Deus ainda tem futuro? (cf de Prof Anselmo Borges em resumo de Armando Soares
Anselmo Borges, Professor de Filosofia, na Universidade de Coimbra |
A pergunta supõe, um
acrescento implícito: Deus ainda tem futuro na e para a Humanidade?
Pode responder-se: "A morte absoluta da palavra
"Deus", uma morte que eliminasse até o seu passado, seria o sinal, de
que o Homem morreu."
Václav Havel surpreendeu
muitos ao declarar que vivemos na primeira civilização ateia, numa civilização
que perdeu a ligação com o infinito e a eternidade", temendo, também por
isso, que "caminhe para a catástrofe".
Constata-se um declínio
da religiosidade entre 2005 e 2012: no mundo, 77% contra 68%.
Embora minoritário, o
ateísmo cresce por toda a parte. A crise da fé acentua-se particularmente entre
os jovens.
A perda de crédito
das crenças instituídas anda ligada à prosperidade material."Pode-se ser
religioso prescindindo da existência de Deus e pode-se postular Deus como ideia
necessária sem crer que Deus existe."
Há dois tipos de
relação com o mundo e duas atitudes existenciais:
"O ateu recusa antes
viver sob a ideia de Deus;
prefere viver sob a
ideia da sua finitude temporal sem apelo", enquanto a fé leva à
"resolução de confiar no real, no ser, na vida".
Com o eclipse de Deus
é o sentido do mundo que desaparece e o próprio Homem perde orientação.
No contexto de uma
crise global - é preciso perguntar se a crise de Deus não ocupa lugar central.
Hoje e amanhã, no
Seminário da Boa Nova, Valadares, Gaia, realiza-se um Colóquio Internacional,
subordinado precisamente à pergunta: "Deus ainda tem futuro?" Nele,
serão tratados por especialistas de renome internacional, crentes e não crentes
- "a existência de Deus é um assunto demasiado sério para ser confiado
exclusivamente aos crentes: a situação religiosa do mundo actual, questões
relacionadas com a genética, o animalismo, as neurociências, o transumanismo, o
naturalismo, a ética, a mulher e o divino, Ocidente e Oriente, fé, o Deus de
Jesus.
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