NATAL Deus pobre entre os pobres * Armando Soares
NATAL
ARMANDO SOARES
Jesus voltará para ti neste Natal? |
A nossa atitude para com os pobres não se deve regular pela sua aparência externa nem sequer pelas suas qualidades interiores. Devemos considerá-los, antes de mais, à luz da fé. O Filho de Deus, quis ser pobre e ser representado pelos pobres. Na sua paixão, quase perdeu o aspecto de homem; apareceu como um louco para os gentios e um escândalo para os judeus. Todavia, apresentou-se a estes como evangelizador dos pobres: Enviou-me para evangelizar os pobres. Também nós devemos ter os mesmos sentimentos de Cristo e imitar o que Ele fez: cuidar dos pobres, consolá-los, socorrê-los e recomendá-los.
Cristo quis nascer pobre, chamar para sua companhia
discípulos pobres, servir os pobres e identificar-se com os pobres, a ponto de
dizer que o bem ou o mal feito a eles o tomaria como feito a Si mesmo. Deus ama
os pobres, e por conseguinte ama também aqueles que os amam. Na verdade, quando
alguém tem especial afecto a uma pessoa, estende também este afecto aos seus
amigos e servos. Por isso temos razão para esperar que, por causa do nosso amor
dos pobres, também nós seremos amados por Deus.
Quando os visitamos, procuremos compreender a sua pobreza
e infelicidade para sofrer com eles e ter os sentimentos de que fala o
Apóstolo, quando diz: Fiz-me tudo para todos.
Esforcemo-nos por sentir profundamente as preocupações e misérias dos nossos
semelhantes; peçamos a Deus que nos dê o espírito de misericórdia e compaixão e
que conserve sempre em nossos corações estes sentimentos.
O serviço dos pobres deve ser preferido a todos os outros
e deve ser prestado sem demora. Se durante o tempo de oração, tiverdes de levar
um medicamento ou qualquer auxílio a um pobre, ide tranquilamente, oferecendo a
Deus essa boa obra como prolongamento da oração. E não tenhais nenhum escrúpulo
ou remorso de consciência se, para prestar serviço aos pobres, tivestes de
deixar a oração. De facto não se trata de deixar a Deus, se é por amor de Deus
que deixamos a oração: servir um pobre é também servir a Deus.
A caridade é a máxima norma, e tudo deve tender para ela;
é uma grande senhora: devemos cumprir o que ela manda. Renovemos, portanto, o
nosso espírito de serviço aos pobres, principalmente para com os mais
abandonados. Esses hão-de ser os nossos senhores e protectores. Carta 2546 de S. Vicente de Paulo
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(Carta 2546 de São Vicente de Paulo: Correspondance,
entretiens, documents, Paris 1922-1925, 7)
Publicado in VOZ DA MISSÃO, Dezembro 2013 pág. 1
Publicado in VOZ DA MISSÃO, Dezembro 2013 pág. 1
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