no dia 20 de fevereiro de 1920, em Lisboa. No ano seguinte, Lúcia ingressa, a convite do Bispo de Leiria, no Asilo de Vilar, no Porto.

Sentindo-se chamada a consagrar inteiramente a sua vida a Deus, à luz do fiat que oferecera à Senhora do Rosário, Lúcia faz-se, em 1928, religiosa Doroteia, tomando o nome de Maria Lúcia das Dores. Mas a fidelidade ao apelo da Luz que a levava cativa conduzi-la-á, vinte anos volvidos, à vida contemplativa, no Carmelo de Santa Teresa, em Coimbra, tomando o nome de Maria Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado. Da clausura do Convento, a contemplativa Lúcia continuará a dar voz à mensagem que lhe confiara a Senhora do Coração Imaculado, acolhendo incontestáveis visitas, ilustres ou anónimas, e deixando um impressionante legado escrito.
A fama de santidade de Francisco e Jacinta fará deles as primeiras crianças não-mártires a serem apresentadas pela Igreja como exemplo de vida cristã, vendo reconhecida a sua maturidade de fé, ao cabo de um minucioso processo de discernimento eclesial. Foram beatificados em 13 de maio de 2000.
Após uma longa vida consagrada aos apelos da Senhora do Rosário, Lúcia veio a falecer no Carmelo de Coimbra, em 13 de fevereiro de 2005.

Preenchido pelo essencial, o olhar de Lúcia, Francisco e Jacinta ilumina as suas vidas, nas quais se espelha a Luz de Deus. Tendo contemplado a beleza dos seus desígnios de misericórdia, os videntes de Fátima oferecem à história humana exemplos de vida iluminada pela compaixão de Deus. (Santuário de Fátima) 

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