PORTUGAL Qualidades do Papa exaltadas em livro sobre desafios à Igreja e ao Mundo

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Qualidades do Papa exaltadas em livro sobre desafios à Igreja e ao Mundo
As qualidades do papa Francisco foram hoje exaltadas a propósito do lançamento do livro 'Francisco: Desafios à Igreja e ao Mundo', do padre Anselmo Borges, com o Presidente da República a falar de uma figura "fascinante".
© DR   LIVROS POR LUSA   02.05.2017
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O livro, numa sessão moderada pelo autor, foi apresentado na Fundação Gulbenkian, onde o padre e professor da Universidade de Coimbra falou do papa que estará em Portugal nos dias 12 e 13 como "um líder respeitado e amado em todo o mundo".
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Marcelo Rebelo de Sousa falou também das qualidades de Francisco, de ser "o cruzamento de um jesuíta com um franciscano", de ser um pároco de uma aldeia global, ou por representar o fim do eurocentrismo da Igreja Católica, alguém que vê a Europa com uma visão do outro lado do Atlântico.
A sessão/debate, com o tema 'Francisco Papa: líder político-moral global' e que acabou por ser apenas sessão por se ter prolongado muito, serviu depois para Ramalho Eanes, antigo Presidente da República, traçar um percurso histórico da Igreja e das suas mudanças, ou falta delas, afirmando que com Francisco "é a Igreja a mostrar que encontra soluções".
Isabel Allegro de Magalhães, professora catedrática de literatura comparada na Universidade Nova de Lisboa, falou do livro, que reúne muitos textos já publicados por Anselmo Borges, mas "tornando-os num corpo de pensamento estruturante", mas também de um papa "ousado e destemido" que na questão das mulheres e da sua relação com a Igreja não mostrou grande abertura.
"Os homens, quando exercem funções importantes vestem sempre saia", responderia depois Adriano Moreira, presidente do Instituto de Altos Estudos da Academia das Ciências de Lisboa, antigo líder político e conselheiro de Estado.
Defendendo que faz falta na ONU um "conselho das Igrejas", Adriano Moreira frisou que "o credo dos valores está a ser substituído pelo credo dos interesses", e por isso a "grande importância" do papa Francisco, de um grande defensor do diálogo e da paz.
E porque o mundo é cada vez mais perigoso ("estamos a viver uma geração que adquiriu capacidade para destruir o mundo") Adriano Moreira fez votos para que a voz do papa seja suficiente para "reabilitar a esperança" num mundo melhor que surgiu em 1945, no fim da segunda Guerra Mundial.

O livro, de 400 páginas, editado pela Gradiva, fala dos desafios que se colocam ao papa e à Igreja e desenvolve-se em quatro temas: De Bento XVI a Francisco; Sexualidade e Família; Pessoa, Ética e Política; e Para Uma Igreja do Século XX

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