DEUS PARA TODOS Promover a consciência do bem estar de todos
A mensagem
social do Evangelho deve orientar a Igreja para o desempenho de uma dupla
tarefa pastoral: ajudar os homens a descobrirem a verdade e a escolherem a via
a seguir; encorajar o esforço dos cristãos para testemunhar, com solicitude de serviço,
o Evangelho no campo social: «Hoje, mais do que nunca, a Palavra de Deus não
poderá ser anunciada e ouvida senão na medida em que for acompanhada do
testemunho do poder do Espírito Santo, que opera na acção dos cristãos ao
serviço dos outros nos lugares onde se joga a sua existência e o seu futuro. A
necessidade de uma nova evangelização leva a Igreja a compreender «que a sua
mensagem social encontrará credibilidade primeiro no testemunho das obras e só
depois na sua coerência e lógica interna».(1)
A doutrina
social dita os critérios fundamentais da acção pastoral no campo social:
anunciar o Evangelho; confrontar a mensagem evangélica com a realidade social;
projectar acções voltadas para a renovação de tais realidades, conformando-as
com as exigências da moral cristã. Uma nova evangelização do social requer,
antes de mais, o anúncio do Evangelho: Deus em Jesus Cristo salva o homem todo
e todos os homens. Tal anúncio revela o homem a si mesmo e e deve
transformar-se em princípio de interpretação das realidades sociais. No anúncio
do Evangelho, a dimensão social é essencial e ineludível, embora não sendo a
única. Ela deve mostrar a inesgotável fecundidade da salvação cristã, ainda que
uma conformidade perfeita e definitiva das realidades sociais com o Evangelho
não se possa operar na história: nenhum resultado, mesmo o mais conseguido,
pode fugir aos limites da liberdade humana e da tensão escatológica de cada
realidade criada. (2)
A acção
pastoral da Igreja no âmbito social deve testemunhar, antes de tudo, a verdade
acerca do homem. A antropologia cristã permite um discernimento dos problemas
sociais para os quais não se pode encontrar boa solução se não se tutelar o
carácter transcendente da pessoa humana, plenamente revelada na fé. A acção
social dos cristãos, deve inspirar-se no princípio fundamental da centralidade
do homem. Da exigência de promover a identidade integral do homem nasce a
proposta dos grandes valores que presidem a uma convivência ordenada e fecunda:
verdade, justiça, amor e liberdade. A pastoral socialesforça-se para que a
renovação da vida pública seja vinculada a um efectivo respeito dos sobreditos
valores. De tal modo, a Igreja, mediante o seu multiforme testemunho
evangélico, visa promover a consciência do bem de todos e de cada um como
recurso inexaurível para o progressso de toda a vida social. (3)
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