Europa lugar teológico da nova evangelização

                         
por ZENIT | ARMANDO SOARES



Realizou-se há dias, na Faculdade de Economia da Universidade Tor Vergata de Roma, na Itália, o “Encontro Europeu de delegados nacionais da Pastoral Universitária” promovido pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE).
Abriu a reunião Monsenhor Lorenzo Leuzzi, bispo auxiliar de Roma, secretário secretário da Secção de Universidade da CCEE, que apresentou o trabalho. A reunião de hoje - disse o prelado - está entre o vivido em Madrid, em Setembro passado, e a próxima Assembléia ordinária do Sínodo dos Bispos.
No encontro de Madrid, monsenhor Nikola Eterovic, secretário-geral do Sínodo dos Bispos, havia instado as conferências episcopais a prestarem muita atenção ao mundo universitário na reflexão sobre a nova evangelização, tanto no que se refere à formação das novas gerações como na elaboração de uma nova cultura para o terceiro milénio.
A reunião de hoje, que antecede a dos estudantes de 23 países europeus, disse o prelado, “quer ser um momento não só para o intercâmbio e para o recebimento de experiências dos vários países, promovidos pelas Conferências episcopais nacionais, mas para definir algumas linhas de projecção pastoral para propor à Secretaria Geral do Sínodo.
O bispo apresentou duas premissas.
Primeiro, “não pode e não deve ser esquecida a importância do continente europeu para a mesma compreensão do conceito de nova evangelização. Europa é o lugar teológico por excelência da nova evangelização, pela sua história, pela própria vida da comunidade cristã. Europa é o lugar onde a fé cristã deve pensar com urgência em si mesma e na sua mesma capacidade de responder às expectativas da modernidade”.
Em segundo lugar, “se a nova evangelização não pode ser limitada, sob pena da sua imediata esterilidade, numa renovada programação pastoral, embora seja animada por experiências espirituais e de missionariedade elevadas, mas que pode alcançar em profundidade a nova situação histórico-cultural do continente, então é essencial uma nova relação com o mundo da cultura universitária. Se no passado no mundo universitário a fé cristã foi capaz de orientar a investigação cultural, hoje na Universidade onde a fé cristã deve comprometer-se para compreender as dinâmicas socioculturais e testemunhar que o evento da Encarnação e da Ressurreição realmente encontraram a história e são fontes da sua interpretação e orientação. “
E destacou duas condições: “para responder às expectativas da nova evangelização é necessário acima de tudo o relançamento da reflexão teológica. A pastoral, também a que é comumente chamada de ‘ordinária’, não pode ignorar a reflexão teológica que a sustenta e a declina em diversas experiências de evangelização”. A segunda “é aquela, como foi sublinhado por João Paulo II,  que diz respeito à grande preocupação da formação da classe dirigente de um país. Nesta opção se revela a convicção de toda a comunidade cristã de que o Evangelho ainda é capaz de orientar a história, ou melhor ainda, que a Igreja é capaz de exercer aquela diaconia que, como Bento XVI aponta, é necessária para o futuro da humanidade”.
Ambas as duas premissas como as duas condições para a nova evangelização, disse monsenhor Leuzzi, “exigem de modo improrrogável a promoção da pastoral universitária em todas as Igrejas locais, especialmente naquelas com sedes universitárias”.
“As experiências que viveremos juntos - disse ele - primeiro entre os nossos agentes, em seguida, entre os alunos, são um grande dom para toda a Igreja que está na Europa, porque a partir do que foi vivenciado em nosso compromisso missionário, podemos oferecer indicações concretas e realistas para o caminho de toda a Igreja que na próxima Assembleia vai reflectir não sobre este ou aquele aspecto da pastoral, mas sobre o futuro da evangelização “.

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